domingo, 30 de junho de 2024



Adeus ao ex-volante e ex-treinador Dudu



Observem que quando da morte de ex-atletas, desavisados da comunicação esportiva se apressam a rotulá-los como craque, apenas pelo histórico em grandes clubes e Seleção Brasileira. Quem não viu o agora saudoso volante Dudu jogar, no século passado, saiba que ele tinha a características de desarme nas jogadas, sem que recorresse às faltas na maioria das vezes. Daí a craque, a distância é longa.

Meia de armação Ademir da Guia, parceiro dele no meio de campo palmeirense, nas décadas de 60 e 70 do século passado, pautado pelo respeito em relação a parceiros de equipe, até poderia recomendar para Dudu que apenas corresse, enquanto ele pensasse o jogo, como faziam meias do passado em relação a volantes.

O também saudoso meia Bazzani, da Ferroviária, dos anos 60, sem constrangimento, assim se referia ao seu parceiro de clube Bebeto Oliveira, igualmente volante, que teve a incumbência de substituir Dudu quando da transferência dele ao Palmeiras, em 1964.

Na Ferroviária, Dudu foi identificado como 'jogador carrapato'. E lá chegando teve que respeitar a titularidade de Zequinha, reserva de Zito na conquista do bicampeonato da Seleção Brasileira em 1962, na Copa do Mundo do Chile. Logo, viu aquela situação se arrastar até meados de 1966, quando começou a ganhar vaga na equipe, e isso se estendeu até 1975, com histórico de 612 jogos e 29 gols. A carreira foi encerrada no Confiança (SE), recheada com passagens pela Seleção e 13 jogos, de 1965 a 1968.

No retorno à capital paulista, foi chamado pelo Palmeiras para assumir a função de treinador da equipe principal em 1976, quando conquistou o título paulista daquela temporada, juntado a outros oito pelo clube. E ele ainda treinou Ferroviária (SP), América (RJ), Desportiva Ferroviária (ES) e Sãocarlense (SP) até 1994, intercalando entre esses clubes volta ao Palmeiras.

Vitimado por infecção abdominal, Dudu morreu no dia 28 de junho passado, aos 84 anos de idade. Registrado como Olegário Tolói de Oliveira, era natural de Araraquara (SP), e foi tio do ex-jogador e atualmente treinador Dorival Júnior, da Seleção Brasileira.

A carreira de respeito no Palmeiras sugeriu que alterassem o estatuto do clube em 2015, para permitir que fosse homenageado com um busto, visto que até então havia impedimento a atletas que enfrentaram o clube, como foi o caso na passagem dele pela Ferroviária.


 


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