Se 27 de setembro é celebrado o Dia Nacional
do Doador de Órgãos, o ex-jogador e treinador desempregado Narciso preocupa-se
diuturnamente em conscientizar a população sobre a importância de ser doador, e
assim ajudar pessoas que lutam para salvar vida.
Narciso dos Santos, sergipano de Neópolis,
nascido em dezembro de 1973, sempre repete a sua heróica história de
perseverança ao vencer a leucemia mielóide crônica, diagnosticada em 2000, pois
médicos projetaram no máximo 40% de chances de sobrevivência.
Vitimado pela doença no auge da carreira, no
Santos, contou com a irrestrita solidariedade da esposa Miradeide durante penosas
sessões de quimioterapia até o transplante de medula óssea, que permitiu a cura.
Isso o sensibilizou a narrar sua história de superação para estimular pacientes.
O transplantado é monitorado pelo resto de sua
vida. Conta o empresário de futebol Dalécio Pastor, de Campinas, transplantado
de fígado, que o brasileiro é preconceito para doação de órgãos. “Só 6% de
nossa população aceita doar, contra 16% dos Estados Unidos e 36% da Espanha”,
comparou.
Narciso, grato a benção recebida, promove
jogos beneficentes para doação de alimentos à Nacac (Núcleo de Amparo a
Crianças e Adultos com Câncer), Apae (Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais) e Lar Santo Expedito, entidades de Santos.
O transplantado é exposto a enfermidades, mas
no caso específico de Narciso a decisão de encerrar a carreira de atleta em
2004, aos 31 anos de idade, foi desmotivação pelo banco de reserva. Em seis
meses, após a cirurgia, jogou apenas cinco vezes, contrastando com trajetória
ascendente a partir do Corinthians de Alagoas, Penapolense (SP) e Santos, além
de rápida passagem por empréstimo ao Flamengo.
Zagueiro por vocação, não estranhou adaptação como
volante. Na trajetória, medalha de bronze pela seleção olímpica do Brasil em
1996, em Atlanta (EUA), atuou oito vezes na seleção principal entre 1995 e 1998,
e foi vice-campeão brasileiro pelo Santos em 1995, num time formado por Edinho;
Marquinho Capixaba, Ronaldo Marconato, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos,
Giovanni, Robert e Jamelli; Camanducaia e Marcelo Passos. O Botafogo (RJ) foi
campeão.
O Santos abriu-lhe as portas como treinador na
categoria de juniores. Depois treinou equipes paulistas como Penapolense e XV
de Piracicaba.
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