No dia 31 de março de 2012 o jornalista Cassio
Zirpoli, do jornal Diário Pernambucano,
produziu texto intitulado ‘Sport x Flamengo, 30 anos depois’. O motivo para
recapitular aquele jogo válido pelas oitavas-de-final do Campeonato Brasileiro foi
reiterar críticas ao então árbitro paulista Oscar Solfarão.
Após derrota por 2 a 0 no primeiro confronto
disputado no Estádio do Maracanã, o Sport precisava de vitória por dois gols de
diferença em Recife, para avançar na competição. E o placar de 3 a 1 seria
obtido não fosse anulado por Scolfaro gol que os pernambucanos ainda argumentam
legítimo nos minutos finais.
Pois esse Scolfato que apitou de 1971 a 1982, sujeito
a erros involuntários como todo árbitro, morreu no último dia nove de setembro
em Campinas, vítima de câncer, deixando histórico de árbitro com carreira
sul-americana e apitando importantes confrontos pela Libertadores da América.
Tido como árbitro de primeira linha do quadro
da CBF, incontáveis vezes foi indicado por federações estaduais para
apitar decisões. O aprendizado para lidar com pressões ocorreu quando apitava
no futebol varzeano de Campinas, sua cidade natal, quando, sem policiamento, habilmente
contornava situações complicadas.
Scolfaro se destacava pela precisão técnica,
mas não relutava no aspecto disciplinar. No dia 12 de fevereiro de 1978,
carregou na súmula do jogo em que o Botafogo de Ribeirão Preto venceu o São
Paulo por 1 a 0, gol do saudoso meia Sócrates.
É que o então atacante Serginho Chulapa, quase
no final daquela partida, deu um bico na canela do bandeirinha Vandevaldo
Rangel, que marcou impedimento em lance convertido em gol. Foi quando Scolfaro
relatou o fato que resultou em punição inicial de 14 meses de suspensão ao
agressor, com redução de pena para 11 meses.
Nas histórias que Scolfato contou ao saudoso
radialista Fause Kanso, uma delas cita que, escalado para apitar Uruguai e
Colômbia, pelas Eliminatórias à Copa do Mundo em Montevidéu, o avião teve que
aterrissar em Buenos Aires, na Argentina. Aí, o jeito foi rodar em um taxi a
procura de vaga em hotel, não encontrada. Foi quando o motorista, apaixonado
pelo futebol brasileiro, ofereceu a casa dele para hospedagem, a fim de que, no
dia seguinte, o improvisado hóspede pudesse completar viagem e corresponder a
escala àquele confronto sul-americano.
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