domingo, 4 de agosto de 2024

Ivair, um 'malabarista' como Ronaldinho Gaúcho


Desportistas entre as faixas etárias de 70 a 80 anos de idade testemunharam o estilo malabarista com a bola do então centroavante Ivair Ferreira, nascido em Bauru (SP), em 1945. Uma reverência de parâmetro é o ex-meia-atacante Ronaldinho Gaúcho, pela capacidade de arranques com bola colada aos pés, e facilidade para fazer o zigue-zague e entortar marcadores.

E por encantar o público durante jogo que a Portuguesa dele venceu o Santos por 3 a 2, em 1962, quando marcou os três gols, a recompensa foi além do esperado. O saudoso 'rei' Pelé fez questão de presenteá-lo com a camisa, e carinhosamente o batizou de 'príncipe', numa alusão que havia surgido o suposto herdeiro de seu trono.

O apelido foi fartamente propagado pelos saudosos jornalistas da época Eli Coimbra e Orlando Duarte, e assim Ivair marcou época numa linha ofensiva da Lusa conhecida como 'iê iê iê', em referência ao movimento musical da Jovem Guarda, num quinteto formado por Ratinho, Leivinha, Ivair, Paes e Rodrigues.

Pelé não exagerou ao rotulá-lo de príncipe, pois um ano após aquela homenagem Ivair chegou à Seleção Brasileira. Todavia, prestes a estrear, sofreu distensão muscular, e só foi disputar uma partida pelo selecionado em maio de 1966, escalado na ponta-esquerda, com vitória sobre País de Gales por 1×0, no Estádio do Mineirão.

Naquele período, homens da mídia faziam questão de identificar goleiros alvos mais frequentes de atacantes. Aí, quando Ivair totalizou 15 gols em 11 partidas contra o palmeirense Valdir Joaquim de Moraes, o fato foi bastante propagado.

Na Portuguesa daquela época, era comum transferências de jogadores para rivais. Lateral Zé Maria, zagueiro Ditão, volante Nair e meia Basílio foram para o Corinthians. O Palmeiras contratou o zagueiro Marinho Peres e pontas-de-lança Servílio e Leivinha. Foi para o São Paulo o já falecido ponteiro-direito Ratinho.

Embora sempre requisitado por clubes paulistas, e com a Lusa hesitando negociar o passe, Ivair endureceu numa das renovações de contrato, e comprou mais um Fusca. Aí o Corinthians o contratou em 1969, ocasião que a Portuguesa usou o dinheiro para conclusão das obras do Estádio Canindé, clube que Ivair começou em 1962, totalizando 307 jogos e 106 gols.

Ele ainda passou por Fluminense, América (RJ), Paysandu, Toronto (CAN) e finalmente quatro temporadas no Estados Unidos, a partir de 1979.


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