Quando
foi bicampeão brasileiro na Copa do Mundo de 1962, no Chile, o
saudoso Nilton Santos atuou na sua verdadeira posição de
lateral-esquerdo. À época, no Botafogo (RJ), já havia se adaptado
à quarta-zaga, e foi possível o remanejamento de função porque
havia certeza de que o lado do campo estava bem entregue ao recifense
Rildo da Costa Menezes, que havia completado 20 anos de idade.
Pois
ambos juntos comemoram naquele mesmo ano o concorrido campeonato
estadual, na decisão contra o Flamengo, presenciada no Estádio do
Maracanã por 158.994 pessoas. Eis o time botafoguense: Manga;
Paulistinha, Jadir, Nílton Santos e Rildo; Airton e Edilson;
Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo.
Rildo
chegou ao Botafogo três anos antes por indicação do então e
saudoso treinador João Saldanha, que o observou na preliminar de
amistoso do Botafogo contra o Sport, em Recife. Até 1966 ele
colecionou título estadual e do Rio-São Paulo pelo Botafogo, ao
demonstrar estilo guerreiro. Por ter sido lateral rápido, quando
driblado tinha vitalidade para recomposição.
Para controlar
ponteiros hábeis, chegava junto. Por vezes até ríspido no uso de
carrinhos, mas nega que tenha sido violento. “Prova disso é que
jamais fui expulso”, confessou.
Ex-atleta
não esconde a decepção pelo fracasso da Seleção Brasileira na
Copa da Inglaterra, em 1966. Além de comungar versão de equívoco
na escolha de geração envelhecida à competição, lembrou que foi
criado o clima de já ganhou nas cidades brasileiras em que a equipe
se apresentava em amistosos. “Aí descuidamos e chegamos mal
condicionados fisicamente”, constatou, sem fazer referência que
foi dele o gol no jogo de despedida de sua equipe, na derrota por 3 a
1 para Portugal.
Com
prestígio inabalado, Rildo se transferiu ao Santos em 1967, e por
cinco anos defendeu a equipe e continuou a sina de erguer taça
naquele esquadrão fabuloso com Pelé, Edu Jonas, Toninho Guerreiro e
Carlos Alberto Torres. E até tinha intenção de interromper a
carreira após passagem pelo antigo CEUB, do Distrito Federal, mas
Pelé conseguiu demovê-lo, e o levou para jogar no New York Cosmos,
dos Estados Unidos.
Quando
parou de jogar, optou pela permanência naquele país e supervisionou
escolinha de futebol. Agora, aos 78 anos de idade, está radicado no
Rio de Janeiro, e passa horas contando histórias de seu tempo de
atleta.
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