segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Samarone calou incrédulos no Fluminense


 Nas décadas de 60 e 70 era praxe jogador de futebol abrir entrevistas com citação do tipo ‘ouvintes meus cumprimentos’, e nas justificativas de derrotas fechava o minúsculo palavreado com o imortal bordão ‘vamos erguer a cabeça e partir pra próxima’, procedimento admissível para quem mal completava o ensino fundamental e registrava histórico de família pobre.
 Considerando-se que toda regra tem exceção, o ponta-de-lança Samorone, ídolo do Fluminense, foi uma delas na época. De família de classe média, no município de Santos, formou-se em engenharia civil, sabia se expressar e tinha personalidade até para desafiar torcedores do clube carioca que desconfiaram de seu futebol na chegada em 1965. “Calma, garanto que não sou um bonde”, foi o pedido de trégua às vaias após atuações inconvincentes.
 Samarone não desaprenderia de jogar futebol. Era questão de tempo para repetir aquelas infiltrações entre zagueiros, boa visão de jogo para colocar centroavantes na ‘cara’ do gol e facilidade nos chutes fortes de longa distância. E quando as vaias foram trocadas por calorosos aplausos respondeu aos incrédulos: “Provei à torcida que ela não se enganou comigo”.
 O falecido treinador Élba de Pádua Lima, o Tim, jamais se equivocaria na indicação de jogador como Samarone ao seu Fluminense da época. Assim, o ponta-de-lança foi fundamental na conquista das edições do Campeonato Carioca de 1969 e 1971, além da Copa do Brasil de 1970. O time, preparado desde 1968, era formado por Félix; Oliveira, Valtinho (Galhardo), Altair (Silveira) e Bauer (Marco Antonio); Denílson e Serginho; Cafuringa (Wilton), Samarone, Cláudio Garcia e Gilson Nunes, já com Telê Santana como treinador.
 E adiantou a fama de ‘Pelé Branco’, ‘Diabo Loiro’ e ‘Canhão de Samarone’ se com a chegada do treinador Zagallo às Laranjeiras em 1971 ele foi cobrado para se adaptar à marcação? O desentendimento com o comandante implicou em transferência ao Corinthians, onde se encontrou com o treinador Francisco Sarno, que esteve na Ponte Preta naquela decisão de acesso à elite do futebol paulista, na competição 1964-65, em Campinas. Na época, na Portuguesa Santista, Samarone marcou o gol do título, num time que mesclava experiência e juventude. “Prepararam um clima hostil pra gente. Nosso vestiário foi remexido. Apedrejaram bandeirinhas’, recordou o atacante.
 Caprichos do futebol determinaram o reencontro de Samarone com Zagallo no Flamengo em 1973 e o jogador, que havia chegado antes ao clube, se transferiu à Portuguesa Desportos por causa de resquícios. E por ter sido vítima de hepatite e lesão de ligamentos no joelho esquerdo, Samorone não repetia o futebol brilhante. Desta forma, encerrou a carreira no Bonsucesso em 1975. E hoje, apenas como Dr. Wilson Gomes, curte aposentadoria em Cascavel, no Paraná.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O terceiro estado (povo) clama por justiça


Repasso e-mail recebido do montealegressense LUIZ HENRIQUE PETERLINI intitulado 'O terceiro estado (povo) clama por justiça'.
Um milhão de pessoas na Avenida Paulista pela demissão de toda a classe política (ainda sem data marcada). Este e-mail vai começar a circular e será lido por centenas de milhares de pessoas. A guerra contra o mau político, e contra a degradação da nação está começando. Não subestimem o povo que começa a ter conhecimento do que nos têm acontecido, do porquê de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos próprios filhos! Estamos de olhos bem abertos e dispostos a fazer tudo o que for preciso, para mudar o rumo deste abuso.
Todos os 'governantes' do Brasil, até aqui, falam em cortes de despesas - mas não CORTAM despesas - querem o aumentos de impostos como se não fôssemos o campeão mundial em impostos.
Nenhum governante fala em:
1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, 14º e 15º salários etc.) dos poderes da República.
2. Redução do número de deputados da Câmara Federal, e seus gabinetes, profissionalizando-os como nos países sérios. Acabar com as mordomias na Câmara, Senado e Ministérios, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do povo;
3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego;
4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de reais/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.
5. Acabar com as Câmaras Estaduais, que só servem aos seus membros e aos seus familiares.
6. Redução drástica das Câmaras Municipais e das Assembleias Estaduais .
7. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas atividades; Aliás, 2 partidos apenas como os EUA e outros países adiantados, seria mais que suficiente.
8. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc.., das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;
9. Acabar com os motoristas particulares 24 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias...
10. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado;
11. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.;
12. Acabar com o vaivém semanal dos deputados e respectivas estadias em em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes;
13. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós que nunca estão no local de trabalho). Há quadros (diretores gerais e outros) que, em vez de estarem no serviço público, passam o tempo nos seus escritórios de consultorias a cuidar dos seus interesses...;
14. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir aos apadrinhados do poder - há hospitais de cidades com mais administradores que pessoal médico. Às oligarquias locais do partido no poder...
15. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar;
16. Acabar com as várias aposentadorias por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo LEGISLATIVO.
17. Pedir o pagamento da devolução dos milhões dos empréstimos compulsórios confiscados dos contribuintes, e pagamento IMEDIATO DOS PRECATÓRIOS judiciais;
18. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os ladrões que fizeram fortunas e adquiriram patrimônios de forma indevida e à custa do contribuinte, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controle, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efetivamente dela precisam;
19. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efetivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida;
20. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.
21. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam
cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu patrimônio antes e depois.
22. Pôr os Bancos pagando impostos e, atendendo a todos nos horários do comércio e da indústria.
23. Proibir repasses de verbas para todas e quaisquer ONGs.
24. Fazer uma devassa nas contas do MST e similares, bem como no PT e demais partidos políticos.
25. REVER imediatamente a situação dos Aposentados Federais, Estaduais e Municipais, que precisam muito mais que estes que vivem às custas dos brasileiros trabalhadores e, dos Próprios Aposentados.
26. REVER as indenizações milionárias pagas indevidamente aos "perseguidos políticos" (guerrilheiros).
27. AUDITORIA sobre o perdão de dívidas que o Brasil concedeu a outros países.
28. Acabar com as mordomias (que são abusivas) da aposentadoria do Presidente da Republica, após um mandato, nós temos que trabalhar 35 anos e não temos direito a carro, combustível, segurança, etc.
29. Acabar com o direito do prisioneiro receber mais do que o salário mínimo por filho menor, e, se ele morrer, ainda fica esse beneficio para a família. O prisioneiro deve trabalhar para receber algum benefício, e deveria indenizar a família que ele prejudicou.
30. Que o exemplo comece por cima.
Ao "povo", pede-se o reencaminhamento deste e-mail.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Quatro anos sem Francisco Sarno

 Este 17 de janeiro marca o quarto ano da morte do treinador Francisco José Sarno Matarazzo, vítima de complicações do Mal de Alzheimer, doença degenerativa que provoca perda da memória e é  incurável. O tratamento só resulta no adiamento da evolução dela.
 Sarno polemizou com a edição do livro ‘A Dança do Diabo’, que revela desmandos no futebol dentro e fora dos gramados. E quem acompanhou o trabalho dele testemunha que foi um ótimo observador do futebol. Ele pedia aos seus atacantes que explorassem falhas de adversários com aplicação de dribles no pé “bobo” de zagueiros, jogadas de velocidade diante de marcadores lentos, e jogo aéreo contra defesas vulneráveis.
 Nascido em Niterói (RJ), no dia 5 de novembro de 1924, Sarno esteve diretamente ligado ao futebol até a década de 70. Foi um zagueiro de estilo clássico com passagens por Botafogo (RJ), Vasco, Palmeiras, Santos e Jabaquara de Santos. Polivalente, de vez em quando era deslocado à lateral-esquerda e como volante. Como treinador, passou por mais de uma dezena de clubes, entre eles Corinthians, Jabaquara, XV de Piracicaba, Coritiba, Atlético (PR), Noroeste, Guarani, Ponte Preta e futebol colombiano.
 Sarno ficou marcado positivamente no Coritiba pelo bicampeonato nas temporadas 1968/69, quando o clube quebrou um jejum de títulos de oito anos. No futebol campineiro, primeiro passou pelo Guarani, em meados da década de 60, ocasião em que os atletas estranharam longas preleções pós-jogo, quando o time era derrotado.
 Ainda no Guarani tinha o hábito de carregar uma toalha durante os jogos, e a usava para indicar o canto que o goleiro de seu time - no caso Dimas - deveria arriscar em cobranças de pênaltis para o adversário, colocando-a na mão direita ou esquerda. E se o goleiro contrariasse a sua instrução seria sacado do time.
 O treinador dirigiu a Ponte Preta durante o Campeonato Paulista da segunda divisão de 1964, que se estendeu até 7 de março de 1965. Na última rodada, bastava uma vitória para a Macaca garantir acesso ao Paulistão, mas foi derrotada pela Portuguesa Santista por 1 a 0, no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. O gol da Briosa foi marcado por Samarone aos 6 minutos do 1º tempo, o público foi de 16.757 pagantes, e irados pontepretanos depredaram ônibus que conduziam torcedores visitantes. Na época, contabilizava-se pontos perdidos às equipes. A Santista terminou a competição com sete e a Ponte nove pontos.

 Sarno escalou Anibal (Fernandes); Valmir e Antoninho; Ivan, Sebastião Lapola e Jurandir; Jairzinho, Ari, Da Silva, Urubatão e Almeida. A Santista foi campeã com Cláudio; Alberto e Anderson; Norberto, Osmar, e Zé Carlos; Lio, Samarone, Valdir, Pereirinha e Babá. Juiz: Albino Zanferrari. Quatro meses antes, a Santista ganhou dois jogos amistosos contra Ponte por 2 a 1, em Santos e Campinas.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Euzébio, 733 gols na carreira profissional

 Quem vasculhar um pouco mais sobre a história do ídolo Euzébio da Silva Ferreira, do Benfica e seleção de Portugal, morto neste 5 de janeiro, vai observar um relato curiosíssimo: o meio-campista José Carlos Bauer - já falecido -, enquanto olheiro do São Paulo, indicou o centroavante ao seu clube quando ele ainda jogava em Lourenço Marques, cidade de Moçambique, e não foi ouvido. Por isso teria reforçado a indicação ao húngaro Bela Guttman, treinador do Benfica em 1960.

 Como Euzébio partiu para outro plano à humanidade, fica uma interrogação sobre a versão citada. O certo é que o volante Bauer havia mantido amizade com o seu comandante da temporada de São Paulo de 1957, e Bela Guttman ficou orgulhoso com os três gols marcados pelo estreante Euzébio na goleada do time de aspirantes do Benfica sobre o Atlético de Lisboa por 4 a 0, no dia 23 de maio de 1961.

 Euzébio driblava na velocidade, pegava forte na bola e tinha a virtude dos cabeceadores. Logo, raramente passava uma partida sem fazer gols. Por isso o histórico é de 733 gols em 745 partidas.

 A mídia realça os dois gols que ele marcou na vitória de virada do Benfica sobre o Real Madrid por 5 a 2, quando perdia por 2 a 0 em 1962, que representaram o título europeu. Outros dois gols fundamentais foram marcados pela seleção portuguesa sobre o Brasil, na vitória por 3 a 1 válida pela Copa do Mundo de 1966, quando ele foi artilheiro com nove gols, quatro deles na fantástica virada sobre a Coréia do Norte por 5 a 3, quando os portugueses perdiam por 3 a 0.

 Na semifinal, Portugal foi derrotado pela Inglaterra por 2 a 1, com gol de honra de Euzébio, que curiosamente recebeu apelido de ‘Pantera Negra’ dos ingleses quatro anos antes. Daquele time, o treinador Oto Glória temperava a garra portuguesa com técnica de jogadores como o centroavante Euzébio, o melhor de todos os tempos daquele país, num time formado por José Pereira; Moraes, Batista, Vicente e Hilário; Jaime Graça, Coluna e José Augusto; Eusébio, Torres e Simões.

 Após aquele Mundial houve até que quem exagerasse ao compará-lo a Pelé e não faltaram projeções de que seria o sucessor da coroa do astro brasileiro. Entretanto Euzébio travou batalhas contra contusões, foi operado seis vezes do joelho esquerdo e uma vez no direito.

 Euzébio, nascido em Moçambique, foi filho de mãe moçambicana negra. Já o pai, um angolano branco, morreu quando ele estava na pré-adolescência. Por isso a mãe só admitiu que ele se transferisse para Portugal com a promessa do também moçambicano Mario Coluna - atleta do Benfica - tomar conta dele.

 Euzébio jogou futebol profissionalmente até 1978, os últimos dois anos em Portugal, após passagem por Estados Unidos, Canadá, México.