Imagine áspera discussão de jogadores
adversários em que um ofende a mãe de outro. O ofendido foi o saudoso meia
corintiano Luiz Trochillo, o Luizinho, baixinho encardido, num jogo amistoso em
1957 com o São Paulo do provocante atacante e também saudoso Gino Orlando.
E não é que o rancoroso Luizinho encontrou
casualmente com Gino em uma festa e revidou a ofensa com tijolada na cabeça dele.
O corte foi profundo, esguichou bastante sangue, e o fato ganhou manchete de
jornais. Aí, foi necessário o apresentador de televisão Manoel da Nóbrega, que
tinha um programa com propósito de reconciliar desafetos, recolocá-los frente a
frente para que se abraçassem.
Esse mesmo Luizinho, apelidado de Pequeno
Polegar por causa de 1,67m de altura, foi autor do gol do título corintiano do
IV Centenário da cidade de São Paulo de 1954, no empate por 1 a 1 com o
Palmeiras, na penúltima rodada do Campeonato Paulista, que se arrastou até
fevereiro de 1955. O time era formado por Gilmar (Cabeção), Homero e Olavo;
Roberto, Idário e Goiano; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Simão.
Três anos antes Luizinho havia levado a
torcida corintiana ao delírio quando aplicou caneta no zagueiro argentino Luis
Villa, do Palmeiras, e sentou literalmente na bola.
Pesando 55 quilos, era rápido e ágil para
evitar choques com zagueiros gandalhões. Isso se estendeu de 1948 até 1960,
quando se transferiu para o Juventus. Na volta ao Timão, quatro anos depois, já
não era o mesmo. Assim, a carreira se estendeu até o dia 21 de setembro de
1967, na vitória por 4 a 0 sobre o Bragantino.
Depois continuou ligado ao Corinthians como
funcionário. Por três vezes desempenhou as funções de técnico tampão da equipe,
ocasião em que percebeu não ter vocação para ser comandante. Ele morreu em 1998
aos 68 anos de idade com fama de provocador e arrogante. "Não sou atleta
para jogar com público inferior a 30 mil torcedores", citou como
responsável por levar torcida aos estádios em época que a cidade de São Paulo contava
com apenas 2,5 milhões de habitantes e os bondes corriam sobre trilhos.
A identificação com o Corinthians vinha da
adolescência quando frequentava o Estádio Parque São Jorge, para se espelhar
nos atacantes Servilio e Teleco, que tem a maior média de gols por jogo na
história do Corinthians: em 234 partidas marcou 243 gols.
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