A história do baiano e ex-lateral-direito
Perivaldo Lúcio Dantas, morto em 27 de julho passado aos 64 anos de idade, é
mais uma daquelas que deveriam ser refletidas por jovens jogadores que
vislumbram fama e contratos rentáveis em grandes clubes do mercado nacional ou
lá fora.
Como nem todo atleta se escora em procuradores
ou empresários de futebol devidamente confiáveis e competentes para
administração da carreira, coloca a perder o dinheirão proveniente de
lucrativos contratos com mulheres, noitadas, bebidas e gastança com amigos ou
aproveitadores que o surrupiam impiedosamente.
Pois Perivaldo se encaixava no contexto da
irresponsabilidade, e por isso foi nocauteado pela vida quando morou em
Portugal. Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, em outubro de 2013, o flagrou vagando pelas ruas da ‘terrinha’
como mendigo.
Aquele cenário contrastava com o Perivaldo de
pulmões invejosos ainda nos tempos de atleta do Bahia, quando fazia transição
da defesa ao ataque com incrível velocidade, num time que contava, entre
outros, com Douglas Onça, Baiaco e Beijoca.
Logo, contratado pelo Botafogo (RJ) em 1977, o
vínculo só foi encerrado cinco anos depois, entremeado a rápida passagem por
empréstimo ao São Paulo. Se a princípio pecava nos cruzamentos, a persistência
nos treinos permitiu a correção, e disso se aproveitou o ponta-de-lança
Mendonça para marcar gols.
Assim, chegou à Seleção Brasileira em 1981
quando, arrogante, julgava que apenas Carlos Alberto Torres e Toninho Baiano
haviam sido laterais-direitos mais qualificados de que ele, cujo currículo aponta
passagens por Palmeiras, três anos no Bangu (RJ) e futebol da Coréia do Sul,
quando confessou ganhar salário de US$ 9 mil por mês.
Em 1989 ele caiu no conto da sereia para jogar
no futebol português, e sem qualquer garantia mudou àquele país à espera de
proposta que nunca apareceu. Foi quando torrou o dinheiro em farras, com hábito
de gastar bem mais de que recebia quer como cozinheiro, quer como vendedor de
roupas e objetos usados em feira de rolo.
Depois, já sem receita, a dependência era da ajuda
de custo de familiares no Brasil. Foi quando se transformou em morador de rua,
e o Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro ofereceu-lhe emprego de
auxiliar técnico para jogadores desempregados e tarefas administrativas.
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