domingo, 13 de agosto de 2017

Osni, 1,56m de altura e muito talento

 Anda fora de moda jogadores baixinhos no futebol brasileiro. Um dos últimos em destaque joga no Al-khor do Catar desde 2012, caso do meia-atacante Madson, 1,57m de altura. Hábil, veloz, foi lançado no Vasco pelo treinador Renato Gaúcho em 2005, passando por Santos e Atlético Paranaense.

 Bahia é clube com tradição de ser bem-sucedido com jogadores baixinhos. Um deles o paulista de Osasco Osni Lopes, ponteiro habilidoso e goleador. Nas três passagens intercaladas - a última delas no biênio 1984-85 - totalizou 115 gols.

 Outro exemplo foi Naldinho, que marcou um dos gols na goleada do Bahia sobre o Fluminense por 4 a 1, em pleno Estádio das Laranjeiras. Na ocasião, Gil, Charles e Luiz Henrique também marcaram para os baianos.

 Naldinho, 1,58m de altura, se vangloriava de suas qualidades. “Eu era jogador rápido e inteligente”. Logo, não se constrange citar que se nascesse no futebol de hoje estaria milionário, comparando a montanha de dinheiro que clubes pagam a atletas que considera razoáveis. “Está acabada a geração de jogadores de técnica apurada. Tem um monte de perna de pau por aí que não merece estar em clube algum”.

 E justifica a crítica ao mira-se no exemplo de o atleta bater na bola. “Não compreendo como jogadores que treinam a semana toda não conseguem cruzar corretamente”.

 Tal como Naldinho, Osni, 1,56m de altura, era hábil e fazia gols. A carreira começada no Santos em 1968, ganhou amadurecimento em Madureira, Olaria e Flamengo, até atingir o ápice em Salvador (BA). No Vitória, foi o pivô de briga generalizada entre jogadores rivais ao sentar na bola, após driblar o adversário Romero, do Bahia.

 No tricolor baiano a partir de 1978, jogou machucado. Aí, houve queda de rendimento e a cabeça ficou em parafuso. Irritou-se quando o seu cachorro foi mordido em briga com outro animal, tentou se vingar com pedaço de pau, e quase acabou linchado.

 Depois o então presidente Paulo Maracajá atrasou o seu salário com argumento de que ‘quem não joga também não ganha”, fato que provocou desdobramento na Justiça do Trabalho. E, impaciente, agrediu o fotógrafo Mário Bonfim do jornal Tribuna da Bahia, segundo publicação da revista Placar, porque não queria ser flagrado em clínica médica.


 Por fim driblou as adversidades, mostrou que tamanho não é documento para enfrentar grandalhões, e foi convocado até à Seleção Brasileira.

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