sábado, 4 de abril de 2020

Zagueiro Chicão, exímio cobrador de faltas


Em período de carência de atletas que convertam gols em cobranças de faltas no futebol brasileiro, registra-se a história do ex-zagueiro Chicão, com alto índice de aproveitamento neste quesito, principalmente durante a passagem de quase seis anos pelo Corinthians, a partir de 2008. Da carreira iniciada no Mogi Mirim em 2000, e prolongada até o final de 2015 no Bahia, o atleta totalizou 85 gols, percentual que supera 10% das partidas disputadas no período, que foram de 587 jogos.
Apenas com a camisa do Corinthians Chicão marcou 42 gols, parte deles em desdobramentos de jogadas de bola parada. Apesar da estatura de 1,81m de altura, tinha boa impulsão e os gols de cabeça saíam com naturalidade. Ainda no clube, foi absoluto na posição até 2011, quando cedeu o posto para Paulo André, mas o retomou na temporada seguinte, quando de memoráveis campanhas da equipe, com conquistas de Libertadores da América e Mundial de Clubes.
Na mais significativa conquista da história do clube, no enfrentamento com o Chelsea da Inglaterra, o gol da vitória por 1 a 0 foi anotado pelo atacante peruano Guerrero. Naquele jogo disputado no Japão, com 68.275 pagantes, o time comandado pelo treinador Tite teve essa formação: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Jorge Henrique, Guerrero (Martinez) e Emerson Sheik (Wallace).
Exagera quem cita Chicão como zagueiro de alto nível técnico. Foi sim o típico jogador de superação, por vezes até viril, que procurava jogar simples e travava acirrados duelos com atacantes adversários. Na carreira, foi ganhando degraus. Passou por Portuguesa Santista, América (SP), Juventude e Figueirense antes da chegada ao Timão. Em 2013, já no Flamengo, inicialmente manteve o rendimento, mas ao longo de um ano e meio já não desfrutava do mesmo prestígio. Assim fez do Bahia o último estágio na carreira, no final de 2015.
Ao ingressar com ação trabalhista contra o Corinthians, o Tribunal Superior do Trabalho lhe deu ganho de causa em 2018, em valor estimado de R$ 1,5 milhão. À época o Corinthians alegou que recorreria ao Superior Tribunal Federal.
Quem supõe que o apelido de Chicão seja decorrente do nome de registro como Francisco se engana. Ele se chama Anderson Sebastião Cardoso, é natural de Mogi Guaçu (SP), e hoje é auxiliar técnico do Boa Esporte (MG).

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