Como outubro foi mês marcado por registros de mortes de ex-atletas e do pugilista Adílson Rodrigues Maguila, passou despercebido que o ex-volante Denílson, o 'Rei Zulo”, de elogiada passagem no Fluminense nas décadas de 60/70, também faleceu, aos 81 anos de idade. Ele integrou a Seleção Brasileira que foi um fiasco na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, com participação em jogos contra Bulgária e Portugal. E por mais dois aos ainda vestiu a camisa amarela, com retrospecto de nove jogos e dois gols.
Com 1,80m de altura, Denílson Custódio Machado, natural de Campos dos Goytacazes (RJ), tinha característica de volante defensivo e sobressaía-se no desarme das jogadas. Por isso foi batizado como primeiro cabeça-de-área do futebol brasileiro em 1964, definição através de seu saudoso treinador Ébua de Pádua Lima, o Tim. Todavia, essa virtude não se estendia nos passes mais elaborados. Por isso, de posse de bola, visava rapidamente o parceiro de equipe mais próximo, para evitar o erro.
E naquele ano já comemorou o título carioca, fato que se repetiu em 1969, 1971 e 1973, quando o saudoso treinador Telê Santana o desafiou a treinar lançamentos, e inacreditavelmente passou a se destacar neste fundamento. Assim, disputou 435 partidas pelo clube, com opção de aceitar transferência ao Rio Negro (AM) por dois motivos: havia ganhado passe livre e se pronunciado abertamente que 'é melhor jogar num time pequeno do que ficar na reserva de um novato em time grande'.
Depois, ainda passou pelo Vitória (BA) em 1975, no reencontro com o treinador Tim. Assim, ao encerrar a carreira na temporada seguinte, foi incentivado à função de auxiliar técnico, e com a básica aprendizagem suceder o seu professor em 1977. Dali foi trabalhar em clube da Nigéria, ocasião que, apesar das diferenças culturais de países, alegou que foram três anos sem arrependimento.
Denílson começou a carreira no juvenil do Madureira (RJ), abandonou o clube por causa de salários atrasados e se ofereceu para teste no Fluminense. Inicialmente foi barrado pelo porteiro, mas insistiu para falar diretamente com o técnico do profissional, Zezé Moreira e conseguiu. "Seu Zezé, sou jogador de futebol e quero treinar aqui". Aí o treinador acreditou no garoto, colocou-o para treinar, o aprovou, e a carreira decolou.
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