Em recente programa de televisão, as primeiras
palavras do ex-centroavante Dario, o Dadá Maravilha, foi um agradecimento a
Deus no seu estilo folclórico. “Eu disse ao senhor que ele está me dando até
demais. Pedi pra que me dê um pouco menos”.
Essa espontaneidade de Dadá Maravilha é caracterizada
por singularidade desde os tempos em que se despontou no futebol no Atlético
Mineiro em 1968, e lá repetiu mais três passagens. Hoje, radicado em Belo
Horizonte e atuando como comentarista esportivo de televisão, confessa
publicamente ser torcedor do Galo.
Como artista em referência ao personagem, Dadá
tem hábito de falar dele na terceira pessoa do singular, exagerando no
autoelogio. "Garrincha, Pelé e Dadá têm que ser currículo escolar”. Também
fez questão de o incluir entre os principais cabeceadores do futebol mundial de
todos os tempos. “Só existem três coisas que param no ar: beija-flor,
helicóptero e Dadá”.
Embora desengonçado, Dadá era artilheiro nato.
Explorava a estatura de 1,85m de altura e boa impulsão para marcar gols de
cabeça até 1986 no Comercial de Registro, porém com notabilidade em clubes como
Flamengo, Inter (RS), Sport Recife, Náutico, Santa Cruz, Paysandu, Bahia, Goiás
e Ponte Preta. Em 1976, na conquista do título brasileiro pelo Inter, foi dele
um dos gols da vitória sobre o Corinthians por 2 a 0.
Quando os críticos o rotulavam de caneleiro, a
resposta era curta e grossa: "Eu me preocupo tanto em fazer gols que não
tive tempo de aprender a jogar futebol”. E os gols ‘brotavam’ de todo jeito,
até de bico na bola: “Não existe gol feio; feio é não fazer gol”.
Como bom marqueteiro, Dadá promovia jogos com
promessa de gols. Na passagem pela Ponte Preta, por exemplo, prometeu e marcou
o ‘gol Fepasa’ em homenagem aos torcedores pontepretanos ‘durangos’ que assistiam
às partidas no morrinho da linha do trem, atrás do gol da cabeceira sul do
Estádio Moisés Lucarelli, topograficamente em plano acima do gramado, que
permite visão de metade do campo.
Evidente que
alguns adversários nem sempre encaravam tais promessas como promoção do evento. Interpretavam-nas como combustível na fogueira, mas nem por isso Dadá mudou a
postura. Fazia tudo por diversão. E quando questionado sobre o grau de
dificuldade de determinado adversário, até criou palavra: “Não venham com a
problemática porque eu tenho a solucionática”.
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