sábado, 25 de março de 2017

Giulite Coutinho, o dirigente

 O saudoso Giulite Coutinho presidiu a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por seis anos, a partir de 1980, tão logo ocorreu o desmembramento da antiga CBD (Confederação Brasileira de Desporto).

 Vítima de ataque cardíaco fulminante, ele morreu no dia 4 de abril de 2009, aos 87 anos de idade, após se submeter a cirurgia na boca, no Rio de Janeiro. Em plena saúde ele havia ordenado que ninguém fosse avisado quando morresse, mas a ordem foi descumprida.

 Após ter sido cremado, foi dado realce às modificações que ele implantou no futebol, com redução do número de clubes do Campeonato Nacional de 94 para 40 na Taça de Ouro, com acomodação dos demais clubes na Taça de Prata e Taça de Bronze.

 Na ocasião, foi criada e prolongada até 1985 a repescagem, que dava chances aos clubes da Taça de Prata ingressarem na divisão principal em fases subsequentes. Foi um período em que os clubes deixaram de ter cadeira cativa nas principais competições organizadas pela CBF. As vagas eram conquistadas em campeonatos estaduais, observando-se as melhores colocações. Por isso Palmeiras e Corinthians disputaram a Taça de Prata.

 Giulite tentou fazer o seu sucessor na entidade, mas o seu diretor de futebol João Maria Medrado Dias foi derrotado pela dupla Otávio Pinto Guimarães e Nabi Chedid, respectivamente candidatos a presidente e vice, ambos já falecidos.


 Ao assumirem em 1987, enfrentaram resistência com a criação do Clube dos 13, que organizou a Copa União com 16 equipes, posteriormente incorporada pela CBF. A exigência da entidade, constada em regulamento, era o cruzamento dos módulos: os dois primeiros colocados do módulo verde (Copa União) deveriam enfrentar os dois primeiros do módulo amarelo (segunda divisão), em um quadrangular decisivo. O Clube dos 13 rechaçou a medida e a CBF reconheceu o Sport (PE) como campeão após jogos decisivos contra o Guarani.

 Giulite também presidiu o América do Rio nos biênios 1955/56 e 1969/70, foi sócio benemérito do clube, e comandou a comissão de obras da arena esportiva que recebeu o seu nome, com capacidade para 6,1 mil torcedores, em Edson Passos, distrito de Mesquita.

 O América conquistou sete títulos estadual, o principal deles em 1960, ano em que o compositor e fanático torcedor Lamartino Babo festejou com traje de um diabo.

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