domingo, 29 de agosto de 2021

Nos tempos de atletas fumantes, Moisés foi uma das vítimas

Entre as tantas mudanças de hábitos no futebol está a significativa redução de atletas fumantes. Décadas passadas, após os treinos, era comum retirarem do bolso um cigarro do maço de Minister, para as tradicionais tragadas. O ex-meia Gérson, tricampeão mundial pela Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 1970, até foi garoto propaganda da marca de cigarro Vila Rica, com propósito de persuadir o fumante de levar vantagem em tudo.

Treinadores e preparadores físicos, que deveriam servir de exemplo, 'pitavam' no banco de reservas, e pouco se importavam com a fumaceira provocada ao redor, contrastando com o rigor atual, quando se aplica metodologia para que o atleta tenha o melhor rendimento físico possível.

Data de 29 de agosto, que marca o Dia Nacional de Combate ao Fumo, ajudou no processo de conscientização para que o atleta não transgrida o recomendável, visando a preservação do fôlego apurado, e assim são raras imagens de atletas flagrados com cigarro, como ocorria com o saudoso meia Sócrates de Corinthians e Seleção Brasileira, certamente na relação dos 20 melhores jogadores do futebol brasileiro de todos os tempos.

Quando a mídia registrou a morte do zagueiro Moisés Matias de Andrade, em 26 de agosto de 2008, aos 60 anos de idade, vitimado por câncer de pulmão, foi inevitável associação da doença ao tabaco. Moisés foi aquele 'beque central' que participou da quebra de tabu de 23 anos de título paulista dos corintianos em 1977, na final da competição contra a Ponte Preta, num time formado por Tobias; Zé Maria, Moisés, Ademir Gonçalves e Wladimir; Ruço, Luciano e Basílio; Waguinho, Geraldão e Romeu.

Natural de Resende (RJ), Moisés foi um zagueiro que 'descia o sarrafo', na linguagem sobre atleta violento. Intimidava atacantes 'matando' seguidamente as jogadas, e para isso valia-se da tolerância de árbitros que só mostravam cartão amarelo após várias advertências verbais. Na época, dezenas de treinadores mandavam bater. 'Rasga', era a recomendação mais repetida para se tirar a bola da defesa, mesmo que acertassem pernas de adversários.

Antes do Corinthians, ele passou pelo Bangu, clube que retornou já na condição de treinador, ocasião em que levou a equipe ao vice-campeonato brasileiro de 1985, perdendo a decisão para o Coritiba apenas através de cobranças de pênaltis. Ele também passou pelos Emirados Árabes.

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