domingo, 10 de setembro de 2017

Adeus a Oscar Scolfaro, árbitro dos anos 70 e 80

 No dia 31 de março de 2012 o jornalista Cassio Zirpoli, do jornal Diário Pernambucano, produziu texto intitulado ‘Sport x Flamengo, 30 anos depois’. O motivo para recapitular aquele jogo válido pelas oitavas-de-final do Campeonato Brasileiro foi reiterar críticas ao então árbitro paulista Oscar Solfarão.

 Após derrota por 2 a 0 no primeiro confronto disputado no Estádio do Maracanã, o Sport precisava de vitória por dois gols de diferença em Recife, para avançar na competição. E o placar de 3 a 1 seria obtido não fosse anulado por Scolfaro gol que os pernambucanos ainda argumentam legítimo nos minutos finais.

 Pois esse Scolfato que apitou de 1971 a 1982, sujeito a erros involuntários como todo árbitro, morreu no último dia nove de setembro em Campinas, vítima de câncer, deixando histórico de árbitro com carreira sul-americana e apitando importantes confrontos pela Libertadores da América.

 Tido como árbitro de primeira linha do quadro da CBF, incontáveis vezes foi indicado por federações estaduais para apitar decisões. O aprendizado para lidar com pressões ocorreu quando apitava no futebol varzeano de Campinas, sua cidade natal, quando, sem policiamento, habilmente contornava situações complicadas.

 Scolfaro se destacava pela precisão técnica, mas não relutava no aspecto disciplinar. No dia 12 de fevereiro de 1978, carregou na súmula do jogo em que o Botafogo de Ribeirão Preto venceu o São Paulo por 1 a 0, gol do saudoso meia Sócrates.

 É que o então atacante Serginho Chulapa, quase no final daquela partida, deu um bico na canela do bandeirinha Vandevaldo Rangel, que marcou impedimento em lance convertido em gol. Foi quando Scolfaro relatou o fato que resultou em punição inicial de 14 meses de suspensão ao agressor, com redução de pena para 11 meses.


 Nas histórias que Scolfato contou ao saudoso radialista Fause Kanso, uma delas cita que, escalado para apitar Uruguai e Colômbia, pelas Eliminatórias à Copa do Mundo em Montevidéu, o avião teve que aterrissar em Buenos Aires, na Argentina. Aí, o jeito foi rodar em um taxi a procura de vaga em hotel, não encontrada. Foi quando o motorista, apaixonado pelo futebol brasileiro, ofereceu a casa dele para hospedagem, a fim de que, no dia seguinte, o improvisado hóspede pudesse completar viagem e corresponder a escala àquele confronto sul-americano. 

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