O atual estilo de jogo de clubes brasileiros de se fecharem na defesa, quando atacados, já era aplicado pelo Juventus da capital paulista na década de 70 do século passado. Naquela época sobravam críticas decorrentes do esquema adotado, quando priorizava jogadas de velocidade em contra-ataques, naquilo que se convencionava citar jogaf por uma bola.
E o atacante encarregado daquela atribuição era o ponteiro-direito Ataliba, que na maioria das vezes construía e completada as jogadas, ocasionando as chamadas zebras inimagináveis no meio esportivo, princialmente em jogos contra o Corinthians, que o contratou em 1982, paradoxalmente clube que o reprovou em treinos-peneiras nas categorias de base, em 1969.
Foi quando o futebol varzeano o acolheu e permitiu que ganhasse notoriedade, tanto que o Juvetus tratou de buscá-lo sem que fosse aproveitado de imediato na equipe principal. Assim, foi ganhar experiência nos empréstimos na Esportiva Guaratinguetá, Catanduvense e Rio Claro.
No retorno, o então treinador Candinho o remanejou de função, trocando a meia-direita para ponteiro. E aquele rendimento bem superior despertou interesse do Corinthians, que o contratou, ocasião que confessou sempre dar sorte quando o enfrentava. “Eu já era corintiano desde criança e tinha que dar o meu melhor. Fazia gols contra o Santos, contra o São Paulo, mas contra o Corinthians... Ah, o Corinthians. É o nome, né? Dá status”.
Aquela época o clube tinha o bordão de 'Democracia Corintiana', e ele teve participação decisiva na conquista do título estadual de 1982, na finalissima contra o São Paulo, no Estádio do Morumbi. quando foi autor de jogada genial que resultou no gol de Casagrande, o terceiro na vitória por 3 a 1.
No ano seguinte confessou nunca ter passado tanto frio como na excursão do clube ao Japão. E no Tomão permaneceu até 1984, transferindo-se ao Santos, onde encontrou com o ponteiro-esquerdo João Paulo, então um desafeto com transformação em amizade. Outro caso de inimizade revertida foi com o saudoso quarto-zagueiro Pinheirense, da Ferroviária de Araraquara. “Ele era muito violento”.
Depois do Santos, Ataliba jogou no Santa Cruz e perambulou por times do Nordeste e interior paulista. Bem humorado, diz que foi um dos grandes atacantes do futebol brasileiro. "Sempre era o melhor em campo", diz Ataliba, entre risos.
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