Persistência sempre foi o lema de Marcos
Evangelista de Morais, 47 anos de idade, que apelidaram de Cafu porque
enxergaram semelhança na correria dele com Cafuringa, ponteiro-direito ídolo de
Atlético Mineiro e Fluminense.
Persistência porque poucos teriam ousadia de
participar de nove treinos-peneiras, reprovação em oito e aceito apenas na
última chance, no São Paulo, clube que já o havia reprovado, a exemplo de
Portuguesa, Nacional (SP) e Atlético Mineiro, entre outros.
A história dele nas categorias de base do
tricolor paulistano não começou na lateral-direita em 1985, posição em que foi
consagrado nas conquistas dos mundiais pela Seleção Brasileira em 1994 e 2002.
Foi um ponteiro-direito que chegava facilmente ao fundo de campo, mas
invariavelmente o cruzamento terminava com bola perto do pau de escanteio, do
lado oposto.
A sorte de Cafu foi trabalhar com o paciencioso
treinador Telê Santana - já falecido -, que o testou em diferentes posições. Quando do título
mundial do São Paulo em 1992 sobre o Barcelona, no Japão, foi escalado como
ponteiro-esquerdo - ou quarto homem de meio de campo -, num time formado por
Zetti; Vitor, Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Pintado, Toninho Cerezo
(Dinho), Raí e Cafu; Muller e Palhinha.
Antes disso já havia atuado como
volante, e dizem ter sido o saudoso treinador Carlos Alberto Silva quem o escalou inicialmente na lateral-direita em substituição de Zé Teodoro,
mas foi Telê, anos depois, quem o fixou ali, com propósito de corrigir o
fundamento ‘bater na bola’. Assim, ele pôde aliar velocidade para levar a bola ao
fundo e cruzar visando o cabeceio do meia Raí, também trabalhado para aproveitamento
aceitável no jogo aéreo.
Em 1993, com Vitor já no Real Madrid, Cafu
assumiu definitivamente a lateral-direita, em defesa são-paulina com inclusões do zagueiro
Válber, lateral-esquerdo André Luiz e manutenção de Ronaldão. A dupla de
volantes foi formada por Doriva e Leonardo.
As performances positivas de Cafu resultaram
em convocação à Seleção Brasileira como reserva de Jorginho na Copa de 1994,
nos Estados Unidos, e isso se estendeu - como titular absoluto -, até a
competição de 2006, na França, totalizando 149 partidas, recorde entre
selecionáveis.
No período, registro de passagens por
Zaragoza, Roma, Milan e sucesso no Palmeiras de 1996, campeão paulista com mais
de 92% dos pontos conquistados.
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