O dia 20 de outubro passado marcou o décimo ano da morte do goleiro Barbosinha, na capital paulista, vítima de câncer, aos 74 anos de idade. Ele teve passagem pelo Corinthians basicamente em 1967, quando foi acusado de ter sido responsável direto na derrota para o Palmeiras por 2 a 0, no dia 17 de novembro daquela temporada, no Estádio do Pacaembu.
Ele foi acusado diretamente pelo saudoso presidente Wadih Helu de culpa nos dois gols de faltas marcados pelo atacante palmeirense Tupãzinho, também falecido, o que provocou revolta de corintianos membros da torcida organizada Gaviões da Fiel, ocasião que Wadih cumpria mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo, inicialmente eleito pela Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido político atrelado do governo federal no período da ditadura militar.
Barbosinha surgiu no Corinthians após fases de instabilidade dos goleiros Mário, Heitor, Cabeção e Marcial em 1966. Na prática, ele nunca se firmou como titular, alternando-se na meta com Marcial. Por isso, segundo o almanaque do clube, totalizou apenas 34 jogos com a camisa corintiana, um dos últimos deles naquela fatídica derrota para o Verdão,
Barbosinha esteve longe de ser o goleiro ideal para o Corinthians, embora rotulado de ‘Nego Gato’, apelido parodiando título de música do cantor Roberto Carlos. Na época, ele era mais citado pelos saltos e semelhança física com o goleiro Barbosa da Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 1950, culpado pelos gols sofridos e marginalizado pela perda do título no Estádio do Maracanã, com a derrota para o Uruguai por 2 a 1.
Na temporada de 1967, o time do Corinthians mandava jogos no Estádio Alfredo Schurig, o Parque São Jorge, comandado pelo saudoso treinador Zezé Moreira, e formado por Barbosinha (Marcial); Galhardo (Jair Marinho), Ditão, Clóvis e Maciel; Dino Sani e Rivellino; Bataglia, Nair, Flávio e Gilson Porto.
Com espaço encurtado no Corinthians, Barbosinha seguiu trajetória no Athetico Paranaense, que havia montado time de medalhões, entre eles o lateral-direito Djalma Santos, zagueiro Belini, volante Zequinha e ponteiro-direito Gildo. Depois, antes de encerrar a carreira, passou discretamente pelo Tiradentes do Piauí, e voltou para São Paulo, onde se aposentou exercendo a função de fiscal da prefeitura, com o crachá indicando o nome de Lourival de Almeida Filho.
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