Os onze anos como jogador da Portuguesa - durante
três passagens - fez do ex-volante Capitão um admirador do clube. A postura de
quem deixava o gramado com a camisa ensopada de suor contrasta com a morosidade
da equipe atual.
Reflexo destrutivo do clube é ter que ficar de
fora da Série D do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil de 2018, visto que
até na Copa Paulista o time naufragou. Eis aí um triste cenário para quem já
foi reconhecido como um dos mais tradicionais clubes de São Paulo.
Capitão é atleta recordista em atuações com a
camisa da Portuguesa, ao totalizar 496 jogos. E fez jus aos aplausos pela
típica marcação ‘carrapato’, explorando o vigor físico para desarmar
adversários. A liderança nata igualmente permitia ascendência sobre os
companheiros.
Ele participou daquela campanha em que o time
foi vice-campeão brasileiro em 1996, com derrota para o Grêmio no Estádio
Olímpico. Eis o time: Clemer; Carlos Roberto, Emerson, Marcelo Miguel e Zé
Roberto; Capitão, Alexandre Gallo, Caio e Zinho; Rodrigo Fabri e Alex Alves.
Dois anos depois, no São Paulo, adaptado como
quarto-zagueiro, conquistou o seu primeiro título como profissional: o
Paulistão. Outro título estadual foi conquistado na temporada seguinte no
Grêmio portoalegrense, mas a carreira de quase 20 anos foi marcada por altos e
baixos. Na passagem de quatro meses pelo Guarani, em 2000, já não mostrava
aquela vitalidade dos tempos de Portuguesa, e seus últimos jogos foram como
reserva.
Da carreira iniciada no Cascavel, inclui passagens
ainda pelo Verdy Kawasaki-JAP, Portuguesa Santista, Botafogo (SP), Sport, CSA-AL
e Grêmio Mauaense aos 38 anos de idade, quando decidiu encerrá-la.
Mineiro de Conselheiro Pena, registrado com o
nome de Oleúde José Ribeiro, o ex-atleta conta que o apelido de Capitão advém
de tentativa frustrada de seus pais homenagearem a capital mundial do cinema,
Hollywood.
Nos tempos de Muricy Ramalho como treinador do
São Paulo, ele fez questão de fazer um estágio de comandante de elenco no
gramado, e por isso ainda não sepultou os planos de voltar ao futebol como
treinador.
Enquanto isso não acontece, administra sua
fazenda em Santa Lúcia, pequena cidade do Paraná, que lhe garante rentabilidade
suficiente para seguir com vida confortável. A dedicação ao setor agropecuário
passou a ocorreu três anos depois de pendurar chuteiras.
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