segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Oito anos sem Pinheirense, o beque mais violento

 Não desmintam saudosistas quando apontam o saudoso Antenor José Cardoso, o Pinheirense, natural da cidade de Pinheiros, interior do Maranhão, como zagueiro mais violento do futebol brasileiro dos últimos 50 anos. Décadas passadas, quando narradores de futebol metaforizavam frases de que fulano ‘abriu a caixa de ferramentas’, a carapuça servia para Pinheirense que, propositalmente, acertava meio gomo da bola e alongava o pé pra pegar o adversário. Ele batia da medalhinha pra cima.

 Foi o período em que treinadores malandros mandavam ‘matar’ jogadas do adversário no nascedouro. Alguns diziam ‘bola ou bolim, referência que passava a bola e não passava o adversário.

 Quem duvida que Pinheirense foi recordista de expulsões, basta avaliar o histórico. O igualmente saudoso árbitro Dulcídio Wanderlei Boschilia o expulsou nove vezes. Outras quatro vezes ficaram por conta de ex-árbitros como Oscar Roberto Godoy e Roberto Nunes Morgado. Isso nas passagens por clubes paulistas que disputavam o Paulistão como Ferroviária, Botafogo, São Caetano, Paulista de Jundiaí e Ituano.

 Claro que faltam contabilizar cartões vermelhos em divisões inferiores quando atuou por Lençoense, Lemense, Corinthians de Presidente Prudente, além de períodos no Náutico, Coritiba e Londrina. Logo, difícil imaginar qual jogador desfalcou tanto a sua equipe por suspensões automáticas ou impostas por tribunais desportivos.

 Pinheirense morreu no dia 21 de agosto de 2009, em Recife (PE), aos 53 anos de idade, vítima de complicações generalizadas. E se quase aleijou adversários com as suas botinadas, passou os últimos dez anos de vida em cadeira de rodas. Ficou paraplégico após ter sido alvejado pelas costas pelo marido de uma ex-namorada, na capital paulista.

 A carreira, de pouco mais de 15 anos, foi encerrada em 1993, período em que muito se falava da fama de xerife do falecido zagueiro Moisés - ex-Bangu e Corinthians -, sem que isso resultasse em expulsões. “Quase ganho o Belfort Duarte”, brincou ele, certa ocasião, em referência ao prêmio instituído pelo Conselho Nacional de Desporto em 1945, oferecido ao atleta que passava dez anos sem ser expulso de campo.

 Márcio Rossini, ex-atleta de Marília (SP), Santos, Bangu e Flamengo foi o típico zagueiro temido por adversários pela violência, em época que a maioria dos estádios não oferecia segurança. Aí, árbitros cediam às pressões.

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