domingo, 8 de outubro de 2017

Talentoso Luizinho também foi briguento

 Imagine áspera discussão de jogadores adversários em que um ofende a mãe de outro. O ofendido foi o saudoso meia corintiano Luiz Trochillo, o Luizinho, baixinho encardido, num jogo amistoso em 1957 com o São Paulo do provocante atacante e também saudoso Gino Orlando.

 E não é que o rancoroso Luizinho encontrou casualmente com Gino em uma festa e revidou a ofensa com tijolada na cabeça dele. O corte foi profundo, esguichou bastante sangue, e o fato ganhou manchete de jornais. Aí, foi necessário o apresentador de televisão Manoel da Nóbrega, que tinha um programa com propósito de reconciliar desafetos, recolocá-los frente a frente para que se abraçassem.

 Esse mesmo Luizinho, apelidado de Pequeno Polegar por causa de 1,67m de altura, foi autor do gol do título corintiano do IV Centenário da cidade de São Paulo de 1954, no empate por 1 a 1 com o Palmeiras, na penúltima rodada do Campeonato Paulista, que se arrastou até fevereiro de 1955. O time era formado por Gilmar (Cabeção), Homero e Olavo; Roberto, Idário e Goiano; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Simão.

 Três anos antes Luizinho havia levado a torcida corintiana ao delírio quando aplicou caneta no zagueiro argentino Luis Villa, do Palmeiras, e sentou literalmente na bola.
 Pesando 55 quilos, era rápido e ágil para evitar choques com zagueiros gandalhões. Isso se estendeu de 1948 até 1960, quando se transferiu para o Juventus. Na volta ao Timão, quatro anos depois, já não era o mesmo. Assim, a carreira se estendeu até o dia 21 de setembro de 1967, na vitória por 4 a 0 sobre o Bragantino.

 Depois continuou ligado ao Corinthians como funcionário. Por três vezes desempenhou as funções de técnico tampão da equipe, ocasião em que percebeu não ter vocação para ser comandante. Ele morreu em 1998 aos 68 anos de idade com fama de provocador e arrogante. "Não sou atleta para jogar com público inferior a 30 mil torcedores", citou como responsável por levar torcida aos estádios em época que a cidade de São Paulo contava com apenas 2,5 milhões de habitantes e os bondes corriam sobre trilhos.


 A identificação com o Corinthians vinha da adolescência quando frequentava o Estádio Parque São Jorge, para se espelhar nos atacantes Servilio e Teleco, que tem a maior média de gols por jogo na história do Corinthians: em 234 partidas marcou 243 gols.

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