Da
mesma forma que alfinetava goleiros adversários com mortíferos
disparados em chuteira número 36, o então meia Marcelinho
Carioca, apelidado de 'pé de anjo', alfineta o treinador do
Corinthians Tiago Nunes pelo fracasso da equipe na Libertadores e
Paulistão desta temporada: “A responsabilidade dele é total”.
Marcelinho,
nascido e registrado no Rio de Janeiro com nome Marcelo Pereira
Surcin, em dezembro de 1971, tem propriedade para opinar. Afinal,
entrou para a história do Corinthians como um dos principais
jogadores de todos os tempos, e inigualável em cobranças de faltas.
Foram 59 gols, proporção que supera um quarto da totalização daqueles marcados, que chegaram a 206 em 433 jogos.
A
peculiaridade ao bater na bola em cobranças de faltas o habilita a
criar curso online para discípulos se aprimorarem. E o aviso a
amadores e profissionais que se candidatarem é que a evolução só
será possível caso dispendam horas e horas de treinamento para
cálculo da curva na batida de trivela na bola.
A
trajetória dele no futebol foi mal dimensionada pelo Flamengo, onde
se profissionalizou. É que em dezembro de 1993, para cobrir rombos
de salários de medalhões, dirigentes do clube negociaram o passe
com o Corinthians, ignorando o desejo dele de permanecer no Rio de
Janeiro.
Com
rápida adaptação à então desconhecida capital paulista,
Marcelinho caiu no gosto da galera corintiana. E distinguido pelo
nome composto para se diferenciar do volante Marcelinho Paulista, que
já estava no clube. Assim, a primeira passagem se arrastou até
1997, quando o Valência da Espanha veio buscá-lo, sem contar que
ele não se adaptaria por lá, e por isso abriu preço de US$ 7
milhões - cerca de R$ 14 milhões - para interessados em
repatriá-lo.
Como
o alto custo afastou manifestantes, Eduardo José Farah, então
presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol) lançou campanha
Disque-Marcelinho, com cada telefone ao custo de R$ 3, visando
arrecadar o valor. E venceria o concurso aquele clube que tivesse
maior adesão de torcedores, com vitória do Corinthians, mas
prejuízo à FPF pela fracassada promoção.
Marcelinho
Carioca brilhou no Corinthians até 2001, quando saiu após briga com
o meia Ricardinho. Aí perambulou, retornou em final de carreira, e
depois esteve ligado aos meios políticos e ao atuar como jornalista
profissional.
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