Narradores de futebol do passado usavam
frequentemente a expressão corrupio quando o atleta fazia o giro em torno da
bola sem progressão. Como o chamado falso ponteiro-esquerdo Zinho repetia a
exaustão essa jogada ganhou o apelido de Zinho Enceradeira, um eletrodoméstico
em desuso composto por disco giratório, hoje comercializado em pequena escala, e
que serve para lustrar o piso de edificações.
Na prática havia reconhecimento que Zinho
tinha habilidade para esconder a bola do adversário, enquanto procurava a
melhor alternativa de passe.
Sentido pejorativo a parte, o certo é que
Zinho foi um vitorioso no futebol, com início da trajetória no Flamengo em 1986.
Pelo estilo de jogador tático, que se recompunha para ajudar na marcação no
meio de campo, ganhou espaço em outros grandes cubes. Teve passagem vitoriosa
no biênio 1993-94 no Palmeiras, quando conquistou o bicampeonato brasileiro,
num time que tinha entre outros Roberto Carlos, César Sampaio, Rivaldo,
Edmundo, Edílson e Evair.
No Palmeiras foram 333 jogos e uma boa fase de
resultou em 56 gols. Logo, não só foi convocado à Copa do Mundo de 1994 nos
Estados Unidos, como foi titular absoluto com a camisa nove. É que na época o
centroavante Romário não abria mão de usar a camisa onze. E no selecionado Zinho
teve histórico de 57 partidas e sonhava ampliar a marca ao cobrar convocação ao
Mundial de 2002 no Japão e Coréia do Sul, após o corte do volante Emerson, por
contusão.
Como o sonho não se concretizou, a preocupação,
então, foi cobrar na Justiça dívida de R$ 7,4 milhões do Grêmio, clube que
havia defendido, além de Cruzeiro e Yokahama Flugels do Japão. Entre um e outro
clube, registro para nova passagem por Palmeiras e Flamengo.
Em 2005 foi parar no modesto Nova Iguaçu, do
Rio de Janeiro, com propósito de encerrar a carreira. Aí os planos foram
modificados quando surgiu oportunidade para atuar no Miami, dos Estados Unidos.
Lá ficou por duas temporadas, quando teve chance de iniciar a carreira de
treinador.
Zinho, registrado com o nome de Crizam César
Oliveira Filho, vai completar 50 anos em junho, e pode viver tranquilamente com
rendimentos provenientes de bons contratos ao longo da carreira, mas como tem o
futebol no sangue continua atuando como auxiliar-técnico e gerente. Por ora
está desempregado.
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