sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Elzo, de bom volante a próspero empresário


 Pra essa ‘volantaiada’ de cada enxadada uma minhoca, saiba que o mineiro Elzo Aloísio Coelho, aniversariante neste 22 de janeiro, ocupava o mesmo espaço de campo, porém sem necessidade de recorrer à sequência de faltas para barrar adversários.

 Segredo? Eis a resposta dele: “Quando você está bem fisicamente adquire facilidade para roubar bola, e chega antes na jogada sem fazer faltas”.

 A fala de Elzo é respaldada por quem atravessou 15 anos da carreira de atleta sem ter sido expulso uma vez sequer. Fosse atleta até meados da década de 70, com certeza receberia o prêmio Belfort Duarte, destinado a jogadores disciplinados.

 Desde a adolescência, Elzo já sabia perfeitamente aquilo que queria. Por isso se conscientizou para perseverar em busca dos objetivos, com estágios iniciais em clubes como Ginásio Pinhalense, Amparo e Inter de Limeira (SP), no processo de amadurecimento.

 Na chegada ao Atlético Mineiro em 1983, por empréstimo, confidenciava a amigos que não os decepcionaria. Sabia da responsabilidade de substituir o volante Toninho Cerezo, na época transferindo-se à Roma, mas antes disso foi improvisado na lateral-direita para suprir ausência do lesionado Nelinho.

 Fixado como titular na temporada seguinte, saboreou o título estadual em 1985 ao lado de companheiros como João Leite, Luizinho, Reinaldo, Sérgio Araújo e Edivaldo.

 A carreira de prosperidade atingiu o auge quando o saudoso treinador Telê Santana o convocou à Seleção Brasileiro, visando à Copa do Mundo de 1986, no México.

 E não chegou lá apenas como opção do comandante. Barrou o renomado Falcão, e assumiu a titularidade daquele time de Zico, Sócrates e cia.. Na Seleção, seu retrospecto foi de 11 partidas, ocasião em que o Benfica o levou para jogar no futebol português.

 O último estágio relevante na carreira foi no Palmeiras, no biênio 1989-90. Depois, quando projetava o encerramento da carreira, jogou mais dois anos no Catanduvense. Paralelamente ‘flertou’ com o meio empresarial, e meteu-se no ramo farmacêutico com pomada específica para recuperação de atleta. Também foi produtor de café, e é proprietário de restaurante e loja de material esportivo em Machado (MG).

 Nascido em Serrania (MG) em 1961, Elzo criou um instituto para beneficiar crianças carentes após a morte de um filho de 15 anos de idade, em 2009, vítima de acidente de trânsito.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Fábio Luciano, um meia que se transformou em zagueiro



Quando foi treinar nos juvenis da Ponte Preta nos anos 90, Fábio Luciano sonhava em se realizar no futebol como ponta-de-lança, aquele boleiro que cria jogadas ofensivas, e igualmente deixa a sua marca de goleador.

Em tempo observaram que mantê-lo na posição seria malhar em ferro frio, considerando-se tratar de jogador lento para a função. Deduziram que o aproveitamento mais adequado dele seria no miolo de zaga, aproveitando a estatura de 1,90m de altura.

Foi então que esse vinhedense nascido em abril de 1975 ‘comprou’ a ideia e, na nova função, mostrou predicados de descoberta da posição correta, principalmente respaldado na época pelo experiente quarto-zagueiro Ronaldão, com quem passou a formar dupla de zaga em 1996, quando passou a atuar no time profissional.

Foi aí que a porta do sucesso lhe escancarou de vez. E veio a graduação no Corinthians, quando integrou o time que conquistou o Mundial de Clubes em 2000.

No próprio Timão provou o veneno do sobe e desce. Bastou a eliminação da Libertadores em 2003 para que caísse em desgraça, e acabou emprestado ao Inter (RS). O retorno ao Corinthians só foi possível quando o ambiente ficou desanuviado no clube, com a chegada do treinador Geninho para comandar a equipe.

Posteriormente, Fábio Luciano se transferiu para o Fenerbahçe da Turquia. O que ele não contava é que uma lesão no púbis provocasse perda de espaço no clube turco, culminando com retorno ao Timão em 2006.

Ano seguinte, após rápida passagem pelo Colônia da Alemanha, reencontrou o seu futebol no Flamengo, mostrando bom sentido de antecipação, quase imbatível no jogo aéreo, e qualidade na saída de bola.

E acrescentou às citadas virtudes à habitual liderança dentro e fora de campo. Logo, caiu no gosto da torcida rubro-negra, e manteve a condição de ídolo até 2009 quando decidiu parar de jogar após conquista do Campeonato Carioca. Seu retrospecto no clube foi de 93 jogos e sete gols.

Ainda no Flamengo, ainda foi coadjuvante na comissão técnica em gerência de futebol, ocasião em que poderia ter evitado restrições do trabalho de Andrade como treinador. Citou que ele não se impunha como comandante, embora o reconhecesse como profissional que conhece bem futebol.
Nos últimos anos, Fábio Luciano tem se divertido jogando futevôlei, inclusive montou uma equipe da modalidade que estava vinculada à Ponte Preta.