domingo, 24 de setembro de 2017

Seis anos sem Escurinho, um reserva carismático

 Esse 27 de setembro marca o sexto ano da morte do atacante Luiz Carlos Machado, o Escurinho, um reserva de luxo no Inter (RS) na década de 70, que tinha a sina de entrar no segundo tempo e decidir jogos, invariavelmente com gols de cabeça.

 O diagnóstico da morte foi complicações provocadas pelo diabetes. Desde a época foi inevitável a discussão sobre possibilidade futura de cura da doença, sem que o objetivo tenha sido atingido, assegura o médico Luiz Turatti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, em entrevista ao portal G1 em abril passado. “Não existe vacina no mercado capaz de evitá-la. Não há tratamento milagroso”, assegurou.

 A perna direita de Escurinho, que lhe deu apoio para magnífica impulsão nos cabeceios, foi amputada do joelho para baixo em 2009, antes de sua última aparição pública, após compor o hino do centenário do Inter.

 Pouco antes da morte, aos 61 anos de idade, a perna esquerda dele também sofreu amputação acima do joelho. Em ambos os casos a justificativa foi insuficiência renal e diabetes não controlados com tratamentos para regularizar o funcionamento vascular.

 Hoje, se surgisse boleiro com apelido de Escurinho, denúncia de racismo seria inevitável. Na década passada um advogado gaúcho impetrou ação de indenização por danos morais contra o Inter ao abandonar o antigo mascote saci e substitui-lo por um macaco batizado como Escurinho.

 Claro que nada a ver com o então atleta Escurinho que jamais censurou o apelido desde os sete anos de idade, em Porto Alegre, por ser negro. Seu negócio era jogar futebol e a sua história começou no Inter (RS) num elenco formado por jogadores altos e fortes na década de 70, comandados pelo então técnico Rubens Francisco Minelli.

 Naquele time bicampeão brasileiro em 1975/76, o ataque era formado por como Valdomiro, Flávio e Lula. Logo, Escurinho tinha que se contentar com a reserva. O time base daquele biênio era de Manga; Cláudio Duarte, Fugueiroa, Hermínio (Marinho Peres) e Vacaria; Caçapava, Falcão e Paulo César Carpegiani (Batista); Valdomiro (Jair), Flávio (Dario) e Lula (Escurinho).

 Depois, já no Palmeiras, manteve o hábito de gols de cabeça no segundo tempo, até entrar na estrada da volta no Inter de Limeira, Bragantino, Barcelona de Guayaquil (EQU) e encerramento da carreira no Caxias do Rio Grande do Sul, em 1985.

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