sábado, 11 de março de 2017

Persistência levou Cafu à carreira vitoriosa

 Persistência sempre foi o lema de Marcos Evangelista de Morais, 47 anos de idade, que apelidaram de Cafu porque enxergaram semelhança na correria dele com Cafuringa, ponteiro-direito ídolo de Atlético Mineiro e Fluminense.

 Persistência porque poucos teriam ousadia de participar de nove treinos-peneiras, reprovação em oito e aceito apenas na última chance, no São Paulo, clube que já o havia reprovado, a exemplo de Portuguesa, Nacional (SP) e Atlético Mineiro, entre outros.

 A história dele nas categorias de base do tricolor paulistano não começou na lateral-direita em 1985, posição em que foi consagrado nas conquistas dos mundiais pela Seleção Brasileira em 1994 e 2002. Foi um ponteiro-direito que chegava facilmente ao fundo de campo, mas invariavelmente o cruzamento terminava com bola perto do pau de escanteio, do lado oposto.

 A sorte de Cafu foi trabalhar com o paciencioso treinador Telê Santana - já falecido -, que o testou em diferentes posições. Quando do título mundial do São Paulo em 1992 sobre o Barcelona, no Japão, foi escalado como ponteiro-esquerdo - ou quarto homem de meio de campo -, num time formado por Zetti; Vitor, Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Pintado, Toninho Cerezo (Dinho), Raí e Cafu; Muller e Palhinha.

 Antes disso já havia atuado como volante, e dizem ter sido o saudoso treinador Carlos Alberto Silva quem o escalou inicialmente na lateral-direita em substituição de Zé Teodoro, mas foi Telê, anos depois, quem o fixou ali, com propósito de corrigir o fundamento ‘bater na bola’. Assim, ele pôde aliar velocidade para levar a bola ao fundo e cruzar visando o cabeceio do meia Raí, também trabalhado para aproveitamento aceitável no jogo aéreo.

 Em 1993, com Vitor já no Real Madrid, Cafu assumiu definitivamente a lateral-direita, em defesa são-paulina com inclusões do zagueiro Válber, lateral-esquerdo André Luiz e manutenção de Ronaldão. A dupla de volantes foi formada por Doriva e Leonardo.

 As performances positivas de Cafu resultaram em convocação à Seleção Brasileira como reserva de Jorginho na Copa de 1994, nos Estados Unidos, e isso se estendeu - como titular absoluto -, até a competição de 2006, na França, totalizando 149 partidas, recorde entre selecionáveis.

 No período, registro de passagens por Zaragoza, Roma, Milan e sucesso no Palmeiras de 1996, campeão paulista com mais de 92% dos pontos conquistados.

Nenhum comentário: