segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Bismarck, meia que ganhou lugar de Neto na Seleção

Quando o personagem em questão é o meia-atacante Bismarck, campeão brasileiro pelo Vasco em 1989 e passagem pelo futebol japonês, logo o foco é como o ex-treinador Sebastião Lazaroni, que comandou a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1990, na Itália, o convocou àquela competição relegando o meia Neto, vinculado ao Corinthians, que atravessava à época a melhor fase da carreira?

A justificativa da preferência por Bismarck foi ter sido apontado como um dos melhores jogadores sul-americanos, mas até hoje o ex-meia Neto discorda. Não perdoou o então treinador do selecionado e se irritou com o deboche de que ele era 'balão japonês'. “Ele (referência a Lazaroni) perdeu aquela Copa, e se eu viver 200 anos ele vai ter que responder por que não me levou”.

Ao resgatar esse dado histórico, cabe singularizar a trajetória de Bismarck Barreto Faria, iniciada nas categorias de base do Vasco e júbilo pela conquista do título brasileiro de 1989, na vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, no Estádio Morumbi, gol de Sorato, com esse time comandado pelo treinador Nelsinho Rosa: Acácio; Luís Carlos Winck, Marco Aurélio, Quiñónez e Mazinho; Zé do Carmo, Boiadeiro e Bismarck; Bebeto, Sorato e William.

Fluminense de São Gonçalo (RJ), que no próximo 17 de setembro vai completar 53 anos de idade, Bismarck faz questão de citar que na base do Vasco contou com treinadores que nada tinham a ver com a escola convencional de hoje. Lembrou que 'mestres' do passado insistiam em fundamentos, para que o atleta pudesse chegar ao profissional bem alicerçado, como foi o caso dele aos 18 anos de idade.

Ídolo do Vasco pelo estilo técnico e capacidade de finalização, ele marcou 109 gols em 301 partidas pelo clube. No total, atuou 700 vezes e tem histórico de 214 gols, considerando-se passagem no futebol japonês pelo Verdy Kawasaki, Kashima Antlers e Vissel, clube que encerrou a carreira em 2005, entremeada com passagens por Fluminense e Goiás.

A trajetória como profissional do Vasco se estendeu de 1988 a 1993. Aí, pretendido por três clubes, a escolha pelo futebol japonês, no Verdy Kawasaki, foi justificada por orientação divina, visto que é Atleta de Cristo. Na ocasião, ele afirmou ter sido sondado por um clube paulista (não revelado) e Celta de Vigo da Espanha. No regresso ao Brasil, passou a exercer a função de empresário de futebol.

Aranha

 Aranha

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Marcelo, zagueiraço pouco lembrado por desportistas

Atleta com relevante carreira no Corinthians raramente cai no esquecimento após a aposentadoria, mas como toda regra tem exceção, pode-se dizer que o zagueiro Marcelo Djian, campeão paulista de 1988 e brasileiro de 90 foi um deles. Paulistano, que em novembro próximo vai completar 56 anos de idade, ele tem histórico de 14 convocações à Seleção Brasileira, ocasião em que por duas vezes esteve entre os titulares.

Quando jogava, a identificação dele se resumia ao prenome Marcelo, por motivo lógico: o sobrenome Kiremitdjian, de ascendência armênica, provocaria dificuldade de pronúncia para radialistas e torcedores. Formado na base do Corinthians, revelou o tratamento desprezível de treinadores do passado em relação a atletas. “Jair Pereira, quando passou pelo clube, se dirigia a mim dizendo que eu era o menos ruim dos zagueiros com os quais ele trabalhava no elenco”.

Marcelo foi o típico zagueiro raçudo, com firmeza na marcação, para, na sequência, fazer o simples: passe curto a companheiro mais próximo, E com aquele jeito rústico comemorou aqueles citados título nos cinco primeiros anos de Corinthians, a partir de 1987, quando formou dupla de zaga, alternadamente, com Guinei e Henrique.

Aí se transferiu ao Lyon, da França, em 1993, como segundo brasileiro contratado por aquele clube até então. Para dominar rapidamente o idioma, participou imediatamente de curso, e assim se familiarizou com o país, o que permitiu relacionamento para abrir portas futuras como representante do clube na volta ao Brasil, ocorrida em 1998, no Cruzeiro, onde conquistou o título mineiro, vice do Brasileiro e recebimento da segunda 'Bola de Prata' como melhor zagueiro-central da competição. Em 2000, foi campeão da Recopa Sul-Americana, e a Copa do Brasil.

Na sequência, passou pelo rival Atlético Mineiro, onde encerrou a carreira em 2002, para se tornar representante do Lyon no Brasil, até que em 2017 retornou ao Cruzeiro como diretor de futebol remunerado, com vínculo de três anos, sem que o fato fosse devidamente repercutido na mídia paulista. No desligamento, durante crise instalada no futebol do clube, entrou com ação trabalhista referente à cobranças de multas previstas na rescisão do contrato e na CLT. Como a sentença foi-lhe favorável em primeira instância do Judiciário, coube ao clube recorrer.