segunda-feira, 3 de julho de 2023

Adeus a José Aparecido de Oliveira!

Por vezes, a vida é cruel com certas pessoas, uma delas o ex-árbitro José Aparecido de Oliveira, que morreu no último 20 de junho, aos 72 anos de idade, em decorrência de um câncer no estômago diagnosticado em 1995. Submetido a cirurgia, com 28 pontos no local da doença, fez quimioterapia, e quando presumia-se que tivesse curado, se aproximava da idade limite da profissão, de 45 anos, o que provocou o afastamento dele do futebol.

O estilo rigoroso no aspecto disciplinar o colocou em polêmicas durante jogos com envolvimento de clubes paulistas. Em 1991, o então meia Neto, pelo Corinthians, que o havia acusado de sacanagem em jogo que o Palmeiras ganhou por 2 a 1, acabou expulso após entrada violenta sobre o volante César Sampaio. Inconformado, o jogador confessou ter pensado em agredi-lo com soco no rosto, mas optou por cusparada que, relatada, resultou-lhe em suspensão de quatro meses.

Claro que posteriormente 'bateu' o arrependimento de Neto, que rogou-lhe perdão e foi perdoado. Todavia, novas polêmicas estavam por vir na carreira do árbitro, como em 1993, ao ser escalado para apitar a segunda e decisiva partida da final do Paulistão, ocasião em que expulsou três jogadores do Corinthians e um do Palmeiras. Com vitória e título do Verdão, restou a ira de corintianos, que passaram a ameaçá-lo nas ruas, no trabalho de bancário e sequer seus familiares foram poupados.

Pior: levaram em conta uma denúncia anônima de que ele teria se vendido para a Parmalat, parceira do Palmeiras, e, segundo versão dele, quebraram o seu sigilo bancário. E se provas não foram encontradas, o estrago estava feito, pois até colegas do banco começaram a boicotá-lo e uma sindicância foi instaurada para apurar se teria desviado dinheiro de clientes.

Publicação do jornal Folha de São Paulo citou que teria recebido ordens do ex-presidente da Comissão de arbitragem da CBF, Ivens Mendes, para favorecer o Brasil em amistoso contra o México, ano de 1993, assinalando o já falecido Mendes como suspeito de comandar esquema de corrupção das arbitragens e manipulação de resultados.

Na prática, Zé Oliveira teria ignorado recomendação e marcou pênalti existente favoravelmente ao México, naquele empate por 1 a 1, o que teria resultado em ameaça de Ivens Mendes para afastá-lo do quadro da FIFA, o que se concretizou cerca de três meses depois.


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