Adeus ao ex-goleiro Tobias
É gratificante homenagear ídolos do futebol em vida e lúcidos. Por duas vezes, nesse espaço, foram reservadas publicações do então goleiro Tobias, ídolo do Corinthians na década de 70, que morreu neste 13 de julho, aos 75 anos de idade, vítima de complicações respiratórias e cremado no dia posterior em Agudos (SP), a cidade natal dele. Na primeira publicação, foram mencionadas mudanças de hábitos de pais que já não ousam registrar filhos em cartórios com o prenome Benedito, como antigamente.
Faz sentido, pois os inevitáveis apelidos de Dito ou Ditão não soam bem. O nome Benedito homenageava o santo intercessor de milagres na Itália, séculos passados, e nem a expressão ‘será o Benedito’, criada em Minas Gerais em 1930, havia desestimulado casais da época no repasse do nome ao filho. ‘Será o Benedito’ era expressão que significava intolerância ou impaciência com alguma coisa.
No caso de Tobias prevaleceu o sobrenome do registro em cartório como José Benedito Tobias, goleiro com carreira iniciada no Noroeste de Bauru (SP) em 1968, para posterior transferência ao Guarani. Na última publicação de 2018, foi feita referência a anúncios comerciais da marca Bozzano, veiculadas em rádios, quando se ouvia o vozeirão do saudoso radialista Oliveira Neto com essa mensagem: ‘Lembram-se de minha voz? Ela continua a mesma. Mas os meus cabelos! É que para eles tem o creme rinse colorama. Um produto: Bozzano’.
Pois o goleiro Tobias, de cabelos compridos e encaracolados, viu eles rarearam a partir do encerramento da carreira em 1986, no Bangu, até que a calvície ficasse bem acentuada. O ápice da carreira foi no Corinthians, de 1975 a 1980, respaldado pela característica de goleiro de elasticidade, com destaque para 1976, na fase semifinal do Campeonato Brasileiro contra o Fluminense, na invasão de torcedores corintianos ao Estádio do Maracanã, quando praticou duas defesas na definição através dos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal. Todavia, na finalíssima, deu Inter (RS).
O desjejum de título ocorreu no ano seguinte, na decisão do Campeonato Paulista contra a Ponte Preta, em 13 de outubro. À época, Tobias já não era absoluto da meta, na final do Campeonato Paulista, pois o treinador Oswaldo Brandão havia programado revezamento com o goleiro Jairo, mas por sorte ele foi titular nas vitórias da primeira e terceira partida.
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