Em
período de carência de atletas que convertam gols em cobranças de
faltas no futebol brasileiro, registra-se a história do ex-zagueiro
Chicão, com alto índice de aproveitamento neste quesito,
principalmente durante a passagem de quase seis anos pelo
Corinthians, a partir de 2008. Da carreira iniciada no Mogi Mirim em
2000, e prolongada até o final de 2015 no Bahia, o atleta totalizou
85 gols, percentual que supera 10% das partidas disputadas no
período, que foram de 587 jogos.
Apenas
com a camisa do Corinthians Chicão marcou 42 gols, parte deles em
desdobramentos de jogadas de bola parada. Apesar da estatura de 1,81m
de altura, tinha boa impulsão e os gols de cabeça saíam com
naturalidade. Ainda no clube, foi absoluto na posição até 2011,
quando cedeu o posto para Paulo André, mas o retomou na temporada
seguinte, quando de memoráveis campanhas da equipe, com conquistas
de Libertadores da América e Mundial de Clubes.
Na
mais significativa conquista da história do clube, no enfrentamento
com o Chelsea da Inglaterra, o gol da vitória por 1 a 0 foi anotado
pelo atacante peruano Guerrero. Naquele jogo disputado no Japão, com
68.275 pagantes, o time comandado pelo treinador Tite teve essa
formação: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio
Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Jorge Henrique, Guerrero (Martinez)
e Emerson Sheik (Wallace).
Exagera
quem cita Chicão como zagueiro de alto nível técnico. Foi sim o
típico jogador de superação, por vezes até viril, que procurava
jogar simples e travava acirrados duelos com atacantes adversários.
Na carreira, foi ganhando degraus. Passou por Portuguesa Santista,
América (SP), Juventude e Figueirense antes da chegada ao Timão. Em
2013, já no Flamengo, inicialmente manteve o rendimento, mas ao
longo de um ano e meio já não desfrutava do mesmo prestígio. Assim
fez do Bahia o último estágio na carreira, no final de 2015.
Ao
ingressar com ação trabalhista contra o Corinthians, o Tribunal
Superior do Trabalho lhe deu ganho de causa em 2018, em valor
estimado de R$ 1,5 milhão. À época o Corinthians alegou que
recorreria ao Superior Tribunal Federal.
Quem
supõe que o apelido de Chicão seja decorrente do nome de registro
como Francisco se engana. Ele se chama Anderson Sebastião Cardoso, é
natural de Mogi Guaçu (SP), e hoje é auxiliar técnico do Boa
Esporte (MG).
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