sábado, 4 de abril de 2020

Adeus ao ex-lateral-direito Jair Marinho


Há cinco anos o ex-lateral-direito Jair Marinho, radicado em Niterói (RJ), ainda impressionava pela força física e dava aulas em escolinha de futebol. Nos últimos dois anos, mesmo após ter sofrido quatro AVCs transitórios, ele mostrava uma resistência creditada a herança de família. É que a mãe dele, Leonor Albina, morreu aos 116 anos. Aí, novo AVC em fevereiro passado foi resistido até sete de março passado, com morte aos 83 anos de idade.
A principal referência que se tem de Jair Marinho foi ter sido reserva do saudoso Djalma Santos na Copa do Mundo de 1962, no Chile, por ocasião da conquista do bicampeonato mundial, mas não jogou naquela competição. Por sinal, chegou ao selecionado na temporada anterior e atuou em apenas cinco jogos, um deles não oficial.
Para caracterizar estilo de jogo de Jair Marinho é necessário contextualizar quais as funções cobrava-se de lateral nas décadas de 50 e 60, que não foram outras se não a marcação. Com 1,73m de altura, valia-se da caixa torácica avantajada e vigor físico para ganhar disputa no chamado 'jogo de corpo', e assim evitar ser batido na velocidade. Afora isso, tinha o adequado tempo de bola para 'chegar junto' nas disputas, e versatilidade de uso dos dois pés para evitar dribles daqueles que tentavam fazer a diagonal.
Natural de Santo Antônio de Pádua (RJ), Jair Marinho começou a integrar a equipe do Fluminense em 1956 e prosseguiu até 1964, totalizando 258 jogos. Falante, rasgava elogios ao saudoso treinador Zezé Moreira, embora levasse bronca se errasse mais de três passes ao longo de uma partida. Na temporada de 1959, quando da conquista do estadual e bi do Torneio Rio-São Paulo, o time tinha essa formação: Castilho; Jair Marinho, Pinheiro, Clóvis e Altair; Edmilson e Maurinho; Telê Santana, Valdo, Jair Fancisco e Escurinho.
Na vinda a São Paulo, atuou durante o primeiro ano na Portuguesa. Na passagem pelo Corinthians, ficou até 1967. E no característico estilo gozador, foi logo avisando ao então companheiro Rivellino para que não se atrevesse tentar aplicar-lhe o drible elástico durante treino, se não levaria botinada. Apesar da propensão pra ganhar peso, a carreira ainda prosseguiu com regularidade no Vasco, quando atuou em defesa formada por ele, Brito, Fontana e Oldair. As últimas passagens foram no Alianza Lima (PER) e Campo Grande (MS).

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