Se antigamente os atletas penduravam as chuteiras e ficavam a 'Deus dará', hoje parte deles já projeta o futuro, como foi o caso do meio-campista Paulinho, que atingiu o auge da carreira no Corinthians, onde se desligou no dia 28 de maio de 2024, na goleada sobre o Racing do Uruguai por 3 a 0, pela Copa Sul-Americana.
Não é por acaso que recentemente Paulinho assumiu a função de executivo de futebol do Mirassol, e vai dividir a responsabilidade de dar sustentação ao clube no Brasileirão de 2025. Ele revelou que, enquanto atleta, já estava se preparando para a nova função que exige interligação entre departamentos do clube atrelados ao futebol. E confessou que teve participação ativa na contratação do treinador Eduardo Barroca, com justificativa que Mozart Santos - que se desligou recentemente do Mirassol para ingresso no Coritiba - havia sido auxiliar de Barroca e teria aprendido muito com ele.
Descoberto pelo treinador Parraga, com características de volante que avançava até a área adversária para completar jogadas, Paulinho começou a jogar em 2006 no Audax. Dois anos depois quase desistiu da carreira, quando estava na Polônia, após passagem pela Lituana. A justificativa foi não ter se adaptado ao inverno rigoroso. Ele ainda passou por Bragantino e Coimbra de Contagem (MG) antes da chegada ao Corinthians em 2010, clube marcado por idas e vindas, como em 2013 e o recente encerramento.
Em 2015, Paulinho passou pelo futebol chinês, atuando pelo Guangzhou, até que dois anos depois chegou ao Barcelona, da Espanha, e foi parceiro do meia Messi, que o indicou aos dirigentes do clube. Lá, ele diz ter jogado de ponteiro, fechando por dentro, e alegou ter se adaptado rápidamente à nova função, após aguardar dois meses na reserva. E deixou o clube em 2020, com histórico de 49 jogos e nove gols, visto que o Guangzhou foi buscá-lo novamente.
Registro, ainda, para rápida passagem pela Arábia Saudita antes do regresso ao Corinthians, ocasião que lamentou duas lesões consecutivas - uma delas com afastamento de nove meses -, que impediram que repetisse o seu real futebol.
A rigor, ele sequer pretendia cumprir o contrato com o Corinthians até o final. Em viagem com a família para fora do País, alegou ter recebido apoio da esposa para que completasse a etapa de tratamento e assim aguardasse até atingir plena recuperação.