sábado, 2 de agosto de 2008

Parabéns, Conceição

Parabéns Maria Conceição Rodrigues. Afinal, é preciso bravura para acompanhar a sua amada Ponte Preta durante 53 anos. Parabéns, Conceição, pelo seu aniversário neste 18 de maio. Não interessa se você completa sessenta e poucos anos ou se já rompeu a barreira dos setenta. Parabéns!
Provavelmente a guerreira Conceição só vai ler este artigo através de cópia que alguns de seus amigos lhe entregarem, mas não importa. Acostumada à páginas de jornais, tem lógica a aversão por esse bichinho que ainda engatinha, que é a Internet.
O fanatismo da Conceição pela Ponte Preta a fez viajar em porta-malas de veículo até Bauru, para não perder jogo de seu time contra o Noroeste, pelo Paulistão na década de 70. Outra passagem de extrema “loucura” dessa heroína foi em Marília, em meados da década de 80. Numa das madrugadas geladas, ela estava prostrada na rodoviária daquela cidade a espera de um ônibus de carreira, para o retorno a Campinas, após derrota da Macaca. E sem um tostão no bolso, não se fez de rogada quando lhe ofereceram um pingado com pão com manteiga, na lanchonete.
Também na década de 80, na primeira viagem aérea ganhada de presente, em excursão da Ponte sabemos lá para aonde, Conceição ficou irradiante. No mínimo durante um mês repetiu que “estava muito social” na aeronave.
Conceição é assim, espontânea. Não se acanhava de pedir ajuda para acompanhar as excursões da Ponte, e houve caso em que foi flagrada como a única representante da torcida em jogos de seu clube. Partidas em casa, então, eram imperdíveis. Essas “febronas” que dizem derrubar qualquer cristão não conseguiam “nocauteá-la” quando a Macaca entrava em campo.
A rigor, não foi uma simples torcedora no Estádio Moisés Lucarelli. Por um bom período ficava de plantão no portão que dá acesso aos representantes da arbitragem, e os dito cujo ouviam “gatos e lagartos” quando chegavam. Se pudesse, de certo Conceição daria uns bicudos nas canelas dos mais visados para intimidá-los. Digamos que, em última análise, deixava o claro aviso para não prejudicarem a sua querida Macaca em seu “fortim”.
E quando a bola rolava, só faltava Conceição morder o alambrado a cada falta invertida ou pênalti não assinalado contra o seu time. Suava, sofria. O frio na barriga só passava após o apito final do juizão.
Houve época em que Conceição “picava cartão” - como se diz na gíria - todos os dias no campo da Ponte, só para falar com os seus meninos, como os tratava carinhosamente.
Por esses e outros incontáveis motivos, é mais que justa esta homenagem a esta lídima rainha da Ponte Preta. Homenagem em vida, o que é mais importante.
É isso aí.

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