terça-feira, 27 de agosto de 2024

Heriberto, hábil meia que não 'vingou' como treinador

Quando fecham-se as cortinas e termina uma partida de futebol, por vezes começa um 'mundo' escondido. Reações intempestivas entre integrantes de elencos são acobertadas, assim como há casos de quem extrapola e ignora até membros de comissões técnicas, como o registrado em setembro de 2006, quando o atacante Júlio César, do América (RN), agrediu o treinador Heriberto Longuinho da Cunha, revoltado por ter sido substituído, e, em consequência, foi dispensado do clube.

Quatro anos antes havia ocorrido outro exemplo de comandante agredido, durante treino do La Coruña (ESP). Foi quando o então meia Djalminha reclamou da marcação de um pênalti, apitado pelo seu treinador Javier Irureta, que gerou áspera discussão, culminando com cabeçada do atleta no comandante. Na ocasião, o fato ganhou repercussão e Luiz Felipe Scolari, o Felipão, que comandava a Seleção Brasileira, decidiu vetar a convocação do atleta à Copa do Mundo de 2002.

Após aplaudida carreira de atleta nos anos 80 do século passado, o ex-meia-esquerda Heriberto decidiu transmitir a natural experiência adquirida ao longo do percurso como treinador. Logo, jamais imaginou que a insubordinação atingisse aquele nível, com atleta extrapolando.

Vida que segue. Hoje, 64 anos de idade, aposentado, esse mineiro de Santa Rita do Sapucaí viveu situação contrastante entre treinador e atleta. Quando jogava, principalmente nos seis anos de São Paulo, a partir de 1978, com histórico de 185 jogos, de fato não foi aquele meia-armador com estatística recomendável para assinalar gols. Todavia, compensava pela habilidade e privilegiada visão de jogo, que permitia frequentes assistências a companheiros de equipe, visando conclusões de jogadas.

Velha guarda são-paulina lembra de afinadas equipes montadas naquele período. Assim, Heriberto pode atuar ao lado de renomados jogadores como os zagueiros Oscar e Dario Pereyra, e centroavante Serginho Chulapa. Ao se desligar do São Paulo, ele ainda passou por Portuguesa, Cruzeiro, Santos, América (RJ), Athletico Paranaense, Kashima Antlers do Japão, Mogi Mirim e São Caetano em 1993, onde encerrou a carreira de atleta.

Como treinador, dirigiu os Américas de Rio Preto (SP), do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte. Rodou ainda em clubes como Náutico, Portuguesa, Fortaleza, Inter de Limeira (SP) e Vila Nova.

Nenhum comentário: