Os 57 anos ligados ao futebol como atleta, treinador e diretor-técnico habilitam o carioca Abel Braga a opinar sobre a chegada de um estrangeiro para comandar a Seleção Brasileira, caso do italiano Carlo Alcelotti, e a posição dele foi contrária a contratação, embora reconheça os méritos do profissional pelos títulos conquistados.
Abelão - apelido dos tempos em que ainda era reserva no Fluminense, a partir de 1968 -, foi o típico marcador que evitava espaços a atacantes adversários, e sem se firmar inicialmente como titular concordou com o empréstimo ao Figueirense (SC), para posterior retorno ao Rio de Janeiro, ganhar identificação no Vasco e notoriedade ao ser convocado à Seleção Brasileira à Copa do Mundo de 1978, na Argentina.
Na temporada seguinte esteve no Paris Saint-Germain, da França, e teve carreira estendida no Cruzeiro e Botafogo, antes de encerrá-la em 1985 no Goytacaz, com migração, incontinenti, à função de treinador, ao intercalar passagens pelo futebol português e trajetória consolidada em clubes como Santa Cruz, Botafogo (RJ), Ponte Preta, Atlhetico Paranaense, Coritiba e Paraná Clube, quando regressou ao futebol francês, desta feita no Olympique de Marseille.
No vaivém por clubes brasileiros, como Atlético Mineiro e Flamengo, acumulou quatro passagens pelo Fluminense, mas nada se compara à melhor fase da carreira no Inter (RS), quando inesperadamente levou o clube à conquista do Mundial de Clubes em 2006, na lendária vitória sobre o Barcelona por 1 a 0, com gol de Adriano Gabiru. A rigor, ao longo da trajetória como treinador, ele passou sete vezes pelo clube gaúcho.
Registro para outras experiências internacionais no Al-Jazira, dos Emirados Árabes, e Lugano da Suíça. Em 2022, ele anunciou que não mais seria treinador, e passou a desempenhar as funções de diretor-técnico do Vasco, onde ficou até dezembro de 2023. Contudo, no final do ano passado, colocou-se à disposição do mercado para o retorno, na certeza do mesmo comportamento de quem não mede palavras, por vezes causando embaraços aos dirigentes, jogadores e árbitros, com insultos que resultaram em suspensões de 30 e 90 dias.
Uma tragédia abalou a sua família em julho de 2017, quando o seu filho caçula João Pedro teve uma convulsão, caiu da janela do apartamento em que residiam no Leblon, no Rio de Janeiro, e morreu.
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