O curitibano Alexsandro de Souza, o meia Alex,
40 anos de idade, foi singular no anúncio para pendurar as chuteiras: usou o twitter
no dia 1º de dezembro de 2014, data que antecedia ao jogo do Coritiba contra o
Bahia pela última rodada do Campeonato Brasileiro.
No comunicado, fez montagem vestindo camisas
de Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo e Fenerbahçe da Turquia. Pela
deferência ao Palmeiras, em março de 2015 realizou jogo de despedida entre amigos
no Allianz Parque.
A singularidade de Alex transcendia os
gramados e persiste como comentarista da ESPN.
Líder do Bom Senso F.C. - grupo de atletas que reivindicava direitos e melhoria
no futebol brasileiro - ousou criticar desmandos da CBF e de se submeter à TV Globo.
Sem papas na língua, deixou claro que jamais
jogaria no Atlético Paranaense, rival do Coritiba. E sobraram críticas a dois
treinadores: “Marco Aurélio Moreira foi o pior com quem trabalhei”, comentou,
sem esconder a mágoa por ter sido dispensado do Cruzeiro por telefone.
Outro visado foi o treinador Aykut Kocaman, do
Fenerbahce de 2012, que, quando atleta do clube, atingiu 140 gols. Como Alex
era substituído seguidamente no segundo tempo, o acusou de receio que o
ultrapassasse na artilharia no clube, visto que ele já havia atingido 136 gols.
Por fim, após totalizar 185 gols em 378 jogos nos oito anos de futebol turco,
Alex foi dispensado.
Profissionalizado no Coritiba em 1995, Alex marcou
422 gols em 1.034 partidas nos 17 anos de carreira como exímio cobrador de
faltas, precisão nos passes, dribles e chutes calibrados. O palmeirense começou
a desfrutar dessas virtudes na goleada contra o Fluminense por 4 a 1, em julho
de 1997, ratificadas nas conquistas das copas do Brasil e Mercosul em 1998, e
Libertadores de 1999 e 2000.
Em 2000 ele ainda conquistou o Torneio Rio-São
Paulo, e saiu por empréstimo ao Flamengo. No retorno, ficou até 2002, em tempo
de marcar gol antológico contra o São Paulo, pelo Torneio Rio-São Paulo, Estádio
do Morumbi, após ‘chapelar’ Emerson e Rogério Ceni.
No Parma da Itália não repetiu o desempenho e
o Cruzeiro o acolheu em contrato de dois anos, deixando histórico de 121
partidas, 64 gols, e títulos mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. A
frustração foi ter sido preterido pelo treinador Felipe Scolari na Seleção
Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 2002.
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