O último três de dezembro marcou o 15º ano da morte do zagueiro argentino José Manuel Ramos Delgado, vítima do Mal de Alzheimer, doença degenerativa que implica em perda total da memória em pacientes terminais. Assim, meses antes da morte, de certo não identificaria fotografia de Pelé.
Veja que foram amicíssimos nos tempos de Santos, entre 1967 e 1972. E nos últimos anos de vida, já radicado em seu país, foi diagnosticado com a doença que, em estado terminal, provoca perda de massa muscular e mobilidade, situação que contrasta com a compleição física vigorosa do período de atleta, quando levava a campo a raça argentina.
Se o Alzheimer em estágio avançado limita o enfermo a pronúncias de apenas algumas palavras, sem concatenar frases, no auge da carreira ele comandava a defesa aos berros, se necessário. Também sabia antecipar adversários, sair jogando com categoria e sabia orientar companheiros do compartimento defensivo.
Ainda no Santos, Ramos Delgado chegou a ser comparado ao seu antecessor Mauro Ramos de Oliveira, mas lembrança de mesmo estilo - e não muito distante – foi de Ricardo Rocha, ex-Santa Cruz (PE), Guarani, São Paulo e Seleção Brasileira.
Assim, participou dos Mundiais de 1958 e 1962 pela Argentina, período em que atletas platinos se transferiam regularmente ao Brasil. O mesmo Santos, em busca de um goleiro para interceptar cruzamentos, contratou Agostín Mario Cejas.
A imigração de ‘boleiros’ argentinos começou a ganhar destaque nos anos 40, quando o Palmeiras foi buscar o zagueiro Luis Villa, de estilo clássico. Em seguida o São Paulo trouxe o meia Sastre, quando já contava com o futebol elegante do então zagueiro Armando Renganesch, que posteriormente se transformou num treinador qualificado.
No final da década de 60 do século passado, o Palmeiras foi buscar em Buenos Aires o centrovante Luis Artime, um emérito cabeceador. No mesmo período, passou quase que despercebido no Juventus - clube da capital paulista - o então jogador Cesar Luis Menotti, que posteriormente conquistou o título mundial como técnico da Seleção Argentina na Copa do Mundo de 1978.
Na mesma época, o Cruzeiro contou com o eficiente do zagueiro Perfumo, enquanto o Flamengo se valia dos gols do centroavante Doval, que morreu aos 46 anos de idade, em 1991, ao sofrer enfarte fulminante.
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