Quando a Inter de Milão conquistou o terceiro
título mundial de clubes, após goleada por 3 a 0 sobre o Mezembe da República
do Congo, da África, em 18 de dezembro de 2010, seu ex-jogador e brasileiro
Jair da Costa Santos respirou aliviado. É que se livrou de assistir a dancinha
atrevida do fanfarrão africano Kidiaba, goleiro que naquela ocasião comemorava
gols de seu time com coreografia inusitada.
Sentava no gramado e dava pulinhos, provocando
o peso do corpo na bunda e nos pés. Logo, sarristas de plantão batizaram aquele
estilo de ‘bundachão’. Depois que a zebra foi espantada, Jair da Costa saboreou
com gosto a cervejinha diária na lanchonete de seu complexo esportivo em Osasco
(SP), estruturado com campos de futebol saçaite de grama sintética, pintada nas
cores azul e preta da Inter.
Jair ainda mantém relacionamento com
o clube
italiano onde passou por nove anos entre as décadas de 60 e 70, contratado em
1962 por US$ 190 mil. Foi lá que cravou seu nome internacionalmente ao marcar o
gol da conquista do bicampeonato
mundial de clubes em 1965 contra o Real Madrid de Puskas, Di Stefano e Gento.
Soma-se ainda mais quatro títulos conquistados pela Liga Italiana e dois na
Liga Europeia.
Na Inter foi parceiro do meio-campista Dino
Sani e o atacante Amarildo, ambos brasileiros. Na Itália ainda jogou na Roma em
1968, e quando retornou ao Brasil em 1973 já havia completado 33 anos de idade,
sem a velocidade característica do ponteiro-direito de outrora. Por isso,
várias vezes foi adaptado pelo treinador Pepe na meia-direita, quando
compensava a perda da arrancada pela habilidade com a camisa do Santos.
Curioso é que naquela final paulista contra a
Portuguesa, que se arrastou às cobranças de pênaltis, o saudoso árbitro Armando
Marques errou na contagem e a opção foi dividir o título. O Santos jogou com
Cejas; Hermes, Carlos Alberto Torres, Turcão e Vicente Gaúcho; Zé Carlos,
Clodoaldo e Jair da Costa (Brecha); Euzébio, Pelé e Edu Jonas.
O desejo de Jair da Costa era encerrar a
carreira na Portuguesa, clube que o revelou em 1960, para substituir Júlio Botelho.
No entanto, a melhor proposta foi do Estrela de Windson, do Canadá, clube que
encerrou a carreira em 1974.