sábado, 2 de maio de 2020

Rildo, o sucessor de Nilton Santos no Botafogo


 Quando foi bicampeão brasileiro na Copa do Mundo de 1962, no Chile, o saudoso Nilton Santos atuou na sua verdadeira posição de lateral-esquerdo. À época, no Botafogo (RJ), já havia se adaptado à quarta-zaga, e foi possível o remanejamento de função porque havia certeza de que o lado do campo estava bem entregue ao recifense Rildo da Costa Menezes, que havia completado 20 anos de idade.

 Pois ambos juntos comemoram naquele mesmo ano o concorrido campeonato estadual, na decisão contra o Flamengo, presenciada no Estádio do Maracanã por 158.994 pessoas. Eis o time botafoguense: Manga; Paulistinha, Jadir, Nílton Santos e Rildo; Airton e Edilson; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo.

 Rildo chegou ao Botafogo três anos antes por indicação do então e saudoso treinador João Saldanha, que o observou na preliminar de amistoso do Botafogo contra o Sport, em Recife. Até 1966 ele colecionou título estadual e do Rio-São Paulo pelo Botafogo, ao demonstrar estilo guerreiro. Por ter sido lateral rápido, quando driblado tinha vitalidade para recomposição. 

 Para controlar ponteiros hábeis, chegava junto. Por vezes até ríspido no uso de carrinhos, mas nega que tenha sido violento. “Prova disso é que jamais fui expulso”, confessou.

 Ex-atleta não esconde a decepção pelo fracasso da Seleção Brasileira na Copa da Inglaterra, em 1966. Além de comungar versão de equívoco na escolha de geração envelhecida à competição, lembrou que foi criado o clima de já ganhou nas cidades brasileiras em que a equipe se apresentava em amistosos. “Aí descuidamos e chegamos mal condicionados fisicamente”, constatou, sem fazer referência que foi dele o gol no jogo de despedida de sua equipe, na derrota por 3 a 1 para Portugal.

 Com prestígio inabalado, Rildo se transferiu ao Santos em 1967, e por cinco anos defendeu a equipe e continuou a sina de erguer taça naquele esquadrão fabuloso com Pelé, Edu Jonas, Toninho Guerreiro e Carlos Alberto Torres. E até tinha intenção de interromper a carreira após passagem pelo antigo CEUB, do Distrito Federal, mas Pelé conseguiu demovê-lo, e o levou para jogar no New York Cosmos, dos Estados Unidos.
Quando parou de jogar, optou pela permanência naquele país e supervisionou escolinha de futebol. Agora, aos 78 anos de idade, está radicado no Rio de Janeiro, e passa horas contando histórias de seu tempo de atleta.

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