segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Os Limas do futebol


 Outrora brotavam os Limas bons de bola no futebol brasileiro. Aquele de maior notoriedade integrou o grande Santos da década de 60. Foi um inigualável coringa, escalado em todas as posições - exceto goleiro -, e com desempenho satisfatório quer defendendo, quer atacando. Ele foi revelado pelo Juventus.

 Lima, sobrenome abundante no país, é palavra que deriva de Limia, nome pré-romano que significa esquecimento. Também é nome de fruta, de rio de Portugal e da capital do Peru. Uma ‘enxurrada’ de Limas já esteve espalhada no futebol. O centroavante Adesvaldo José de Lima, sul-mato-grossense de Camapuã, nascido em setembro de 1962, foi contratado pelo Corinthians em 1984, após jogar no Operário (MS).

 No Timão marcou 36 gols em 74 partidas. Foi um centroavante que rondava a área adversária à espera de lançamentos, e repetiu a condição de artilheiro nas passagens por Santos, Náutico, Grêmio, Inter (RS), Benfica (POR), América (RJ), Cerro Portenho (PAR), Vitória (BA), Farroupilha e Pelotas (RS), onde encerrou a carreira e fixou moradia.

 Na década de 80, com jogadores já identificados por nomes compostos, destacou-se no cenário nacional o mineiro Edu Lima, ponteiro-esquerdo revelado pelo Cruzeiro e com trajetória no Vitória (BA), Bahia, Inter (RS), Palmeiras, Atlético (MG), Guarani e Flamengo. Embora não fosse veloz, tinha habilidade e potente chute que resultava em gols.

 Quando se ‘aposentou’ dos gramados, Edu Lima foi opinar sobre futebol em rádios de Salvador (BA), há pouco mais de dez anos. Na ocasião havia criado o site www.edilima.com.br/blog , atualizado com assuntos diversos.

 Em rotineira caminhada pela orla da cidade, durante período do Carnaval, flagrou dezenas de foliões dormindo em praças, ruas, jardins e areia de praias. Claro que após fotografá-los transportou as imagens para o portal.

 Atacante André Lima, revelado pelo São Paulo e com sucesso no Grêmio, vai completar 34 anos de idade em maio e atua no Austin Bold (EUA). Já o lateral-direito Ânderson Lima foi reconhecido como exímio cobrador de faltas, facilidade para levar a bola ao ataque, e posteriormente fácil adaptação à zaga central. Passagens marcantes foram no São Caetano, Grêmio, São Paulo, Santos, Guarani e Bragantino.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Oito anos sem o ponteiro Catê


 Faz parte da cultura brasileira se abreviar prenomes das pessoas para identificá-las. Leonardo é Léo. Cristina é Cris. E por aí vai. Foge do convencional um atleta de categoria de base reputado como de categoria ser apelidado por ‘Catê’. Pois assim passou a ser reconhecido o saudoso Marco Antonio Lemos Tozzi, ponteiro-direito ganhador de títulos no São Paulo na década de 90, uma espécie de reserva de luxo nas memoráveis equipes que o clube montava.

 Catê morreu aos 38 anos de idade, em dezembro de 2011, em acidente de veículos na Rodovia ERS 122, em Ipê (RS). Chovia na ocasião em que ele perdeu o controle do Fiat Uno que dirigia, em uma curva. Desgovernado, o veículo ficou com a dianteira destruída após choque contra caminhão Scania, conduzido no sentido oposto.

 Gaúcho de Cruz Alva e revelado pelo Guarany do mesmo estado, Catê ganhou notoriedade na transferência ao São Paulo em 1992, mas como ‘brigar’ pela titularidade num time com atacantes do nível de Muller e Palhinha, naquele time treinado por pelo saudoso Telê Santana? Quando sobrava brecha para iniciar partidas, ele se encaixava nesse time: Zetti; Vitor, Adilson, Válber e Marcos Adriano; Pintado, Cerezo, Raí e Palhinha; Catê e Muller.

 Com sobra de jogadores qualificados, coube ao São Paulo ‘canchar’ jovens revelações no expressinho comandado pelo treinador Muricy Ramalho. Assim, Catê se juntou a Juninho Paulista, Rogério Ceni e Elivélton, assim como integrou o selecionado brasileiro sub20 no Sul Americano de 1992.

 O empréstimo ao Cruzeiro dois anos deu-lhe experiência singular como ala, numa época em que treinadorzada havia abolido os chamados ponteiros, menos Nelinho, que treinava o clube mineiro, que havia sido lateral-direito de sucesso no clube décadas passadas. Aí, com a troca de comando para o saudoso Ênio Andrade, Catê voltou a ser opção entre reservas.

 Depois disso o futebol veloz e de habilidade dele passou a ser reconhecido na volta ao São Paulo, e carreira internacional nos chilenos Universidad Católica e Palestino, Sampdória (ITA), New England Revolution (EUA), Maracaibo (VEN), até percorrer a estrada da volta em clubes de menor expressão até 2008.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Adeus ao goleiro Jairo, acusado por Vicente Matheus


 Se boleiros de grandes clubes têm gordas contas bancárias, qualificados planos de saúde, e rápidos diagnósticos em princípio de doenças, raros foram os jogadores do passado que ‘construíram’ carteira financeira para vida sólida após encerramento da carreira.

 O goleiro Jairo - marcado nas passagens por Corinthians e Coritiba - enfrentou o diagnóstico de câncer de rim já em estágio avançado, e mesmo com ajuda de antigos companheiros de clubes para bancar caríssimos medicamentos foi derrotado pela doença. Morreu no último seis de fevereiro, aos 72 anos de idade.

 Conforme literatura médica, são maiores as chances de cura de câncer de rim se diagnosticado precocemente. Assim, ficou a história de um goleiro com altos e baixos na carreira, principalmente na passagem pelo Corinthians, a partir de 1977, ano da quebra de jejum de títulos após 22 anos, naquela final paulista contra a Ponte Preta, quando o saudoso treinador Oswaldo Brandão procedeu revezamento de goleiros a cada partida, com Jairo atuando apenas na segunda, coincidentemente na derrota de virada por 2 a 1. Nos outros dois jogos o titular foi Tobias.

 Jairo do Nascimento, catarinense de Joinville (SC), 1,94m de altura, se firmou como titular do time corintiano em 1978, ocasião em que ficou 1.132 minutos sem sofrer gols, e se transformou no recordista nesse quesito no futebol brasileiro. À época, o time era formado por Jairo; Zé Maria, Mauro, Amaral e Wladimir; Caçapava, Basílio e Biro-Biro; Piter, Geraldão e Romeu.

 Apesar disso, persistia a desconfiança. Na temporada seguinte acabou emprestado ao Náutico (PE), e no retorno foi acusado publicamente pelo saudoso presidente Vicente Matheus de ter falhado no gol da derrota para o Coritiba por 1 a 0, e por causa da manifestação de solidariedade dos companheiros foi desligado do clube.

 Melhores momentos da carreira de Jairo foram no Coritiba, na primeira passagem pelo clube de quatro anos, a partir de 1972, quando entrou para a história como recordista de participação em jogos: 410. No título brasileiro de 1985 ele foi reserva de Rafael, e a carreira foi encerrada três depois no Atlético de Três Corações. Depois ele trabalhou em escolinha de futebol.

Marcelinho Paraíba pode superar Zé Roberto e Rivaldo


 Na hipótese de o meia Marcelinho Paraíba cumprir regiamente o contrato com o Perilima - clube de primeira divisão do futebol paraibano - chegará ao mês de maio próximo aos 44 anos de idade, e em condições físicas viáveis pela idade. Logo, neste novo desafio estará superando carreiras longas como as do lateral-esquerdo Zé Roberto e meia Rivaldo, que se prolongaram até 43 anos, e do ex-goleiro Rogério Ceni (42).

 Quem supunha que Marcelinho Paraíba havia sucumbido em 2013, a resposta foi no Treze da Paraíba - apelidado de Galo da Borborema -, ao ajudá-lo na condução à Série C do Campeonato Brasileiro, com consequentemente escalação garantida em portais esportivos entre os melhores jogadores da divisão.

 Marcelinho Paraíba reuniu forças para vencer adversidades na temporada, a começar pela isquemia cerebral, um tipo leve de avc (acidente vascular cerebral). Pra tranquilizar fãs, fez questão de gravar vídeo esclarecedor que não havia gravidade na doença. Depois uma intimação judicial por descumprir pagamento de pensão alimentícia de filha de nove anos foi outro problema.

 Provavelmente nesta temporada Marcelo Santos encerre a carreira iniciada no Campinense (PR) em 1991, e posteriormente alavancada nas passagens por Paraguaçuense e Rio Branco de Americana, quando mostrou visão privilegiada para colocar companheiros na cara do gol, precisas finalizações de meia distância, e exímio cobrador de faltas, tanto que ainda recomenda aos companheiros de ataque para que cavem lances faltosos nas proximidades da área adversária.

 Pelas virtudes, o Santos tratou de buscá-lo no interior paulista, e ele continuou reconhecido por grandes clubes como São Paulo, Grêmio, Flamengo, Coritiba, Sport Recife, Olympique de Marselhe da França e Hertho de Berlim da Alemanha.

 Na rodagem, passou por 24 diferentes agremiações, e fez contratos compensadores. Em publicação no blog diáriopernambucano.com.br, autoria de Cassio Zirpoli, o atleta teria recebido nos primeiros meses de contrato, na última passagem pelo Sport, R$ 110 mil mensais com luvas incorporadas ao salário, rendimento justificado pelos 37 gols em 92 jogos. Todavia, perdeu espaço na equipe após situação conflitante com o treinador Mazola Júnior.