segunda-feira, 24 de julho de 2023

Adeus ao artilheiro e irreverente Palhinha

Como o futebol produziu 'dois' Palhinhas, é prudente esclarecer que a morte registrada no último 17 de julho foi de Vanderlei Eustáquio de Oliveira, 73 anos de idade, que fez história no final da década de 60 a meados de 80, principalmente no Cruzeiro, Corinthians e Atlético Mineiro, embora também tenha passado pelo Santos, Vasco e América (MG). Cabe esclarecer que o Palhinha bicampeão da Libertadores e Mundial Interclubes, ambos no biênio 1992/93, pelo São Paulo, goza de plena saúde.

A história do primeiro Palhinha começa pela curiosidade do apelido, repetido incontáveis vezes. Como o irmão dele era identificado por 'Palha de Aço', os amigos 'colaram' esse jeito pejorativo para difirenciá-los. A trajetória de atacante veloz e talentoso foi iniciada no Cruzeiro em 1968, porém fixado como titular só após a saída de Tostão para o Vasco da Gama, quatro anos depois.

No Cruzeiro, Palhinha participou da campanha do título da Libertadores de 1976, ao anotar 13 gols em dez partidas, marca imbatível de maior artilheiro brasileiro naquela competição. A carreira de sucesso prosseguiu no Corinthians em 1977, quando ficou marcado por ter feito um gol de 'cara' em um jogo na final do Paulistão contra a Ponte Preta, ocasião em que os corintianos quebraram jejum de títulos que se aproximava dos 23 anos.

No Corinthians, até o final de 1980, teve retrospecto de 148 jogos e 44 gols, com consequente volta ao futebol mineiro no Atlético, e participação no polêmico vice-campeonato brasileiro de 1981 contra o Flamengo, quando o árbitro José Roberto Wright expulsou cinco atletas de seu time, o que provocou interrupção da partida aos 37 minutos, com placar em branco.

Em entrevista ao jornalista Milton Neves, Palhinha confessou a irritação pela arbitragem após as expulsões de Reinaldo e Éder Aleixo. “Aí eu mandei ele (Wright) tomar naquele lugar, e disse para também me expulsar. E fui expulso”.

Na Seleção Brasileira, marcou seis gols no período de seis anos, em 16 jogos, ocasião que participou da Copa América de 1979, com derrota para o Paraguai na etapa semifinal. E ao ingressar na carreira de treinador, dirigiu Cruzeiro, Atlético Mineiro, Rio Branco de Andradas (MG), Corinthians, União São João, Ferroviária, Inter de Limeira, Cruzeiro, Vila Nova (MG) e o Al-Tai da Arábia Saudita, seu último trabalho na função, em 2002.

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