segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Morre atacante André, que justificava apelido de 'Catimba'

É gratificante o uso do espaço para homenagear ex-ídolos em vida, pois quão agradecidos se manifestam com o ego massageado. Em dezembro passado foi contado aqui a história do centroavante André Catimba, que 'rodou' esse Brasil afora fazendo gols até 1985, no Fast Club (AM). E o baiano Carlos André Avelino de Lima morreu neste 28 de julho, aos 74 anos de idade, após ter se submetido a cirurgia na laringe, muitas vezes chamada de caixa de voz, por conter cordas vocais que permitem a fala.

Inflamação na laringite pode estar associada a rouquidão, dor de garganta, tosse, febre, dificuldade para deglutir ou respirar. Como veículos de informação não se aprofundaram no real diagnóstico de André, cabe recapitular que ele fez parte do folclore do futebol sobre apelidos de jogadores, como o atacante Luís Fabiano, o Fabuloso; Ademir de Menezes, Queixada; goleiro Castilho, leiteria; Dario, 'peito de aço' e meia kléber, Gladiador.

Nos anos 70, o apelido André Catimba foi justificado porque provocava os seus marcadores e causava expulsões. Afora esse destempero, fazia gols no estilo brigador e oportunista. Isso o levou até o Argentino Junior da Argentina em 1980, quando foi parceiro do saudoso Diego Maradona.

Um dos fatos marcantes na carreira dele foi erro no salto quando comemorava o gol do título do Grêmio (RS) no Campeonato Gaúcho de 1977, conhecido como 'voo de André Catimba'. Na comemoração durante Grenal - vitória por 1 a 0 -, projetou cambalhota, mas erro no movimento fez com que caísse com o rosto no chão, e se contorcesse em dor. Assim acabou substituído por Alcindo, em jogo que marcou quebra da hegemonia de oito anos do Inter na competição.

Dois anos depois, tido como prescindível pelo Grêmio, foi emprestado ao Bahia, Estado em que iniciou trajetória no futebol pelo Ypiranga em 1966, equipe que tinha como torcedor ilustre o escritor Jorge Amado. Cinco anos depois chegou ao Vitória (BA), período que realizou uma partida pela Seleção Brasileira contra um combinado estrangeiro, para posteriormente se transferir ao Guarani e atuar em companhia de Campos, outro centroavante escalado pelo saudoso treinador Diede Lameiro.

Tido como cigano da bola, a trajetória final foi em clubes de menor expressão como Pinheiros (PR), Comercial (SP), Náutico, voltou ao Ypiranga e Fast Club.


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