domingo, 7 de dezembro de 2025

Quinze anos sem o zagueiro Ramos Delgado

O último três de dezembro marcou o 15º ano da morte do zagueiro argentino José Manuel Ramos Delgado, vítima do Mal de Alzheimer, doença degenerativa que implica em perda total da memória em pacientes terminais. Assim, meses antes da morte, de certo não identificaria fotografia de Pelé.

Veja que foram amicíssimos nos tempos de Santos, entre 1967 e 1972. E nos últimos anos de vida, já radicado em seu país, foi diagnosticado com a doença que, em estado terminal, provoca perda de massa muscular e mobilidade, situação que contrasta com a compleição física vigorosa do período de atleta, quando levava a campo a raça argentina.

Se o Alzheimer em estágio avançado limita o enfermo a pronúncias de apenas algumas palavras, sem concatenar frases, no auge da carreira ele comandava a defesa aos berros, se necessário. Também sabia antecipar adversários, sair jogando com categoria e sabia orientar companheiros do compartimento defensivo.

Ainda no Santos, Ramos Delgado chegou a ser comparado ao seu antecessor Mauro Ramos de Oliveira, mas lembrança de mesmo estilo - e não muito distante – foi de Ricardo Rocha, ex-Santa Cruz (PE), Guarani, São Paulo e Seleção Brasileira.

Assim, participou dos Mundiais de 1958 e 1962 pela Argentina, período em que atletas platinos se transferiam regularmente ao Brasil. O mesmo Santos, em busca de um goleiro para interceptar cruzamentos, contratou Agostín Mario Cejas.

A imigração de ‘boleiros’ argentinos começou a ganhar destaque nos anos 40, quando o Palmeiras foi buscar o zagueiro Luis Villa, de estilo clássico. Em seguida o São Paulo trouxe o meia Sastre, quando já contava com o futebol elegante do então zagueiro Armando Renganesch, que posteriormente se transformou num treinador qualificado.

No final da década de 60 do século passado, o Palmeiras foi buscar em Buenos Aires o centrovante Luis Artime, um emérito cabeceador. No mesmo período, passou quase que despercebido no Juventus - clube da capital paulista - o então jogador Cesar Luis Menotti, que posteriormente conquistou o título mundial como técnico da Seleção Argentina na Copa do Mundo de 1978.

Na mesma época, o Cruzeiro contou com o eficiente do zagueiro Perfumo, enquanto o Flamengo se valia dos gols do centroavante Doval, que morreu aos 46 anos de idade, em 1991, ao sofrer enfarte fulminante.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Picasso, goleiro acusado de não enxergar à noite

O ex-meia Alex do Palmeiras - hoje treinador - usava lentes de contato para correção de astigmatismo e miopia. Idem para o também ex-meia Kaká, da Seleção Brasileira, diferentemente de boleiros de décadas passadas que viam tudo embaçado à frente e se recusavam usar às tais lentes.

Bastava o saudoso goleiro Orlando Gato Preto, da Portuguesa, ser traído por bolas defensáveis em jogos noturnos para ser acusado de não enxergar direito, como também suspeitaram de deficiência visual do também goleiro Wendell, após a segunda partida do Guarani na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1982, contra o Flamengo, em Campinas, ao ‘aceitar’ chute relativamente fraco do ex-meia Zico, do meio da rua.

O goleiro Picasso foi vítima de mesma acusação nos tempos de Grêmio portoalegrense no triênio de 1972 a 1975. A cada gol sofrido de longa distância à noite reabria-se o polêmico discurso. A contrapartida era a concordância de que em jogos diurnos o reflexo era apuradíssimo, aliado a colocação sempre adequada.

Embora com histórico de sete derrotas, cinco empates e uma vitória em Grenais, Picasso ficou 611 minutos sem sofrer um gol sequer no tricolor gaúcho, num time formado por Picasso; Everaldo, Anchieta, Beto e Jorge Tabajara; Carlos Alberto e Ivo; Catarina, Oberti, Lairton e Loivo.

O encerramento da carreira foi no Santa Cruz (PE) em 1976. Ficou a biografia com o título do Campeonato Paulista pelo Palmeiras em 1963, após goleada por 3 a 0 sobre o Noroeste, nesse time: Picasso; Djalma Santos, Djalma Dias, Carabina e Vicente; Zequinha e Ademir da Guia; Julinho, Servílio, Vavá e Gildo. Nos dois anos subseqüentes foi reserva de Valdir Joaquim de Moraes.

Em decorrência disso, ficou amargurado com a carreira de atleta sem prosperidade e decidiu abandoná-la, ocasião que optou pelo trabalho como metalúrgico na Volkswagem. Três meses depois foi convencido voltar aos gramados pelo então treinador do Juventus, Sylvio Pirilo. Pronto. Reacendia ali o Picasso predestinado a fazer sucesso no futebol, tanto que o São Paulo foi buscá-lo em 1967.

Quando já estava se acostumando com convocações à Seleção Brasileira, numa partida do tricolor paulistano contra o Santos foi vítima de fratura no pé. Como a lesão travou-lhe a carreira, optou sair de cena e residir em Porto Alegre (RS). Agora está com 86 anos de idade.

domingo, 23 de novembro de 2025

Ataliba, ponteiro-direito de Juventus e Corinthians

O atual estilo de jogo de clubes brasileiros de se fecharem na defesa, quando atacados, já era aplicado pelo Juventus da capital paulista na década de 70 do século passado. Naquela época sobravam críticas decorrentes do esquema adotado, quando priorizava jogadas de velocidade em contra-ataques, naquilo que se convencionava citar jogaf por uma bola.

E o atacante encarregado daquela atribuição era o ponteiro-direito Ataliba, que na maioria das vezes construía e completada as jogadas, ocasionando as chamadas zebras inimagináveis no meio esportivo, princialmente em jogos contra o Corinthians, que o contratou em 1982, paradoxalmente clube que o reprovou em treinos-peneiras nas categorias de base, em 1969.

Foi quando o futebol varzeano o acolheu e permitiu que ganhasse notoriedade, tanto que o Juvetus tratou de buscá-lo sem que fosse aproveitado de imediato na equipe principal. Assim, foi ganhar experiência nos empréstimos na Esportiva Guaratinguetá, Catanduvense e Rio Claro.

No retorno, o então treinador Candinho o remanejou de função, trocando a meia-direita para ponteiro. E aquele rendimento bem superior despertou interesse do Corinthians, que o contratou, ocasião que confessou sempre dar sorte quando o enfrentava. “Eu já era corintiano desde criança e tinha que dar o meu melhor. Fazia gols contra o Santos, contra o São Paulo, mas contra o Corinthians... Ah, o Corinthians. É o nome, né? Dá status”.

Aquela época o clube tinha o bordão de 'Democracia Corintiana', e ele teve participação decisiva na conquista do título estadual de 1982, na finalissima contra o São Paulo, no Estádio do Morumbi. quando foi autor de jogada genial que resultou no gol de Casagrande, o terceiro na vitória por 3 a 1.

No ano seguinte confessou nunca ter passado tanto frio como na excursão do clube ao Japão. E no Tomão permaneceu até 1984, transferindo-se ao Santos, onde encontrou com o ponteiro-esquerdo João Paulo, então um desafeto com transformação em amizade. Outro caso de inimizade revertida foi com o saudoso quarto-zagueiro Pinheirense, da Ferroviária de Araraquara. “Ele era muito violento”.

Depois do Santos, Ataliba jogou no Santa Cruz e perambulou por times do Nordeste e interior paulista. Bem humorado, diz que foi um dos grandes atacantes do futebol brasileiro. "Sempre era o melhor em campo", diz Ataliba, entre risos.


domingo, 16 de novembro de 2025

Zagueiro Fernando Narigudo não se incomodava com o apelido


É praxe a ocupação deste espaço para reverenciar craques do passado, mas há circunstâncias de curiosidades que convém lembrá-las aqui. Outrora não havia constrangimento chamar jogadores pelos apelidos, por mais insultantes que pudessem ser caracterizados. A partir da década de 90 do século passado, homens ligados à veículos de comunicação que se atrevessem a assim citá-los eram advertidos por treinadores e cartolas de clubes.

Século passado, nos anos 60, veio do Santos para o Guarani o lateral-direito Cido Jacaré. A rigor, o clube parecia predestinado ao convívio com atletas de tinham apelidos, pois isso também ocorreu com o lateral Mauro Cabeção, ambos falecidos. Em 1980, o clube recebeu do Gama de Brasília o meia-atacante Ernani Banana, com passagem seguinte pela Portuguesa.

Insere-se no contexto o saudoso volante Gilmar Fubá, que foi campeão mundial pelo Corinthians em 2000. Tanto a Lusa como o Inter (RS) contaram com atletas diferentes apelidados de Pinga. E o atacante Flávio Caça Rato não se insultava quando assim era identificado nas passagens por Santa Cruz (PE), Guarani e Remo (PA).

Logo, com tantos exemplos, por que o quarto-zagueiro Fernando Narigudo iria se incomodar quando assim o chamavam. Formado nas categorias de base do Comercial de Ribeirão Preto e revelado em 1974, ele foi contratado pelo Santos na temporada seguinte, com participação no título paulista de 1978. Aquele elenco foi batizado de 'Meninos da Vila', sob o comando do treinador Chico Formiga, já falecido.

E lá permaneceu por quatro anos, quando se caracterizou como aceitável marcador, sabia se impor no jogo aéreo, e mesmo sem técnica apurada sabia fazer o simples na saída de bola da defesa.

Do Santos, passou por Londrina, Náutico e Marília, até que em 1986 integrou o elenco do Guarani vice-campeão brasileiro, na reserva de Ricardo Rocha. Depois, esteve vinculado ao Atlhetico-PR, União São João, Nacional (SP), Grêmio Sãocarlense, Bandeirante, Paraguaçuense e encerrou a carreira na Matonense, em 1992.

Incontinenti, Fernando Guisini Neto, que em março passado completou 71 anos de idade, decidiu ingressar na carreira de treinador, no mesmo clube, intercalando passagens na categoria Sub-20 e profissional no interior paulista, como Taquaritinga, Marília, Joseense, Paraguaçuense, Flamengo de Pirajuí e Náutico de Roraima.


domingo, 9 de novembro de 2025

Leonardo, mais um lateral-esquerdo que virou meia

 

Aquele Leonardo lateral-esquerdo do Flamengo, São Paulo, Seleção Brasileira e futebol europeu é mais um dos exemplos daqueles atletas que esbanjavam técnica na posição e foram remanejados à função de meia-de-armação. Lógico que neste quesito o atleta de mais notoriedade foi Júnior, que começou e encerrou a carreira no Flamengo. E a mudança de posição ocorreu na passagem pelo Torino (ITA), quando fez a exigência.

A lista da transformação de laterais-esquerdos em meias passa pelo outro Júnior, com carreira no São Paulo, Palmeiras, e nova experiência a partir de 2009 no Atlético Mineiro. O mesmo ocorreu com Zé Roberto, inicialmente defensor na Portuguesa, porém com postura mais adiantada no futebol alemão, depois Grêmio e Palmeiras até os 43 anos de idade.

Felipe, que começou a história no Vasco em 1996, lá mesmo foi transformado em meia, e ratificou o estilo na Roma (ITA). E um caso que muitos desconhecem é o de Éverton Ribeiro, que nos primeiros anos de Corinthians foi lateral-esquerdo. Resolveram adiantá-lo como atacante de beirada no São Caetano, mas foi no Coritiba que descobriram a real posição dele de organizador de jogadas, por dentro.

Leonardo Nascimento de Araújo, natural de Niterói (RJ), que completou 56 anos de idade em setembro passado, teve carreira iniciada no Flamengo em 1987 e encerrada na temporada 2002/2003 no Milan (ITA), com passagens anteriores no Valência, Paris Saint-Germain e Kashima Antlers do Japão, e principalmente o São Paulo por três vezes, onde foi fixado como meia-esquerda na conquista da Libertadores da América de 1993, e campeão mundial no Japão, no final do mesmo ano, marcando muitos gols.

Quando foi medalhista no tetracampeonato da Seleção Brasileira na Copa do Mundo dos Estados Unidos em 1994, atuou como lateral-esquerdo, deixando Branco na reserva, até que, ao desferir cotovelada no jogador Tab Ramos, dos Estados Unidos, foi expulso, cumpriu suspensão e aí perdeu a posição de titular.

Quatro anos depois, no Mundial da França, ele atuou como meia-esquerda no selecionado, ficando a lateral para Roberto Carlos, ocasião que o Brasil foi vice-campeão, ao perder para a França, de Zidane, por 3 a 0.

Em 2003 passou a intercalar os cargos de diretor de futebol e treinador em clubes como Paris Saint-Germain da França, Antalyaspor da Turquia, Milan e Internazionale da Itália.



domingo, 2 de novembro de 2025

Outubro assado marcou dez anos da morte do goleiro Barbosinha, do Corinthians

 O dia 20 de outubro passado marcou o décimo ano da morte do goleiro Barbosinha, na capital paulista, vítima de câncer, aos 74 anos de idade. Ele teve passagem pelo Corinthians basicamente em 1967, quando foi acusado de ter sido responsável direto na derrota para o Palmeiras por 2 a 0, no dia 17 de novembro daquela temporada, no Estádio do Pacaembu.

Ele foi acusado diretamente pelo saudoso presidente Wadih Helu de culpa nos dois gols de faltas marcados pelo atacante palmeirense Tupãzinho, também falecido, o que provocou revolta de corintianos membros da torcida organizada Gaviões da Fiel, ocasião que Wadih cumpria mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo, inicialmente eleito pela Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido político atrelado do governo federal no período da ditadura militar.

Barbosinha surgiu no Corinthians após fases de instabilidade dos goleiros Mário, Heitor, Cabeção e Marcial em 1966. Na prática, ele nunca se firmou como titular, alternando-se na meta com Marcial. Por isso, segundo o almanaque do clube, totalizou apenas 34 jogos com a camisa corintiana, um dos últimos deles naquela fatídica derrota para o Verdão,

Barbosinha esteve longe de ser o goleiro ideal para o Corinthians, embora rotulado de ‘Nego Gato’, apelido parodiando título de música do cantor Roberto Carlos. Na época, ele era mais citado pelos saltos e semelhança física com o goleiro Barbosa da Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 1950, culpado pelos gols sofridos e marginalizado pela perda do título no Estádio do Maracanã, com a derrota para o Uruguai por 2 a 1.

Na temporada de 1967, o time do Corinthians mandava jogos no Estádio Alfredo Schurig, o Parque São Jorge, comandado pelo saudoso treinador Zezé Moreira, e formado por Barbosinha (Marcial); Galhardo (Jair Marinho), Ditão, Clóvis e Maciel; Dino Sani e Rivellino; Bataglia, Nair, Flávio e Gilson Porto.

Com espaço encurtado no Corinthians, Barbosinha seguiu trajetória no Athetico Paranaense, que havia montado time de medalhões, entre eles o lateral-direito Djalma Santos, zagueiro Belini, volante Zequinha e ponteiro-direito Gildo. Depois, antes de encerrar a carreira, passou discretamente pelo Tiradentes do Piauí, e voltou para São Paulo, onde se aposentou exercendo a função de fiscal da prefeitura, com o crachá indicando o nome de Lourival de Almeida Filho.


domingo, 26 de outubro de 2025

Richarlyson, mais uma exemplo de irmãos no futebol

 São incontáveis os exemplos de irmãos jogadores de futebol. Os paraguaios Ángel e Óscar Romero, no Corinthians e Inter (RS) respectivamente, representam um dos casos e ainda estão na ativa. O ex-meia Edu Antunes, que fez sucesso no América (RJ), irmão mais velho do astro Zico, fez parceria com ele no Flamengo em 1976, nem sempre como titular.

De todos os casos, nada se compara ao saudoso Sócrates e seu irmão Raí, pois ambos integraram a Seleção Brasileira.

O lateral-direito Zé Maria, quando vinculado ao Corinthians, teve a ingrata missão de marcar o seu irmão Tuta, um rápido ponteiro-esquerdo da Ponte Preta.

São raros aqueles que tiveram conhecimento do irmão do saudoso 'rei' Pelé, apelidado de Zoca, pois ambos atuaram juntos no Santos no biênio 1961/62, mas naturalmente ele como reserva daquele timaço, entrando de vez em quando na ponta-direita, no lugar de Dorval. E por ter a exata leitura de sua não prosperidade no futebol, Zoca acertou ao mudar para o ramo de administração dos negócios empresariais de Pelé, e ambos já falecidos.

Um exemplo que transcende irmãos coloca o pai no bojo, caso da família Felisbino, pois antes de Richarlyson e Alecsandro entrarem em cena o pai deles, Lela, já brilhava no futebol, com projeção no Noroeste de Bauru ao título do Brasileirão em 1985 pelo Coritiba.

Richarlyson ganhou notoriedade como volante de invejável condicionamento físico e capacidade para o desarme, na maioria das vezes antecipando ao adversário.

Como era canhoto de muita verticalidade, não estranhou adaptações em outras posições. Deu conta do recado quando escalado como lateral-esquerdo. Até quando improvisado como zagueiro, quando a composição programada era de um trio na última linha defensiva, correspondia.

A ascensão na carreira de Richarlyson foi identificada no Santo André até chegada ao São Paulo em 2005, como partícipe do título da Libertadores, com repetição deste expediente no Atlético Mineiro em 2013, porém na condição de reserva, no ano em que atuou juntamente com o irmão Alecsandro.

Curiosamente, na temporada seguinte, revoltado com arbitragem, anunciou despedida do futebol, em decisão impensada, porque logo em seguida recuou e continuou a trajetória até 2021 no Noroeste, sendo que quatro anos antes esteve vinculado ao Guarani, por curto período, já sem aquela singularidade, e hoje atua como comentarista do Grupo Globo de Comunicação.


sábado, 18 de outubro de 2025

César, goleiro de 1,75m de altura, jogou no Corinthians

Como há mais de 20 anos faço produção recontando histórias de atletas do passado, havia disposto mostrar que goleiros de média estatura perderam definitivamente espaço no futebol, ocasião que surgiu como exemplo o alagoano César, pela passagem no Corinthians entre 1981 e 1982, totalizando 58 jogos.

Observação: cabe distingui-lo do goleiro Júlio César que passou pelo elenco corintiano de 2005 a 2014 e, quando do desligamento, entrou com processo contra o clube na Justiça Trabalhista, alegando cobrança de férias, 13º salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e outros atrasos.

O Carlos César de Oliveira citado, de meados da década de 80, tinha 1,75m de altura e atuou ao lado de jogadores consagrados como o saudoso Sócrates, Zenon, Biro-Biro, Casagrande e Wladimir, participando da campanha da Taça de Prata de 1982, que levou o clube de volta à disputa da primeira divisão do nacional no mesmo ano, sendo titular até a eliminação contra o Grêmio (RS).

Na busca de detalhes adicionais, além da elasticidade para saltos e natural deficiência na bola aérea adversária, confesso falha pela desinformação, pois apenas agora constatei que ele morreu no dia 20 de junho do ano passado, em Maceió (AL).

Ele estava com 69 anos de idade, e a morte ocorreu em decorrência de infecção generalizada. Dez dias antes, havia sofrido uma parada cardíaca e estava internado desde então no Hospital Geral do Estado de Alagoas, em Maceió. Ao se desligar do Corinthians, ainda registrou passagens pelo Asa de Arapiraca (AL), Juventus (SP), Flamengo do Piauí e CRB, clube que coincidentemente iniciou e terminou a carreira em 1987, com histórico de tetra campeão alagoano de 1976 a 79.

Ao sair de cena do futebol, só voltou a ser lembrado anos atrás, flagrado como comerciante, ao 'tocar' um bar na beira do rio Pium, em Natal (RN). Posteriormente regressou a Alagoas como vendedor de lanches em barraca na Praia do Francês, em Maceió, embora tivesse fixado residência na cidade de Marechal Deodoro (AL), onde no final de maio de 2017 sua casa foi inundada com a forte enchente na cidade, provocando prejuízo.

Na ocasião, ele confessou que trabalhava juntamente com a sua mulher e ganhava R$ 2 mil por mês, justificando que dava para quebrar o galho. Lamentou apenas a necessidade de vender o seu carro, justificando a necessidade de fazer cirurgia no dente.

domingo, 12 de outubro de 2025

Ex-atacante Rogério, de boleiro a pastor

Rogério, Gerson, Jairzinho, Roberto Miranda e Paulo Cesar Caju formaram uma das mais respeitáveis linhas de frente do Botafogo (RJ) no biênio 1967/68, culminando com a conquista do bicampeonato estadual. Desse quinteto, só Rogério não integrou o grupo do tricampeonato mundial pela Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 1970, no México. Dias antes, uma lesão muscular implicou no corte, e o então goleiro Emerson Leão ocupou a vaga.

De volta ao Botafogo, a torcida regozijou-se com o seu futebol hábil e veloz. O arranque era impressionante. Com passadas largas chegava facilmente ao fundo do campo, ou fechava em diagonal rumo ao gol adversário. O estilo era semelhante ao de Renato Gaúcho, que fez sucesso no Grêmio e principais clubes cariocas.

O apelido de Rogério Ventilador foi decorrente dos movimentos com o braço quando driblava. Propositalmente ou não, muitas vezes mantinha seus marcadores distantes. Naquela década de 60 torcedores, flamenguistas eram chamados de urubus pelos rivais. Motivo: a maioria era afrodescendente e pobre. Assim, um grupo de rubro-negros levou a ave escondida para o Estádio do Maracanã e, ao soltá-la, ela debandou para o setor dos torcedores botafoguenses, naquele confronto em 1969. Pronto. A partir daí o Flamengo adotou o símbolo do urubu.

O destino reservou passagem de Rogério também pelo Flamengo, clube escolhido para o encerramento da carreira em 12 de dezembro de 1973, na vitória sobre o Olaria por 2 a 1. E diferentemente dos companheiros que preferem prosseguir no futebol em outras funções, ele cursou Direito e foi advogar.

Depois enfrentou o duro golpe da perda do filho com cinco dias de vida, e só se reencontrou após ingresso na Igreja Messiânica, cuja doutrina é vida mais espiritualista. E de simples membro atingiu o posto de pastor, identificado como reverendo Rogério Hetmanek, que ensinava o conceito de Meishu-Same, que “quando alguém morre e tem muito apego a este mundo, se reencarna mais cedo, porque o mundo espiritual é mais rigoroso, e quanto mais tempo o espírito lá permanecer, mais será purificado”.

Se Rogério repetia nos microfones a obrigatória introdução 'ouvintes meus cumprimentos', agora, aos 77 anos de idade, tem um currículo de quem publicou o livro ‘O Patriarca’. Assim, seu vocabulário faz inveja aos mais cultos dos boleiros.


domingo, 5 de outubro de 2025

Adeus ao então meia Edu Manga

Num mundo com prevalecimento da demagogia, tem gente que supostamente nunca ouviu falar no então meia Edu Manga e agora aparece registra 'com profundo pesar a morte dele', ocorrida neste três de outubro, aos 58 anos de idade. Por sinal, clubes de futebol geralmente adotam essa postura em redes sociais de 'profundo pesar', quando dessas citações de falecimento.

Ora, quem havia lembrado que Edu Manga estava internado em Barueri (SP) - cidade em que nasceu -, para tratamento de problemas renais? Revelado nas categorias de base do Palmeiras, e inicialmente identificado como Edu - como convém à abreviação de quem chama Eduardo -, coube ao ex-lateral-esquerdo Denys - igualmente formado no clube - acrescentar 'Manga' com a questionável justificativa de cabelos encaracolados.

Assim, Eduardo Antônio dos Santos ascendeu a equipe principal em 1985 e se caracterizou como típico ponta-de-lança com facilidade para se desvencilhar de marcadores e acelerar jogadas, quando se aproximava da área adversária, quer para assistências, quer para as conclusões. Pela boa visão de jogo, também desempenhava o papel do meia organizador, quando recuava para participar da construção.

Essas virtudes recomendaram que fosse convocado à Seleção Brasileira, inicialmente através do saudoso treinador Carlos Alberto Silva e depois Sebastião Lazaroni, com participação em nove jogos oficiais. No Palmeiras, Edu Manga se desligou em 1989, com histórico de 188 jogos e 44 gols.

Na sequência, parte da década seguinte foi marcada em agremiações do exterior como Santa Fé da Colômbia, Club América do México, Emelec do Equador, Real Valladolid e CD Logroñes da Espanha, Universidad Católica do Chile e Shimizu S-Pulse do Japão.

Ainda no futebol brasileiro, ele teve passagem por apenas 17 partidas pelo Corinthians, em 1992. Também jogou no Guarani em 1996, já sem a repetição do futebol demonstrado na década anterior.

E atuações com oscilações também foram registradas nos demais clubes que esteve vinculado, casos de Athletico-PR, Sport, Remo e Náutico, para, nos últimos anos de carreira enfrentar aquilo que se convencionava chamar de 'estrada da volta do futebol', em clubes como Rio Branco de Americana (SP) e Figueirense em 2002, onde ficou marcada a despedida enquanto atleta, para posteriormente cair nos ostracismo e rarissimamente ser citado pela mídia.


domingo, 28 de setembro de 2025

Adeus ao volante Paulinho, do Corinthians, dos anos 80

Desportistas, em geral, devem tomar os devidos cuidados ao anunciarem a amigos a morte do volante Paulinho, do Corinthians, pois o clube contou com dois jogadores com o mesmo apelido e que atuaram na mesma posição, coincidentemente em elencos vencedores. Quem morreu foi aquele Paulinho primeiro volante, estilo 'caçador', portanto o distinguia do Paulinho segundo volante, campeão da Libertadores e Mundial de Clubes em 2012.

O Paulinho mais recente decidiu pelo encerramento da carreira de atleta no final do ano passado, aos 37 anos de idade, e o nome dele é José Paulo Bezerra Maciel Júnior, paulistano, que optou por migrar à função de executivo de futebol no Mirassol, com início surpreendemente vitorioso na função.

O Paulinho falecido no último sábado - de causa não informada -, aos 68 anos de idade, é o recifense Paulo Rogério Albuquerque e Sousa, formado nas categorias de base do Náutico e integrou o selecionado brasileiro de juniores em 1975. Ainda no Timbu ele conquistou titulos estaduais no biênio 1978/79, jogando ao lado do ex-centroavante Dadá Maravilha.

A chegada ao Corinthians ocorreu em 1981 e participou do quarteto de meio-de-campo ao lado de Biro-Biro, Zenon e Sócrates, na época da 'Democracia Corintiana', nos títulos paulistas do biênio 1982/83, sendo a última conquista na vitória sobre o São Paulo por 1 a 0, gol do do saudoso Sócrates, em equipe que contava com essa formação: Solito; Alfinete, Mauro, Juninho e Wladimir; Paulinho, Biro-Biro, Zenon e Sócrates; Wagner e Eduardo Amorim.

Por alguma razão o centroavante Casagrande não participou daquela partida, com público de 79.864 torcedores, no Estádio do Morumbi, em ano que Paulinho teve atuações mais regulares, ao colocar em prática o característico estilo de muita raça, que se identifica muito com torcedores corintianos

Em 1985 ele deixou o clube totalizando 203 partidas e ter marcado nove gols, porém outros dois contra. Na sequência atuou no Palmeiras sem a citada relevância, para na sequência entrar na tradicional estrada da volta no futebol em clubes de portes menores como Novorizontino, Anaolina, Taubaté, Matonense e Lemense.

O encerramento da carreira deu-se em 1992 e, com o característico sorriso dos tempos de atleta, montou uma escolinha de futebol na capital paulista, para transmitir à garotoada a experiência adquirida na trajetória.


domingo, 21 de setembro de 2025

 

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Ponteiro Paraná jogou bola até os 73 anos de idade



Algumas singularidades relacionadas a ex-atletas profissionais de futebol são de desconhecimento da maioria. Uma delas é que alguns desafiaram o tempo e continuaram 'batendo uma bolinha' depois dos 70 anos de idade, quer em treininhos, quer alguns minutos durante jogos amistosos em clubes sociais e comunidades.

O exemplo mais claro é o ex-meia Ademir da Guia, o 'Divino', que marcou época na 'Academia' do Palmeiras. Pois ele, pelo que se tem conhecimento, há cerca de quatro anos ainda continuava se uniformizando e calçando 'botina' para jogar futebol. Isso quando já havia 'batido' na casa dos 77 anos de idade.

Outro que demorou para se desgrudar da bola foi o então ponteiro-esquerdo Paraná, coincidentemente xará do 'Divino', pois o nome de registro dele é Ademir de Barros, com trajetória ascendente em clubes como São Bento e São Paulo, nas décadas de 60 e 70 do século passado.

Quis o destino que ambos - rivais naquela época - estivessem juntos em jogo amistoso comemorativo a quem já havia completado 70 anos de idade em 2014, no campo do Cambuí, em Campinas. Ele foi do tempo que a função do então ponteiro era se posicionar nos lados do campo, abusava dos dribles, arrancada com a bola em velocidade e cruzava, visando centroavantes e meias para complemento de jogadas.

Logo, se Paraná sabia desempenhar bem essa função, raramente infiltrava-se por dentro para finalizações e registro de gols era uma raridade, exceto quando se atrevia às cobranças de falta, pois tinha a virtude de pegar bem na bola. Isso se repetiu mais vezes em 1970, ano do título paulista do São Paulo, com quebra de jejum de 13 anos.

O saudoso Zezé Moreira era o treinador, em equipe que contou com essa formação: Sérgio; Forlan, Jurandir, Roberto Dias e Gilberto (Tenente); Edson e Gérson; Paulo, Terto, Toninho e Paraná, que igualmente fazia a recomposição para ajudar o meio de campo.

Por que ficou com o apelido de Paraná? Porque nasceu em Cambará, naquele Estado, em março de 1942. No São Paulo ficou de 1965 a 1973, quando atritou com o saudoso treinador Telê Santana, porque recusava-se ficar na reserva. Assim, rodou por clubes como Tiradentes (PI), Operário (MS), Colorado e Londrina (PR), Francana e Barra Bonita. Ele integrou a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966, e hoje curte a aposentadoria em Sorocaba, cidade escolhida para se radicar


domingo, 14 de setembro de 2025

Narciso, exemplo de superação

 Há histórias que valem ser recontadas, e uma delas já postei aqui há oito anos, ao lembrar que 27 de setembro é um dia especial para o ex-zagueiro Narciso, do Santos, por se tratar do Dia Nacional do Doador de Órgãos, quando terá motivos de sobra para repetir sua heróica história de perseverança, ao vencer a leucemia mielóide crônica.

Ele foi diagnosticado com a doença em 2000, e a projeção médica era de 30% a 40% de chances de sobreviver. Mas foi curado após período de sessões de quimioterapia até o transplante de medula óssea. E quis o destino que voltasse a jogar futebol no Peixe, três anos depois.

Entretanto, ficou desestimulado para sequência na carreira devido à insistência do então treinador Vanderlei Luxemburgo em deixá-lo entre os reservas. Assim, em seis meses, após a cirurgia, jogou só cinco vezes e pendurou as chuteiras aos 31 anos de idade.

Este sergipano de Neópolis, nascido em dezembro de 1973, começou no Corinthians de Alagoas. A primeira experiência no futebol paulista foi no Paraguaçuense. Depois, transferiu-se ao Santos, passou rapidamente pelo Flamengo, por empréstimo, e, mais experiente, não estranhou adaptação à função de volante.

Ele foi medalha de bronze com a seleção olímpica do Brasil em 1996, em Atlanta (EUA), e atuou oito vezes na seleção principal do País, entre 1995 e 1998. A mais gratificante experiência como jogador foi no time santista de 1995, vice-campeão brasileiro, formado por Edinho; Marquinho Capixaba, Ronaldo Marconato, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos, Giovanni, Robert e Jamelli; Camanducaia e Marcelo Passos. O Botafogo (RJ) foi campeão.

Foi o Santos, também, quem lhe abriu as portas para ingressar na função de treinador, nas categorias de base, e assim percorreu vários clubes, alguns deles profissionais, como Linense, Penapolense e Operário (MT), até 2016.

Por gratidão a benção recebida, promove jogos beneficentes para doação de alimentos à Nacac (Núcleo de Amparo a Crianças e Adultos com Câncer), Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e Lar Santo Expedito, entidades de Santos.

Também é requisitado frequentemente para palestras às pessoas vitimadas por doenças graves, quando narra a sua história de superação e consegue estimular pacientes. O transplantado é monitorado pelo resto de sua vida, o que estreita laços com a equipe médica que o assistiu.



terça-feira, 9 de setembro de 2025


Sávio formou o trio com Romário e Edmundo no Flamengo


Na década de 90 do século passado, o Flamengo contou com o atacante canhoto Sávio, que ainda menino integrou as divisões de base da Desportiva Ferroviária (ES), e chegou à Gávea em 1988, aos 14 anos de idade. Com 1,76m de altura, ele valia-se da velocidade e habilidade, com previsão para o surgimento de um 'novo Zico', até pelo biotipo de físico franzino e suscetível às faltas.

E não é que esse capixaba Sávio Bortolini Pimentel, natural de Vila Velha, que em janeiro passado completou 51 anos de idade, deixou o ex-centroavante Ronaldo Fenômeno na reserva no título do pré-olímpico e a medalha de bronze das Olimpíadas de 1996, em Atlanta, considerado destaque daquela Seleção Sub-23! E ainda chegou a atuar na Seleção Brasileira principal em 1999 e 2000, quando defendia o Real Madrid.

Esse currículo contrasta com aquilo que passou em 1995, quando o Flamengo montou no papel o ataque dos sonhos, a princípio projetado como o melhor do País naquela temporada, pois juntavam-se a Sávio talentosos contratados como Romário e Edmundo, lembram-se?

Então, por que aquela junção de craques deixou o Flamengo até correr risco de rebaixamento do Campeonato Brasileiro daquela temporada? Ainda bem que a vitória por 1 a 0 sobre o Criciúma serviu de 'respiro' naquele momento difícil, mas o que se questionou foi por que o clube ficou naquela situação, ao contar com o ataque dos sonhos de qualquer torcedor?

A rivalidade entre Romário e Edmundo atrapalhou, mas quando perguntado se o rendimento da defesa da equipe estava distante do ataque, Sávio desconversou, mas não desmentiu. E tudo mudou em 1996 com a saída de Edmundo para o Corinthians, quando Sávio continuou no Flamengo por mais dois anos, com transferência ao Real Madrid (ESP). Só que lá teve problemas de lesões e perdeu espaço na temporada de 2001/02 com a chegada ao clube do craque francês Zinédine Zidane.

Assim, foi emprestado ao Bordeaux, da França. Na sequência ao Zaragoza, até a volta ao Flamengo em 2006, marcada por curta passagem e atuando apenas em dez jogos. Na volta ao exterior, no Real Sociedad e Levante, não foi bem-sucedido, o que provocou retorno ao Brasil e na Desportiva Ferroviária (ES), em prenúncio de final de carreira, que ocorreu em 2010, no Avaí , quando passou a se dedicar a empreendimentos pessoais, um deles empresa de gestão esportiva.


segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Roque Júnior, zagueiro que marcou época na Seleção Brasileira



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Pontepretano sofre, mas vê o seu clube com um pé na Série B



Ponha dramaticidade nesta vitória da Ponte Preta sobre o Náutico por 1 a 0, na tarde/noite deste sábado, no Estádio dos Aflitos, em Recife (PE).

Ao chegar aos nove pontos nos três jogos desta segunda fase da Série C do Brasileiro, a Ponte Preta deu um passo gigantesco para retorno à Série B.

Teoricamente, mais uma vitória nos três jogos restantes será suficiente para que cumpra o objetivo.

AFLIÇÃO DOS TORCEDORES

Foi um segundo tempo de aflição para ambos os lados.

Como a Ponte Preta estava em vantagem no placar, com gol de seu atacante Jonas Toró, abdicou totalmente de atacar.

Isso porque o Náutico se lançou decisivamente ao ataque, teve mais posse de bola, a encurralou, embora com carência de capacidade ofensiva.

O torcedor do Náutico roeu unhas e se desesperou pela falta de organização de sua equipe, para chegar ao gol de empate.

Mesma situação foi vivenciada pelo torcedor pontepretano, que via a bola rondar a sua meta durante todo o segundo tempo.

Por isso imaginava o risco iminente de, em lance furtuito, sair o gol de empate.

Na prática, méritos para a Ponte Preta que adotou uma eficiente malha de marcação, fechando bem os espaços por dentro, oferecendo apenas os lados do campo ao adversário.

Aí, como o mandante não teve capacidade para furar o ferrolho, na maioria das vezes os seus jogadores alçaram bola para o interior da área, sempre rechaçada pela malha de marcação pontepretana, com quase todos os jogadores, exceto o centroavante Jeh.

DIOGO SILVA

Mesmo assim, não fosse a atuação destacada do goleiro Diogo Silva, de certo a Ponte Preta não traria a vitória de Recife.

A defesa no minuto final de partida, aos 51 minutos do segundo tempo, foi impressionante.

O chute de Hélio Borges tinha endereço certo no ângulo direito, ocasião que o goleiro voou e defendeu.

Outra defesa que cabe destacar foi a finalização do atacante Igor Bolt, quando Diogo Silva mostrou reflexo para praticar a defesa com o pé esquerdo, aos 13 minutos do segundo tempo.

INÍCIO DA PONTE

A Ponte Preta entrou em campo disposta a colocar em prática uma postura ofensiva, em prenúncio de jogo 'pau a pau', nos primeiros minutos.

Todavia, a primeira chance real para abertura do placar coube ao Náutico, logo aos 13 minutos.

Foi quando o atacante Vinícius cruzou e o seu parceiro de ofensiva Igor Bolt cabeceou, exigindo reflexo do goleiro pontepretano Diogo Silva, para praticar defesa no canto esquerdo.

Outra jogada ofensiva do Náutico, ainda pela direita, terminou com cruzamento do lateral Arnaldo e complemento de Vitinho, para nova defesa de Diogo Silva, aos 17 minutos.

GOL DE TORÓ

No lance seguinte, aos 18 minutos, em arrancada da Ponte Preta pela direita, o meia Élvis serviu o lateral Pacheco, que teve liberdade para trabalhar a jogada.

Com consciência, ele fez um passe 'açucarado' para o atacante Jonas Toró, livre de marcação, pela meia esquerda, já dentro da área, para finalização certeira no canto direito do goleiro Muriel: Ponte Preta 1 a 0.

O Náutico sentiu o gol e se desestruturou durante o primeiro tempo, embora mantivesse a iniciativa de atacar.

Como a Ponte Preta correu bastante durante o primeiro tempo, com insistente vaivém de seus atacantes de beirada Toró e Bruno Lopes, houve queda ofensiva do rendimento de ambos, que acertadamente foram substituídos.






Roque Júnior, ex-zagueiro de carreira consagrada no futebol brasileiro e exterior, é um exemplo de atleta que soube aplicar bem o dinheiro ganhado, em decorrência dos lucrativos contratos feitos ao longo da trajetória, que permitiu-lhe uma vida estável e confortável com a família.

Ao completar 49 anos de idade neste 31 de agosto, o que ele fez questão de não mudar foi o visual de longos cabelos crespos, tratados na base de trancinhas, o que contrasta com a aparição do futebol em sua cidade natal em Santa Rita do Sapucaí, na região Sul de Minas Gerais, hoje de 43.753 habitantes.

Foi lá, no Santarritense, que ele deu início à carreira de atleta com cabelos bem curtinhos, e assim chegou na condição de reserva do Palmeiras, em 1995. E aquela situação se prolongou por aproximadamente dois anos, só modificada com a chegada ao clube do então treinador Luiz Felipe Scolari - o Felipão -, que constatou o desperdício do não aproveitamento de um zagueiro soberano no jogo aéreo e capacidade para desarmar atacantes adversários.

Efetivado como titular, teve participação ativa nas conquistas de títulos da Copa do Brasil, Copa Mercosul, Libertadores e Torneio e Rio-São-Paulo. Assim, a recompensa foi convocação à Seleção Brasileira, visando à Copa do Mundo de 2002 - disputada no Japão e Coréia do Sul -, ano que o País conquistou o pentacampeonato, e ele participou daquele formato com três zagueiros: ele ao lado de Lúcio e Edmílson.

A rigor, José Vítor Roque Júnior - nome dele de registro em cartório - está caracterizado como décimo zagueiro que mais vezes atuou pela Seleção Brasileira em toda a história, totalizando 49 jogos. Logo, por estar familiarizado com aquele ambiente e boa convivência com o treinador Felipão, foi convidado e aceitou integrar a comissão técnica do selecionado na Copa do Mundo de 2014, sediada no País.

Em clubes do exterior, Roque Júnior atuou pelo Milan, Leeds United, AC Siena, Bayer Leverkusen, Duisburg, Al-Rayyan e retornou ao Palmeiras em 2008, mas a segunda passagem foi marcada por curto período, com transferência ao Sydney FC da Austrália, até que o ex-colega de Seleção, Juninho Paulista, então presidente do Ituano, reservou-lhe espaço no clube, mas já em final de carreira.

Depois disso, ele ainda tentou ingressar na carreira de treinador, no XV de Piracicaba e Ituano, porém sem sucesso.


domingo, 24 de agosto de 2025

Paulo André, ex-zagueiro que publicou livro

Décadas de 60 e 70 do século passado, era raro o atleta não iniciar uma entrevista para emissoras de rádio sem o uso do decorado bordão 'ouvintes meus cumprimentos'. Depois, mesmo a 'boleirada' se expressando melhor, quem ousou publicar um livro? Pois o ex-zagueiro Paulo André - coadjuvado por editores - lançou em 2012 a publicação 'O jogo da minha vida', que narra a trajetória dele no futebol e reflexões críticas sobre o meio.

Mostrando-se diferenciado também fora de campo, como apreciador de literatura, no ano anterior já havia criado o Instituto Paulo André, uma organização sem fins lucrativos, com o objetivo de oferecer projetos socioeducativos nas áreas de esporte e cultura para que crianças e jovens, com sede em sua cidade natal, Campinas.

Paulo André Cren Benini, que no último 20 de agosto completou 42 anos de idade, na adolescência foi praticante da modalidade de tênis e adepto do futebol de salão, que praticava na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), de sua idade, antes de descobrir a vocação pelo futebol de campo, identificando-se como zagueiro capacitado ao desarme e técnica refinada para valorizar a saída de bola de trás.

Assim, foi levado para a categoria infantil do São Paulo, sem que o sonho de carreira prosperasse. Outra tentativa foi nos juniores do CSA de Maceió, mas por lá ficou apenas três meses. Aí, no regresso a Campinas, perseverante, buscou no Guarani o amparo para a trajetória no futebol e foi bem-sucedido, tanto que o Athetico Paranaense tratou de buscá-lo em 2005, e de lá seguiu para o Le Mans da França. Entretanto, o ápice da carreira ocorreu durante nas cinco temporadas no Corinthians, a partir de 2009, com conquistas da Libertadores, Recopa e Mundial de Clubes. Lá, participou de 155 jogos e marcou nove gols.

A regularidade implicou no interesse de contratação através do Shanghai Shenhua, da China, mas prevaleceu a tese de difícil adaptação a costumes de países asiáticos, e em 2015 estava de volta ao País, atuando pelo Cruzeiro.

Apesar disso, o projeto de encerramento de carreira estava programado no Athletico Paranaense, com trajetória alongada até 2019, e consequente migração à função de executivo de futebol, uma experiência também repetida durante dois anos no Cruzeiro, quando da transformação do clube em SAF, e responsabilidade do ex-centroavante Ronaldo Fenômeno.

domingo, 17 de agosto de 2025

 

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Goleiro Solitinho foi reserva do irmão Solito, no Corinthians



Há histórias no futebol que raramente se repetem. Uma delas da família com o sobrenome Solito, de irmãos que faziam parte do elenco do Corinthians nos anos 80 do século passado, e paradoxalmente disputavam a posição titular de goleiro, com prevalecimento do mais velho entre eles, Cláudio Roberto Solito, o Solito, 68 anos de idade, lançado na equipe profissional do clube em 1975.

Coincidentemente, enquanto Cláudio foi titular na conquista do título paulista da temporadas de 1982, o irmão dele, Carlos Alberto Solito, apelidado de Solitinho, era reserva, com passagens anterior, por empréstimo, no Taubaté (SP) e Náutico (PE). E como não prosperou na meta corintiana - com histórico restrito a 34 partidas - o desligamento ocorreu em 1984, para caminhada em clubes como Botafogo (SP), Santo André, Colorado (PR), União Barbarense e encerramento da carreira no XV de Piracicaba, em 1988.

Para quem ainda não tomou conhecimento, Solitinho morreu m novembro de 2016, aos 56 anos de idade, sem tempo para festejar o aniversário no dia de Natal. Ele travou duras batalhas contra três tumores: na fossa nasal, na região sacrococcígea e na medula espinhal. O câncer na coluna o deixou bem debilitado, colocando-o em cadeira de rodas. E consciente que morreria, havia deixado o recado para que as cinzas, pós-cremação, fossem jogadas no 'terrão', onde jogou nos times de base do Corinthians.

Por sinal, quando disputava campeonatos na categoria dente de leite, no bairro Bom Retiro, em São Paulo, atuava como ponteiro. Casualmente foi improvisado na meta pela ausência do goleiro de sua equipe, correspondeu, e permaneceu na função na trajetória corintiana. Quando era juniores, em 1979, participou de duas partidas pela Seleção Olímpica. Todavia, a passagem no profissional foi marcada por irregularidades e perdeu a posição para o irmão mais velho.

A volta ao Corinthians deu-se como preparador de goleiros, onde conquistou o Brasileirão de 2005. O último clube dele foi o Grêmio Audax, em 2015.

O irmão Solito atua como empresário de confecção de uniformes, e ainda 'bate a sua bolinha' no time masters do Corinthians. A trajetória, enquanto atleta, foi de perda de espaço entre os titulares, inicialmente com a chegada de Emerson Leão, em 1983, e depois de Carlos Ganso, vindo da Ponte Preta na temporada subsequente.

domingo, 10 de agosto de 2025

Mauro Cabeção, boleiro da noite, morte há 21 anos

 O último seis de agosto marcou o 21º ano da morte do polêmico lateral-direito Mauro Campos Júnior, o Mauro Cabeção de Guarani, Portuguesa, Santos, Grêmio (RS) e Cruzeiro, aos 48 anos de idade. A história dele na bola se prolongou no selecionado olímpicos do Brasil nos jogos de Montreal, no Canadá, em 1976, e três vezes na seleção principal, na década de 70.

Segundo versão do delegado de polícia de Nova Odessa (SP) da época, Antonio Donizete Braga, seis disparos tiraram a vida do ex-jogador, em crime passional e encomendado. Dias antes do homicídio a vítima havia registrado boletim de ocorrência com relato de um triângulo amoroso, com envolvimento de sua companheira e uma outra mulher.

O pintor Felipe Delgado aceitou a oferta de R$ 4 mil para a execução de Mauro Cabeção em um bar na periferia de Nova Odessa. E mais: receberia um adicional de R$ 100 por cada disparo. Ele escondeu o rosto com um capuz, mas a polícia desvendou o assassinato qualificado, e a Justiça do município o condenou a 13 anos de prisão em 2007. A companheira de Mauro, acusada de ser mandante do crime, ficou presa por um período.

Mauro foi boleiros da noite que sobreviveu no futebol. Bebia, fumava e se divertia com a mulherada em boates. Apesar de noites mal dormidas, tinha disposição para o trabalho, e marcava bem hábeis ponteiros-esquerdos, mas as vezes apelava. E o vigor físico permitia que também atacasse de forma consciente com cruzamentos que encontravam o atacante de frente para o gol.

Curiosamente não foi a vida desregrada que encurtou a sua vida no futebol. Insistia em jogar apesar de contusão crônica no joelho. No final de uma carreira de pouco mais de dez anos, como não fazia o vaivém constante, optou pela fixação no miolo de zaga, e deu conta do recado, a exemplo dos laterais Carlos Alberto Torres, Leandro e Djalma Santos.

Fora de campo, Mauro era só alegria. Bem que tentou evitar o apelido de cabeção, mas com aquela imensa cabeça seria impossível sustentar tal briga. Também travou uma luta titânica para conseguir aposentadoria e vivia de míseros salários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), até que arrumaram-lhe um emprego de porteiro no ginásio de esportes do Guarani. De lá foi transferido para uma escolinha de futebol mantida pelo clube, e ensinava a molecada carente como se bate na bola.




Vigésimo primeiro ano sem Mauro Cabeção

O último seis de agosto marcou o 21º ano da morte do polêmico lateral-direito Mauro Campos Júnior, o Mauro Cabeção de Guarani, Portuguesa, Santos, Grêmio (RS) e Cruzeiro, aos 48 anos de idade. A história dele na bola se prolongou no selecionado olímpicos do Brasil nos jogos de Montreal, no Canadá, em 1976, e três vezes na seleção principal, na década de 70.

Segundo versão do delegado de polícia de Nova Odessa (SP) da época, Antonio Donizete Braga, seis disparos tiraram a vida do ex-jogador, em crime passional e encomendado. Dias antes do homicídio a vítima havia registrado boletim de ocorrência com relato de um triângulo amoroso, com envolvimento de sua companheira e uma outra mulher.

O pintor Felipe Delgado aceitou a oferta de R$ 4 mil para a execução de Mauro Cabeção em um bar na periferia de Nova Odessa. E mais: receberia um adicional de R$ 100 por cada disparo. Ele escondeu o rosto com um capuz, mas a polícia desvendou o assassinato qualificado, e a Justiça do município o condenou a 13 anos de prisão em 2007. A companheira de Mauro, acusada de ser mandante do crime, ficou presa por um período.

Mauro foi boleiros da noite que sobreviveu no futebol. Bebia, fumava e se divertia com a mulherada em boates. Apesar de noites mal dormidas, tinha disposição para o trabalho, e marcava bem hábeis ponteiros-esquerdos, mas as vezes apelava. E o vigor físico permitia que também atacasse de forma consciente com cruzamentos que encontravam o atacante de frente para o gol.

Curiosamente não foi a vida desregrada que encurtou a sua vida no futebol. Insistia em jogar apesar de contusão crônica no joelho. No final de uma carreira de pouco mais de dez anos, como não fazia o vaivém constante, optou pela fixação no miolo de zaga, e deu conta do recado, a exemplo dos laterais Carlos Alberto Torres, Leandro e Djalma Santos.

Fora de campo, Mauro era só alegria. Bem que tentou evitar o apelido de cabeção, mas com aquela imensa cabeça seria impossível sustentar tal briga. Também travou uma luta titânica para conseguir aposentadoria e vivia de míseros salários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), até que arrumaram-lhe um emprego de porteiro no ginásio de esportes do Guarani. De lá foi transferido para uma escolinha de futebol mantida pelo clube, e ensinava a molecada carente como se bate na bola.


sábado, 2 de agosto de 2025

Adeus ao ex-atleta e treinador João Leal Neto

 


A morte em Campinas do ex-atleta e ex-treinador João Leal Neto, no último 29 de julho, aos 87 anos de idade, nos remete ao século passado quando meias de armação, quase em finais de carreira, eram transformados em volantes. Exemplos passam por Dino Sani, Nair e Rincón no Corinthians; Lorico, do Vasco e Prudentina, até que no Botafogo de Ribeirão Preto, foi recuado.

O Guarani teve dois exemplos de destaques neste quesito, ambos falecidos: Tião Macelé, que chegou do Botafogo (RJ) como meia, para se transformar em volante em Campinas, e isso se repetiu com Zé Carlos ao sair do Cruzeiro.

E para não se alongar em citações semelhantes, cabe acrescentar Leal - como era conhecido enquanto atleta -, que, embora com bom passe, mudou de posição ainda no São Paulo, durante o biênio 1963/64, com adaptação num time formado por Suli; Deleu, Belini, Jurandir e Serafim; Leal e Bazaninho; Faustino, Marco Antonio, Prado e Canhoteiro.

Na ocasião, ele já mostrava característica de combatividade, praticamente de um segundo volante. E isso foi repetido no final de carreira na Ponte Preta, em1966, mas já havia passado por Campinas em 1959, atuando pelo Guarani, depois de ter jogado no Santos, Fluminense, Jabaquara e América de Rio Preto. Em 1960 andou por Noroeste, São Paulo, Botafogo de Ribeirão Preto e encerramento na Ponte Preta, aos 29 anos de idade.

Como havia sido atleta do Noroeste de Bauru, o clube abriu-lhe o caminho para iniciar a carreira de treinador na temporada seguinte. Incontinenti, passou pelo América de Rio Preto - onde voltou anos depois -, e acusou breve passagem pela Ponte Preta em 1968, enquanto o clube aguardava o encerramento de contrato do saudoso treinador Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, que cumpria contrato no XV de Piracicaba.

Na condição de assistente, fez companhia ao falecido treinador Carlos Alberto Silva no Guarani, São Paulo e Seleção Brasileira, com parceria interrompida em 1987. Ainda na carreira solo de treinador, teve passagem pelo Gama (DF) e Al-Ittihad, clube de Kalba, nos Emirados Árabes.

Natural de Santos, começou a carreira na própria cidade, com poucas chances na equipe principal, embora tivesse passagem pela seleção brasileira juvenil vice-campeã sul-americana, em Caracas. O Grupo Serra informou que despedida dele foi no Crematório do Complexo de Memórias, em Hortolândia

domingo, 27 de julho de 2025

Zagueiro Lugano, liderança no São Paulo e seleção uruguaia

O futebol tem certas particularidades de difícil explicação, uma delas quando da chegada do então zagueiro uruguaio Diego Lugano ao São Paulo em 2003, contratado pelo presidente da época, Marcelo Portugal Gouvêa, sem a aprovação do treinador Oswaldo de Oliveira. O atleta havia chegado ao clube com desconfiança, pois não era da Seleção Uruguaia e nem tinha se firmado como titular no Nacional daquele país.

Por 'birra' do comandante ou sabe-se lá por qual motivo, ele sequer foi relacionado até para a reserva em vários jogos. Naquela mesma temporada, com mudança no comando técnico, passou a ser escalado mais vezes, ocasião que o torcedor são-paulino foi se familiarizando com o estilo de jogo raçudo que mostrava a cada partida e soberano no jogo aéreo, com estatura de 1,88m de altura.

Assim, conquistou a titularidade até que o imprevisível ocorreu na temporada seguinte, quando solicitado para preencher documentos desacatou um agente no aeroporto de Guarulhos, e jogou o passaporte na direção dele, em atitude que resultou em detenção por policial federal e perda do voo que conduziu a delegação a Quito (EQU), no embarque para enfrentar a LDU, pela Libertadores.

Depois disso, retomou a rotina de regularidade nos jogos e liderança sob companheiros, recompensado com conquistas de três títulos em 2005: Paulistão, Libertadores e Mundial de Clubes, em ano que foi eleito o melhor zagueiro do Campeonato Brasileiro.

Na sequência atuou no exterior, começando por cinco temporadas no Fenerbahçe da Turquia. Teve passagens por Paris Saint-Germain, Málaga, West Bromwich e BK Hacken da Suécia, até que em 2015 aceitou proposta do Cerro Porteño, do Paraguai, mas no ano seguinte escolheu o São Paulo para encerramento da carreira, onde atuou por mais um ano, mantendo a características de raramente trocar de camisa com adversários ao final do jogo, alegando não se sentir confortável com tal ato.

Incontinenti, Diego Alfredo Lugano Moreno, nascido em Canelones (URU), que vai completar 45 anos de idade em novembro. aceitou convite do clube para o cargo de superintendente de relações institucionais, onde ficou até janeiro de 2021.

Ele participou da Seleção uruguaia entre 2003 e 2014, com 95 partidas e registro de ter atuado na Copa do Mundo de 2010, quando o seus país ficou em quarto lugar, além do título da Copa América de 2011.


terça-feira, 22 de julho de 2025

Adeus ao ex-zagueiro Wagner Basílio

No último dia 15 de julho morreu o zagueiro Wagner Basílio, vítima de insuficiência renal, doença que se arrastava há quatro anos, inclusive precisou fazer um transplante. Ele completaria 66 anos de idade em novembro, e certamente quem não acompanhou o futebol no final da década de 70 e anos 80 do século passado - a exemplo dos desavisados - deve perguntar: quem foi esse Wagner Basílio?

Pois bem, rebusquemos aquela final do Campeonato Brasileiro de 1986, entre São Paulo e Guarani, no Estádio Brinco de Ouro, em Campinas, no dia 25 de fevereiro de 1987. O título se encaminhava à equipe bugrina até os14 minutos do segundo tempo da prorrogação, com vitória por 3 a 2, quando Wagner Basílio, do São Paulo, arrancou com a bola de trás e deu um chutão em direção à área adversária.

Foi quando o meia Pita resvalou a cabeça na bola, justamente em direção do centroavante Careca, que acertou um 'sem pulo' indefensável, no ângulo superior esquerdo do goleiro Sérgio Neri, do Guarani. Assim, o empate por 3 a 3 obrigou a definição do título através de cobranças de pênalti.

Justo Careca, revelado nas categorias de base do Guarani! E não é que, naquele jogo, a última cobrança coube a Wagner Basílio, que a converteu e saiu para a comemoração. Todavia, ainda cabe ressaltar que foi ele quem cometeu pênalti claríssimo sobre o então ponteiro-esquerdo João Paulo, do Guarani, absurdamente não marcado pelo juiz José Assis Aragão. E aí: lembrou-se dele depois deste relato?

Pois saiba que ficou mais um ano no São Paulo, no título do Paulistão, mas o histórico de conquistas começou no Corinthians, no Paulistão das temporadas de 1979, 1982 e 1983, quando foi remanejado da função de volante a zagueiro, porém sem que se firmasse como titular, até porque não foi jogador clássico e nem aquele zagueirão que se impunha pela força física.

Wagner Basílio sabia se posicionar e tinha o tempo exato para cobertura de laterais. Ele ainda passou pelo Sport Recife, Bahia e encerrou a carreira em 1993 no Fortaleza, com registro, no início da trajetória, pela Seleção Brasileira campeã dos Jogos Pan-Americanos de 1979. Ele ainda foi coordenador técnico do Humaitá, na temporada 2018, assim como funcionário da Prefeitura Osasco, na Grande São Paulo, e auxiliar de Barbosa, ex-atacante do Palmeiras e do Santo André (SP), no comando técnico do ECO-Osasco.


 


domingo, 20 de julho de 2025

domingo, 6 de julho de 2025

Centroavante Fred o artilheiro dos 417 gols

 

Quando se desligou do cargo de diretor de planejamento esportivo do Fluminense, em agosto de 2024, o ex-centroavante Fred avisou que também se despediria das redes sociais. Todavia, a história dele de artilheiro jamais será esquecida. Afinal, os 19 anos de carreira, encerrada em 2022, justificada por problema de visão, foram valorizados com 417 gols.

Esse repertório, iniciado no América Mineiro em 2003, foi marcado por duas passagens no Cruzeiro e Fluminense, entremeadas no Lyon da França e Atlético Mineiro, esporadicamente marcadas por desentendimentos com dirigentes quando do desligamento de clube, além daquela áspera divergência com o então treinador Levir Culpi em 2016, no Fluminense.

Na ocasião, Fred cobrou o seu parceiro de clube Gustavo Scarpa de maneira ríspida, e por isso foi repreendido pelo então comandante, o que gerou discussão e ameaça do atleta de não mais jogar pelo clube. Assim, apesar da intervenção de dirigentes e ânimos aparentemente serenados, o atacante optou por troca de clube, seguindo para o Atlético Mineiro, só retornando ao Fluminense em 2020.

Fred foi marcado por personalidade forte. Em 2015, após receber proposta extremamente vantajosa de um clube chinês, decidiu recusá-la. Estava convicto que no Brasil continuaria acrescentando outras conquistas, no já recheado histórico até na Seleção Brasileira. Nela, o retrospecto foi de 39 jogos e 18 gols, entre 2005 e 2014, com participação em duas Copas do Mundo: 2006 e 2014, no Brasil.

Então, confiram os feitos de Frederico Chaves Guedes, mineiro de Teófilo Otoni, 1,85m de altura, que em outubro vai completar 42 anos de idade. Ele é o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro no sistema de pontos corridos - desde 2003 - e o segundo maior artilheiro de todos os tempos da competição, desde 1971, com 158 gols, refletidos em três vezes como artilheiro máximo da competição: 2012, 2014 e 2016, um recorde compartilhado por Romário, Túlio e Dadá Maravilha, porém isolado se considerada apenas a era dos pontos corridos.

É o maior artilheiro da história da Copa do Brasil, com 37 gols, e o terceiro brasileiro com mais gols na disputa da Copa Libertadores, com 25 gols, ao lado de Palhinha. E justamente pela facilidade para enfrentar goleiros que o Lyon, da França, topou pagar 15 milhões de euros para contratá-lo em 2005, com contrato por quatro anos.






domingo, 29 de junho de 2025

Levir Culpi, técnico falante e vencedor

 Onde anda o ex-treinador Levir Culpi, que sumiu do noticiário do futebol após a última e rápida passagem pelo Cerezo Osaka do Japão, em 2021? Por sinal, ele havia decidido parar dois anos antes, ao se desligar do Atletico Mineiro. E como adora a culinária, havia optado administrar dois restaurantes especializados na comida mineira, e havia projetado um terceiro só com pratos japoneses, em Curitiba (PR), cidade em que nasceu há 72 anos.

Lá, enquanto atleta, foi zagueiros do Coritiba, Athletico Paranaense e Colocado. Em seguida acusou passagens por Botafogo (RJ), Atlanta do México e última escala foi no Juventude (RS) em 1986, com início, incontinente, a carreira de treinador, marcada por quem não tem papas na língua e fala aquilo que pensa sem medir conseqüências.

Desconsiderando a boa fase do então atacante Romário, as vésperas da Copa do Mundo de 2002, posicionou-se contrário àquela convocação no selecionado brasileiro, com alegação que estava 'velho', fato que originou repercussão negativa.

Vejam que Levir Culpi, que se gabava de ter sido zagueiro de técnica, esteve cotado para assumir a Seleção Brasileira em 2000, quando o então treinador Luiz Felipe Scolari havia rejeitado o primeiro convite da CBF (Conferação Brasileira de Futebol), aceitando-o posteriormente.

Levir ganhou fama de técnico 'pé quente' para acesso de clubes ao grupo de elite do Campeonato Brasileiro. Foi assim na Inter de Limeira (SP) em 1988, Botafogo (RJ) em 2003 e Atlético Mineiro em 2006. E isso se repetiu na primeira passagem pelo Cerezo Osaka, além do título paulista pelo São Paulo em 2000 e Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana e estadual pelo Cruzeiro no triênio a partir de 1996. Isso marcado ao rebaixamento do Palmeiras no Brasileirão de 2002.

Um dos segredos do sucesso na carreira foi a exigência para que seus comandados se aplicassem no fundamento 'passe', que julga ser fundamental no futebol. Agora, ele criou o próprio site para registrar todas as conquistas desde os tempos de jogador. Em decorrência da penetração em todo planeta, o internauta pode acessar páginas redigidas em inglês e espanhol.

Nas horas de folga, Levir diverte-se em pescarias, seu passatempo ideal. Em casa, gosta de ouvir músicas brasileiras em volume exagerado. Claro que esse comportamento irrita a esposa que reduz o volume, mas ele volta a aumentá-lo.




domingo, 22 de junho de 2025

Dez anos sem o treinador Carlinhos

 

Há dez anos, mais precisamente no dia 22 de junho, morria o saudoso treinador Luís Carlos Nunes da Silva, o Carlinhos, que nada tinha a ver com treinadores que esgoelam a beira de gramados para transmitir instruções aos jogadores de suas respectivas equipes. A voz mansa e fina dele só era ouvida, nas proximidades do banco de reservas, quando o boleiro de seu time aparecia para cobranças de laterais.

Carlinhos valorizava a preparação de seu time no pré-jogo. Por isso trabalhava incessantemente a valorização de posse de bola, no chamado exercício ‘dois toques’, com uso de apenas metade do gramado. Ele também sabia explorar pontos falhos de adversários, aplicando exaustivos ensaios de jogadas.

Carlinhos aprimorava tecnicamente seus jogadores, de forma que o desarme ocorresse sem praticar faltas. Orientava os seus marcadores que o bom posicionamento possibilitava o tempo exato para antecipação das jogadas, em vez de marcação implacável. E, de posse bola, cobrava acerto no passe.

Isso ele fazia com extrema categoria nos tempos de jogador do Flamengo de 1958 a 1969, atuando como volante. E o estilo clássico, que fazia o time jogar por música, rendeu-lhe o apelido de violino, 23 gols em 517 partidas, e o prêmio Belfort Duarte destinado a jogadores sem expulsão na carreira.

Por isso nunca escondeu a mágoa ao ter sido relegado pelo treinador Aimoré Moreira à Copa do Mundo de 1962 no Chile, quando o Brasil conquistou o bicampeonato. Considerava-se melhor que o palmeirense Zequinha - reserva de Zito - e por isso cobrava vaga entre os 22 relacionados naquela competição. A única oportunidade na Seleção Brasileira foi em 1964, num amistoso contra Portugal.

Dois anos depois, ele participou daquele Flamengo que perdeu o título carioca para o Bangu, naquela final marcada por tremenda briga, ocasião que o time base do clube era formado por Franz; Murilo, Ditão, Jaime e Paulo Henrique; Carlinhos e Nelsinho; Carlos Alberto, Almir Pernambuquinho, Silva e Osvaldo II

Após pendurar as chuteiras como atleta, não deixou de frequentar a sede da Gávea. Era viciado no baralho, com preferência pelo buraco. Assim, bastava o Flamengo enroscar em competições para que ele fosse chamado como técnico tampão. E isso se repetiu por cinco vezes a partir de 1983, tentando colocar em prática o seu estilo de futebol técnico e ofensivo.


domingo, 15 de junho de 2025

De carreira polêmica, Felipe Mello surpreende ao citar Josué e Jericó

 Nos vestiário do Palmeiras, antes da partida decisiva contra o Flamengo, válida pelo título da Libertadores de 2021, o então volante Felipe Mello fez pronunciamento fervoroso, ocasião que evocou a narrativa bíblica de Josué e as muralhas de Jericó, dissertando aos companheiros que Deus havia instruído o líder militar e religioso de Israel, junto ao seu povo, para darem seis voltas na cidade durante seis dias e, no sétimo, darem sete voltas. No final, o povo deveria gritar e as muralhas de Jericó cairiam.

E nós vamos fazer como Jericó e bradar a vitória”, gritou Felipe Mello, sobre aplausos, como se previsse a conquista do Palmeiras sobre o Flamengo, com o placar de 2 a 1, no Estádio Centenário de Montevidéu do Uruguai, em postura que surpreendeu desportistas em geral, que até então o identificavam como jogador truculento.

Felipe Mello foi um 'colecionador' de expulsões e histórico de encrencas com adversários, torcedores, treinadores - um deles Cuca nos tempos de Palmeiras -, radialistas e jornalistas como Paulo Vinícius Coelho do canal ESPN; Renato Maurício Prado, Fox Sports; e áspera discussão com Neto, apresentador e comentarista da TV Bandeirantes.

No inconveniente estilo 'chegar-chegando' nas disputas das jogadas sobravam cotoveladas, 'carrinhos perigosos' e ameaçava com dedo em riste nos rostos de adversários. Assim, as encrencas se estenderam por onde passou como Flamengo, Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras e Fluminense - entre os brasileiros - intercalados nos europeus Mallorca, Racing de Santander e Almería da Espanha; Fiorentina, Juventus e Internazionale da Itália; além do Galatasaray da Turquia, quando cuspiu em jogador adversário, o que causou a sua expulsão.

Na maior parte da carreira ele atuou como volante, mas tem-se que reconhecer que também sabia jogar e se caracterizava como cabeceador de relativo aproveitamento nas bolas paradas ofensiva, assim como teve desempenho satisfatório como zagueiro em final de carreira, no Fluminense, com histórico recheado de títulos e direito a disputa da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul, pela Seleção Brasileira.

Felipe Melo de Carvalho é natural de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, e neste 26 de junho completa 42 anos de idade. Nem bem deixou os gramados já arrumou novo emprego ligado ao futebol, agora como comentarista do grupo Globo de Televisão.


domingo, 8 de junho de 2025

Depressão antecipou o fim da carreira de Nilmar

 

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Convenhamos que na atualidade do futebol é possível contar nos dedos o atacante que tenha registro de um terço de gols nos jogos disputados, e por razões diversas. Todavia, o centroavante Nilmar Honorato da Silva, lembrado pela marcante passagem pelo Corinthians da MSI (Media Sports Investments) em 2005, teve histórico de pontaria nos arremates como poucos, pois atingiu a marca de 104 gols na carreira em 307 jogos, parte deles ainda tendo que ser substituído por incômodos nos joelhos, que resultaram em quatro cururgias.

E por que esse paranaense, que completa 41 anos de idade neste 14 de junho, encerrou a carreira aos 33 anos, quando vinculado ao Santos? Paradoxalmente, foi vitimado por um processo depressivo – por vezes não explicado -, e isso abala uma carreira de sucesso começada no Inter (RS) em 2002, e continuada em grandes clubes e até na Seleção Brasileira, como integrante do grupo que participou da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Aí, surpreendemente resulta em desfecho inesperado.

Como Nilmar 'desapareceu do mapa' depois de 2017, alguns desavisados até hão de indagar quem é ele? Pois saibam que além da velocidade, destacava-se pela habilidade na aplicação de dribles curtos e desconcertantes, aliados à frieza para o enfrentamento a goleiros adversários. Se ainda assim não se recordam dele, fixemos no Corinthians campeão brasileiro em 2005, uma conquista marcada pela parceria com a empresa MSI, que trouxe reforços importantes como ele, o argentino Carlitos Tevez, meia-atacante Roger e Gustavo Nery, entre outros. E ainda jogou no Lyan da França, Villarreal da Espanha, Al-Rayyan do Oriente Medio eEl Jaish do Catar.

Se tem coisas que a própria razão não se explica, como procurar justificativa para Nilmar ter perdido a vontade de treinar quando esteve no Al-Nasr dos Emirados Árabes Unidos em 2016? Nem ele soube exlicar. Preferiu o retorno ao seu País, e o Santos abriu-lhe as portas para sequência da carreira na temporada subsequente.

E quando imaginou a retomada da motivação, eis que a situação piorou. Sentia desgastes físicos durante treinos e isso desencadeou descontrolada depressão, que limitou o histórico dele no clube em apenas dois jogos e, consequentemente, o encerramento da carreira, com postura de ficar no anonimato e se voltar basicamente à família.


domingo, 1 de junho de 2025

Jurandir, zagueiro que assinava contratos em branco

Como apenas sexagenários recordam-se do saudoso zagueiro Jurandir de Freitas, que marcou época atuando pelo São Paulo, cabe citá-lo em diferentes situações, uma delas a raridade de um atleta com apenas quatro meses em um grande clube - como o tricolor paulista - chegar à Seleção Brasileira, levado pelo então treinador Aimoré Moreira. E foi em 1962, ano da conquista do bicampeonato mundial, na Copa disputada no Chile, embora na condição de reserva do saudoso Zózimo.

Pasmem! A recompensa à época em conquista de título de tamanha envergadura foi receber uma modesta geladeira, máquina de costura da marca Singer, 980 dólares e um modesto veículo Gordini - fora de linha -, época que, no São Paulo, fazia dupla de zaga com Belini, vindo do São Bento de Marília, com passagem intercalada pelo Corinthians em dois jogos amistosos.

Jurandir foi um zagueiro de 1,90 de estatura e, apesar dos 87 quilos, era ágil no combate direto a adversários, e por isso apelidado de 'muralha negra' pelo saudoso locutor esportivo Geraldo Jose de Almeida. Apesar disso, esse então atleta nascido na cidade de Marilia em 1940, nunca assinou bons contratos na carreira, pois topava que fossem em branco.

Assim, a permanência no São Paulo se estendeu por dez anos, com histórico de 418 partidas e conquista dos títulos paulistas de 1970/71, quando já formava dupla de zaga com o também falecido Roberto Dias, e se orgulhava de jamais ter faltado ou chegado atrasado a um treino, ocasião que sempre lembrava dos momentos difíceis do período da conclusão das obras do Estádio Cícero Pompeo de Toledo - o Morumbi - na década de 60.

Na sequência, voltou a terra natal para defender o Marilia, depois Comercial (MS), Amparo (SP) e o encerramento da carreira ocorreu em 1979 no Atlético de Mogi das Cruzes (SP), com infiltrações no joelho para entrar em campo.

Nas entrevistas lembrava da adolescência como engraxate e pedreiro, todavia não perdia a mania de provocar adversários, comportamento que o fazia bastante procurado pelos repórteres. Logo, foi estranho ter aceitado o convite para candidatura a deputado estadual no Estado de São Paulo em 1986, pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), o antigo Partidão de extrema-esquerda, voltado a política do proletariado.


domingo, 25 de maio de 2025

No passado, atletas fumavam até em intervalos de jogos

 Se 31 de maio é o Dia Mundial de Combate ao Fumo, criado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), indiscutivelmente são raros os jogadores de futebol desobedientes que ainda tragam o maldito cigarro, até porque a exigência física hoje é infinitamente maior comparada a décadas do século passado, quando o abuso era desmedido pelos profissionais.

Um dos últimos exemplos de atleta flagrado fumando foi o meia Douglas, de passagens por Corinthians e Grêmio, com encerramento de carreira no Brasiliense em 2020. Outros viciados foram o goleiro Marcos, meias Neto, Zenon, Sócrates e o atacante Casagrande, já aposentados. Todavia, nada se compara ao ex-meia Gerson Nunes de Oliveira, tricampeão mundial no México pelo Brasil, um fumante inveterado que gravou comercial da marca de cigarro Vila Rica, com slogan que induzia o fumante a levar vantagem em tudo, jamais prevendo que o slogan se transformaria na ‘Lei do Gerson’, atribuída aos espertões.

Naquele período, tais propagandas eram estreladas por galãs de cinema e passavam a impressão de glamour, desconsiderando que só no Brasil morrem 200 mil pessoas a cada ano por causa do cigarro, uma substância maléfica que cai na corrente sanguínea e facilita acúmulo de gordura, que impede a circulação correta do sangue no organismo. Consequência: gangrenas, que resultam em amputação de membros e falta de oxigenação nos órgão.

No passado, boleiros já falecidos fumavam até pouco antes de entrar em campo. O atacante Servilho - um dos melhores cabeceadores do Palmeiras - assistia parte de jogos preliminares com cigarro entre os dedos na década de 60. O ex-meia Américo Murolo, também palmeirense, fumava até em intervalos de partidas, no banheiro. Sócrates, num jogo do Corinthians em Americana (SP), contra o Rio Branco, apanhou um cigarro do bolso de um amigo, e só após três tragadas o atirou num canto do fosso que dá acesso aos vestiários do Estádio Décio Vitta.

Tempos igualmente dos 'serrotes' como o saudoso ex-meia são-paulino Benê, capaz de consumir um maço de cigarro de colegas. Seu companheiro de clube Deleu, lateral-direito avesso ao fumo, bronqueava quando alguém acendia cigarro perto dele.

Fumaceira, igualmente, nos bancos de reservas, provocadas por treinadores como Oswaldo Brandão, Ênio Andrade e Ébua de Pádua Lima (Tim) - todos falecidos - que davam mau exemplo.



segunda-feira, 19 de maio de 2025

Abel Braga, 57 anos de histórias no futebol

Os 57 anos ligados ao futebol como atleta, treinador e diretor-técnico habilitam o carioca Abel Braga a opinar sobre a chegada de um estrangeiro para comandar a Seleção Brasileira, caso do italiano Carlo Alcelotti, e a posição dele foi contrária a contratação, embora reconheça os méritos do profissional pelos títulos conquistados.

Abelão - apelido dos tempos em que ainda era reserva no Fluminense, a partir de 1968 -, foi o típico marcador que evitava espaços a atacantes adversários, e sem se firmar inicialmente como titular concordou com o empréstimo ao Figueirense (SC), para posterior retorno ao Rio de Janeiro, ganhar identificação no Vasco e notoriedade ao ser convocado à Seleção Brasileira à Copa do Mundo de 1978, na Argentina.

Na temporada seguinte esteve no Paris Saint-Germain, da França, e teve carreira estendida no Cruzeiro e Botafogo, antes de encerrá-la em 1985 no Goytacaz, com migração, incontinenti, à função de treinador, ao intercalar passagens pelo futebol português e trajetória consolidada em clubes como Santa Cruz, Botafogo (RJ), Ponte Preta, Atlhetico Paranaense, Coritiba e Paraná Clube, quando regressou ao futebol francês, desta feita no Olympique de Marseille.

No vaivém por clubes brasileiros, como Atlético Mineiro e Flamengo, acumulou quatro passagens pelo Fluminense, mas nada se compara à melhor fase da carreira no Inter (RS), quando inesperadamente levou o clube à conquista do Mundial de Clubes em 2006, na lendária vitória sobre o Barcelona por 1 a 0, com gol de Adriano Gabiru. A rigor, ao longo da trajetória como treinador, ele passou sete vezes pelo clube gaúcho.

Registro para outras experiências internacionais no Al-Jazira, dos Emirados Árabes, e Lugano da Suíça. Em 2022, ele anunciou que não mais seria treinador, e passou a desempenhar as funções de diretor-técnico do Vasco, onde ficou até dezembro de 2023. Contudo, no final do ano passado, colocou-se à disposição do mercado para o retorno, na certeza do mesmo comportamento de quem não mede palavras, por vezes causando embaraços aos dirigentes, jogadores e árbitros, com insultos que resultaram em suspensões de 30 e 90 dias.

Uma tragédia abalou a sua família em julho de 2017, quando o seu filho caçula João Pedro teve uma convulsão, caiu da janela do apartamento em que residiam no Leblon, no Rio de Janeiro, e morreu.