segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Atacante Parada, outro ‘rei do gatilho’

 Nos tempos de olho por olho e dente por dente também no futebol, décadas passadas, pessoas ligadas diretamente ao meio andavam armadas com revólveres, como prevenção. O saudoso treinador-jornalista João Saldanha ameaçou Yustrich, técnico do Flamengo que já morreu, no Retiro dos Padres no Rio de Janeiro.

 Anos depois surgiu no futebol o árbitro Dulcídio Vanderlei Boschilia, já falecido, que chegava aos estádios com arma visível na cintura. O saudoso jogador e comentarista de futebol Mário Sérgio Pontes de Paiva justificou o apelido de ‘Rei do Gatilho’ porque em 1979 espalhou rodinha de torcedores do São José nas proximidades do ônibus que conduzia a delegação do São Paulo no Vale do Paraíba, ao sacar um revólver e disparar tiros para o alto após derrota do time são-paulino por 1 a 0.

 Exemplos estão aí aos montes de boleiros prevenidos com armas de fogo antes da vigência da lei 10.826 do Estatuto do Desarmamento, sancionada em dezembro de 2003. O centroavante Antonio Parada Neto, na passagem pelo Guarani em 1967, sacou um revólver e deu tiros para espantar torcedores da Portuguesa Santista que ameaçaram jogadores bugrinos, após jogo no Estádio Ulrico Mursa, em Santos.

 Aos 78 anos de idade, Parada fixou residência na capital paulista, e seu comportamento tranquilo contrasta com o tempo de atleta iniciado em 1957 no Palmeiras. Três anos depois, trocado pelo goleiro Rosan, foi jogar na Ferroviária de Araraquara (SP), mas a carreira decolou mesmo no Bangu a partir de 1963, num time formado por Ubirajara; Élcio, Mário Tito, Zózimo e Nilton; Ocimar e Roberto Pinto; Paulo Borges, Bianchi, Parada e Matheus.

 Parada, atacante estilo clássico, tinha frieza para conclusões. Por isso teve passagem marcante no Botafogo (RJ) em 1966, ano do título do Torneio-Rio São Paulo, no time dirigido por Admildo Chirol, que tinha Manga; Paulistinha, Zé Carlos, Dimas e Rildo; Elton e Gérson; Jairzinho, Bianchini, Parada e Roberto. Na ocasião, ele foi artilheiro da competição com oito gols. Na prática, Botafogo, Corinthians, Santos e Vasco terminaram a disputa com 11 pontos, mas o ‘Fogão’ se prevaleceu no critério saldo de gols que não constava inicialmente no regulamento.


 Parada voltou ao Bangu, teve passagem discretíssima pelo Corinthians, e perambulou por clubes do Norte do país até 1975, quando encerrou a carreira.

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