Quando
chegou ao Palmeiras em 1993, o zagueiro mineiro Cléber Américo da
Conceição foi identificado apenas pelo prenome. Logo, aquela caixa
torácica avantajada, que impunha respeito a atacantes adversários
nas divididas, foi suficiente para que caracterizassem-no no
aumentativo: Clébão. E no jogo aéreo também foi soberano, ao
explorar a singular impulsão com aquele 1,82m de altura.
Aos
13 anos de idade, integrante de família pobre, aquele brutamonte do
Cléber não teria como estranhar o emprego de carregador de caixas
em supermercado. Precocidade no trabalho implicou facilmente em
adaptação em fábrica de linguiça, mas a vocação pelo futebol o
levou ao desafio de teste peneira no Atlético Mineiro, porém na
função de atacante, já que à época mostrava relativo domínio de
bola.
Sabe-se
lá quem 'mediu' Cléber do pé à cabeça, constatou semelhança com
porte físico de zagueiros do tipo Ditão e Moisés de Corinthians de
décadas passadas, e imaginou que com lesões de dois jogadores da
posição no juvenil, não seria descabida a improvisação do então
pretendente à artilharia. E como Cléber desarmava melhor que os
antecessores, sabia usar rispidez para se impor, foi fixado
naturalmente na posição.
Jogador
de personalidade, não se abateu com a goleada por 4 a 1 sofrida para
o rival Cruzeiro em 1987, na estreia. Assim, dois anos depois o
Logroñes, da Espanha, veio buscá-lo, e quando lá esteve foi
convocado à Seleção Brasileira. O regresso ao Brasil, em 1993, foi
decorrente da montagem do seleto time palmeirense, quando de imediato
barrou o zagueiro Tonhão e conquistou bicampeonato brasileiro e
Paulistão.
Assim,
a trajetória no Verdão se estendeu até 1999, ano do título da
Libertadores, quando gradativamente foi perdendo espaço na equipe
para Roque Júnior e Júnior Baiano. O Cruzeiro apostou que
recuperasse a velha forma, sem que ele ratificasse o passado, como se
repetiu na sequência em Santos, Yderdon da Suíça e Figueirense,
quando frequentes lesões o prejudicaram ainda mais.
Em
2006, aos 37 anos de idade, com propensão para engordar, encerrou a
carreira no São Caetano, certo que continuaria no meio. Topou
proposta para ser coordenador de futebol de América (MG) e Mogi
Mirim, posteriormente treinou Rio Claro, Araxá (MG) e Poços de
Caldas, mas a vocação ficou demonstrada como executivo de futebol.
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