sábado, 4 de abril de 2020

Adeus ao goleiro João Marcos, aos 66 anos de idade


A morte do ex-goleiro João Marcos Coelho da Silva no dia dois de abril passado, aos 66 anos de idade, com passagem pelo Palmeiras nos três anos que precederam 1983, remete à discussão sobre companheiros de profissão que enveredam ao alcoolismo quando do encerramento da carreira. Embora tenha travado luta titânica para vencer a doença - assim considerada pela Ordem Mundial da Saúde -, os desdobramentos foram letais, após complicações no esôfago.
Esse vício maldito não escolhe gênero, classe social e idade. Compromete seriamente o bom funcionamento do organismo, porque é uma doença lenta e progressiva que pode levar à morte. O processo de recuperação é cheio de obstáculos, mesmo com ajuda psicológica e do núcleo dos Alcoólicos Anônimos, cuja filosofia de superação é conscientizar o viciado a uma vitória em cada dia.
Em determinado estágio da doença o reflexo é irreversível, como foi o caso de João Marcos, vítima do uso constante, descontrolado e progressivo da bebida. Ele se submeteu ao processo de internação para desintoxicação em 2010, na cidade de Mogi das Cruzes, tinha determinação para vencer o desejo do próximo gole, considerava-se curado, e até dava palestras orientando sobre o malefícios do vício.
Restou o histórico do atleta João Marcos, natural de Botucatu (SP), revelado pela base do Guarani em 1971, quando teve como companheiros, entre outros, o meio-campista e hoje jornalista Roberto Diogo, lateral-esquerdo Ricardo Cascorão, meio-campistas Ednaldo e Eli Carlos, e Washington. Todavia, promovido ao profissional, jamais se firmou como titular, e a partir de 1975 seguiu a carreira no São Bento de Sorocaba e Noroeste, ambos do interior paulista. Depois foi levado ao Palmeiras, quando atingiu o pico da carreira marcada por elasticidade e coragem para sair da meta. Ele atuou num time formado por João Marcos, Perivaldo, Wagner Bacharel, Nenê Santana e Márcio; Batista, Cléo, Carlos Alberto Borges e Jorginho; Carlos Alberto Seixas e Carlos Henrique.
Em 1984 realizou a única partida na Seleção Brasileira, na vitória por 1 a 0 em amistoso contra o Uruguai. No mesmo ano, no Grêmio, a atribuição seria substituir o goleiro Mazaroppi, mas após 69 jogos o ombro lesionado implicou em falha, quando largou a bola nos pés do saudoso Kita, que marcou para o Inter. Ano seguinte ainda tentou jogar no Novorizontino, mas em vão.

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