segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Petkovic, talento iugoslavo no futebol brasileiro

Se hoje dá contar nos dedos quantos gols de faltas são registrados no Paulistão, décadas passadas brotavam em cada clube talentosos cobradores, que faziam diferença em jogos. E um deles é o iugoslavo Dejan Petkovic, que em setembro vai completar 48 anos de idade, que encantou-se com o Brasil logo na chegada em 1997, para jogar no Vitória (BA), e que entre os diversos clubes brasileiros que atuou o auge foi no Flamengo nas passagens entre 2000/02 e 2009/11.

Pet, assim apelidado pelos amigos, cresceu em Majdanpek, na Sérvia, ouvindo histórias sobre o potencial técnico da extinta seleção da Iugoslávia, quarta colocada da Copa do Mundo de 1962 no Chile. Já profissionalizado no Crvena Zvezda em 1992, assistiu, um ano antes, o início da desintegração de seu país em conflitos armados entre sérvios, croatas, eslovenos, bósnios e albaneses. Também foi informado da matança de cerca de 140 mil pessoas e desalojamento de mais de quatro milhões na região dos Bálcãs.

Logo, não hesitou trocar o seu país pela Espanha em 1995, para ser vinculado ao Real Madrid. Contudo, sem espaço na equipe, acabou emprestado a clubes espanhois, até que em 1997 aceitou jogar no Vitória, em dois anos bem-sucedidos, quando jurou que bastaram dois meses para que aprendesse a falar português. “Ficou mais fácil porque eu já tinha o domínio da língua espanhola. Estranhei vestiário sem água quente para o banho”.

Em seguida ele intercalou passagens pela Itália, Arábia Saudita e China, antes do retorno ao Brasil para jogar em Fluminense, Goiás, Santos, Galo mineiro e Flamengo, onde encerrou a carreira em 2011, aos 38 anos de idade, cravando o repertório de 216 gols em 539 jogos ao longo da carreira.

Três anos depois o Atlético Paranaense abriu-lhe caminho para iniciasse a carreira de treinador. Depois ainda passou por Criciúma (SC) e Sampaio Corrêa (MA) sem que prosperasse. E mesmo a chance como coordenador técnico do Vitória não foi aproveitada, restando-lhe, como alternativa para se manter ligado ao futebol, atuar na equipe de comentaristas do canal SporTV.

Por sinal, em junho passado foi criticado no twiter pelo sotaque carregado, de difícil compreensão. Polêmico, em um dos programas da emissora, contrariado com comentário de um colega ao considerar Neymar o melhor jogador brasileiro pós-Pelé, Pet desabafou: “É melhor escutar isso do que ser surdo”.


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