Há
cinco anos o ex-lateral-direito Jair Marinho, radicado em Niterói
(RJ), ainda impressionava pela força física e dava aulas em
escolinha de futebol. Nos últimos dois anos, mesmo após ter sofrido
quatro AVCs transitórios, ele mostrava uma resistência creditada a
herança de família. É que a mãe dele, Leonor Albina, morreu aos
116 anos. Aí, novo AVC em fevereiro passado foi resistido até sete
de março passado, com morte aos 83 anos de idade.
A
principal referência que se tem de Jair Marinho foi ter sido reserva
do saudoso Djalma Santos na Copa do Mundo de 1962, no Chile, por
ocasião da conquista do bicampeonato mundial, mas não jogou naquela
competição. Por sinal, chegou ao selecionado na temporada anterior
e atuou em apenas cinco jogos, um deles não oficial.
Para
caracterizar estilo de jogo de Jair Marinho é necessário
contextualizar quais as funções cobrava-se de lateral nas décadas
de 50 e 60, que não foram outras se não a marcação. Com 1,73m de
altura, valia-se da caixa torácica avantajada e vigor físico para
ganhar disputa no chamado 'jogo de corpo', e assim evitar ser batido
na velocidade. Afora isso, tinha o adequado tempo de bola para
'chegar junto' nas disputas, e versatilidade de uso dos dois pés
para evitar dribles daqueles que tentavam fazer a diagonal.
Natural
de Santo Antônio de Pádua (RJ), Jair Marinho começou a integrar a
equipe do Fluminense em 1956 e prosseguiu até 1964, totalizando 258
jogos. Falante, rasgava elogios ao saudoso treinador Zezé Moreira,
embora levasse bronca se errasse mais de três passes ao longo de uma
partida. Na temporada de 1959, quando da conquista do estadual e bi
do Torneio Rio-São Paulo, o time tinha essa formação: Castilho;
Jair Marinho, Pinheiro, Clóvis e Altair; Edmilson e Maurinho; Telê
Santana, Valdo, Jair Fancisco e Escurinho.
Na
vinda a São Paulo, atuou durante o primeiro ano na Portuguesa. Na
passagem pelo Corinthians, ficou até 1967. E no característico
estilo gozador, foi logo avisando ao então companheiro Rivellino
para que não se atrevesse tentar aplicar-lhe o drible elástico
durante treino, se não levaria botinada. Apesar da propensão pra
ganhar peso, a carreira ainda prosseguiu com regularidade no Vasco,
quando atuou em defesa formada por ele, Brito, Fontana e Oldair. As
últimas passagens foram no Alianza Lima (PER) e Campo Grande (MS).
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