domingo, 29 de agosto de 2021

Adeus a Bebeto de Oliveira, excelência em preparação física

 Em dez de outubro próximo Carlos Roberto Valente de Oliveira, o preparador físico Bebeto de Oliveira de São Paulo, Vasco e Seleção Brasileira completaria 80 anos de idade, mas morreu neste 22 de agosto em Campinas, sua cidade natal, onde residiu após a aposentadoria no futebol.

Após passagem discreta como volante de Guarani e Ponte Preta, Bebeto ficou vinculado à Ferroviária de 1966/72, com curtos períodos de empréstimos ao Estrada de Sorocaba e Barretos. Nos últimos anos da carreira de atleta ele cursou a faculdade de Educação Física em São Carlos, e já formado chegou a comandar equipe de basquete na cidade.

Posteriormente passou a acompanhar o saudoso treinador Cilinho como preparador físico de equipes como Ponte Preta e São Paulo, ocasião em que se destacava como profissional diferenciado na área. Quando a tecnologia ainda não havia incrementado o setor para dimensão do real condicionamento do atleta, ele já mapeava a situação de cada um, ao dividir o elenco em grupos para os devidos exercícios.

Como modelo de exemplo aos atletas, fazia questão de acompanhá-los na programação determinada, demonstrando, assim, que dispunha de força física e muscular para puxar a fila. Com psicologia e habilidade, incluía na programação exercícios que faziam os jogadores se divertirem e se motivarem, sempre ao ritmo de palmas.

É comum treinador escolher o profissional de preparação física de sua confiança, mas paradoxalmente com Bebeto foi diferente. Trabalhou no Vasco durante dez anos, na década de 90, e não se teve conhecimento que tivesse desavença com qualquer treinador. Como não ficava de olho na vaga do comandante, sempre foi distinguido positivamente por membros da comissão técnica.

Na Seleção Brasileira Olímpica, conquistou medalha de prata dos Jogos de Seul de 1988, com derrota apenas na decisão para a extinta União Soviética. Na ocasião, fez dobradinha com o saudoso treinador Carlos Alberto Silva, de quem havia sido atleta na Ferroviária.

Em 2006, dois anos após ter voltado do Japão, considerava-se aposentado quando o seu telefone tocou e foi convidado para desenvolver a função de supervisor das categorias de base do São Paulo. E só topou o desafio de voltar ao clube porque já não precisava trabalhar nos gramados. Problemas cardíacos provocaram mortes do pai Barriga e irmão Nenê, que também foram atletas.

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