sábado, 10 de agosto de 2024

Adeus ao craque Adílio, do Flamengo

Ideal é quando o ídolo do passado acaba homenageado em vida. Assim, em abril do ano passado, foi reservado, neste espaço, a recapitulação da carreira do então meia Adílio de Oliveira Gonçalves, um dos maiores craques de todos os tempos do Flamengo, que havia caído no anonimato, tanto que sequer teve respaldo quando tentou disputou a cadeira de deputado estadual do Estado do Rio de Janeiro em 2010, e assim tocava a vida até adoecer e morrer neste cinco de agosto, aos 68 anos de idade, vítima de câncer de pâncreas.

A infância dele foi mais uma daquelas em que meninos órfãos de pai saem à luta para ajuda no sustento da família, com trabalho em feira livre. Como o talento dele aflorou no bate-bola em praias, foi levado às categorias de base do Flamengo. As primeiras oportunidades na equipe principal surgiram após o precoce falecimento do meia Geraldo, mas não havia como se fixar como titular com a chegada de Paulo César Carpeggiani, vindo do Inter (RS), fato que o contrariava, embora treinadores como os saudosos Cláudio Coutinho e Telê Santana queixavam-se que faltava-lhe aprimorar finalização e aptidão para o cabeceio, com 1,72m de altura.

A chance definitiva não tardou e foi gratificado ao participar do melhor Flamengo de todos os tempos, quando fez dupla de meio de campo com o volante Andrade e ponta-de-lança Zico, nos títulos da Libertadores e Mundial de Clubes em 1981, na goleada por 3 a 0 sobre o Liverpool, assim como conquistas do Campeonato Brasileiro nas temporadas de 1980, 1982 e 1983. Ele entrou para a história do clube com histórico de 128 gols em 615 partidas, sendo e terceiro jogador com maior número de jogos disputados.

Foi o período que colocava o seu parceiro Zico na cara do gol. Assim, a carreira no Flamengo se arrastou até 1987, após ter completado 30 anos de idade e ficou com os direitos do passe. Depois, foi jogar no Coritiba e houve repasse em clubes intermediários, até o encerramento no Barra Mansa do Rio de Janeiro, em 1997, ocasião em que lamentou apenas duas atuações pela Seleção Brasileira.

Antes de ingressar na discreta carreira de treinador, foi transformado em atleta de futsal, como ala-pivô. No comando de clubes, passou pelo Bahain da Arábia Saudita, Centro de Futebol Zico e divisão de base do Flamengo, clube que em 2019 o homenageou com busto em na sede, na Gávea.


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