Não desmintam saudosistas quando apontam o saudoso
Antenor José Cardoso, o Pinheirense, natural da cidade de Pinheiros, interior
do Maranhão, como zagueiro mais violento do futebol brasileiro dos últimos 50
anos. Décadas passadas, quando narradores de futebol metaforizavam frases de
que fulano ‘abriu a caixa de ferramentas’, a carapuça servia para Pinheirense
que, propositalmente, acertava meio gomo da bola e alongava o pé pra pegar o
adversário. Ele batia da medalhinha pra cima.
Foi o período em que treinadores malandros
mandavam ‘matar’ jogadas do adversário no nascedouro. Alguns diziam ‘bola ou
bolim, referência que passava a bola e não passava o adversário.
Quem duvida que Pinheirense foi recordista de
expulsões, basta avaliar o histórico. O igualmente saudoso árbitro Dulcídio
Wanderlei Boschilia o expulsou nove vezes. Outras quatro vezes ficaram por
conta de ex-árbitros como Oscar Roberto Godoy e Roberto Nunes Morgado. Isso nas
passagens por clubes paulistas que disputavam o Paulistão como Ferroviária,
Botafogo, São Caetano, Paulista de Jundiaí e Ituano.
Claro que faltam contabilizar cartões
vermelhos em divisões inferiores quando atuou por Lençoense, Lemense,
Corinthians de Presidente Prudente, além de períodos no Náutico, Coritiba e
Londrina. Logo, difícil imaginar qual jogador desfalcou tanto a sua equipe por
suspensões automáticas ou impostas por tribunais desportivos.
Pinheirense morreu no dia 21 de agosto de
2009, em Recife (PE), aos 53 anos de idade, vítima de complicações
generalizadas. E se quase aleijou adversários com as suas botinadas, passou os
últimos dez anos de vida em cadeira de rodas. Ficou paraplégico após ter sido
alvejado pelas costas pelo marido de uma ex-namorada, na capital paulista.
A carreira, de pouco mais de 15 anos, foi
encerrada em 1993, período em que muito se falava da fama de xerife do falecido
zagueiro Moisés - ex-Bangu e Corinthians -, sem que isso resultasse em expulsões.
“Quase ganho o Belfort Duarte”, brincou ele, certa ocasião, em referência ao
prêmio instituído pelo Conselho Nacional de Desporto em 1945, oferecido ao
atleta que passava dez anos sem ser expulso de campo.
Márcio Rossini, ex-atleta de Marília (SP),
Santos, Bangu e Flamengo foi o típico zagueiro temido por adversários pela
violência, em época que a maioria dos estádios não oferecia segurança. Aí,
árbitros cediam às pressões.
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