segunda-feira, 3 de julho de 2023

Carlos Alberto Torres mudou postura dos laterais

Há cinco décadas, quando a missão do lateral-direito se restringia essencialmente à marcação, e raramente se aproximar da área adversária, o saudoso Carlos Alberto Torres quebrou 'aquela escrita' por abuso de chegar ao fundo do campo, quer para assistência a companheiros de ataques, quer para finalizações, característica premiada com a marcação do quarto gol da Seleção Brasileira na goleada sobre a Itália por 4 a 1, na finalíssima da Copa do Mundo de 1970, na conquista do tricampeonato brasileiro.

A rigor, no selecionado ele registrou passagens de 1964 a 1977, totalizando 61 partidas e nove gols. A lamentação ficou por conta da postura do saudoso treinador Vicente Feola que, ao taxá-lo de indisciplinado, não o levou à Copa do Mundo de 1966, optando pelo veterano Djalma Santos.

Carlos Alberto atuou em época que atleta era identificado basicamente pelo pré nome, sendo exceção ao chamá-lo por nome e sobrenome. Carioca do bairro de São Cristóvão, 1,82m de altura, sua trajetória foi iniciada no Fluminense em 1963, com transferência ao Santos dois anos depois, incumbido de substituir Ismael. E fez isso com personalidade e técnica, tido como um dos melhores laterais de todos os tempos.

No Santos acusou duas passagens. Inicialmente por seis anos e, no retorno, em 1975, já havia trocado a lateral-direita pela zaga central. No clube atuou 443 partidas e marcou 40 gols, a maioria em cobranças de pênaltis, período que conquistou dez títulos oficiais. Também teve passagens por Botafogo (RJ), novamente Fluminense, Flamengo e desfecho da carreira no New York Cosmos, California Surf e New York Cosmos dos EUA até 1982, quando decidiu ingressar na função de treinador, dirigindo 16 equipes do Brasil e do exterior até 2005, no Flamengo, quando se orgulhou do filho primogênito Carlos Alexandre Torres ter se destacado como zagueiro de Fluminense, Vasco e Nagoya Grampus do Japão.

Em seguida migrou à carreira política, se elegeu vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista) em 1989, e em seguida tentou vaga de vice-prefeito na chapa de Paulo Ramos, porém sem sucesso, o que implicou em aceitar convite como comentarista do canal SporTV, onde atuou até a morte no dia 25 de outubro de 2016, aos 72 anos, vítima de infarto fulminante em sua casa, quando fazia palavras cruzadas.

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