domingo, 16 de agosto de 2020

Treze anos sem o zagueiro Waldemar Carabina

Este 22 de agosto marca o 13º ano da morte zagueiro e treinador Waldemar Carabina, aos 78 anos de idade. Cita o site esportivo Pernambola fato curioso em uma das passagens dele como comandante do Santa Cuz. Após uma partida, no vestiário, o repórter Dalvison Nogueira esbarrou sem querer nele que, irado, explodiu: - Você tá cego, rapaz! Quando o repórter explicou que não enxergava de um olho, justificou que havia sido feita adaptação de olho de vidro, Carabina, envergonhado, não se cansou de pedir desculpas.

Na carreira de atleta ele jogou no Palmeiras entre as décadas 50 e 60, época em que cultura do futebol implicava que cada time tivesse um zagueiro estilo técnico e outro raçudo. Carabina enquadrava-se na segunda hipótese quer quando formou dupla com o clássico Aldemar, quer com o talentoso Djalma Dias.

Saudosistas dizem incansavelmente que o quarto-zagueiro Aldemar foi o melhor marcador de Pelé. Ele tomava a bola do adversário sem recorrer às faltas e morreu em 1977 no Recife, após ter sido atropelado. Já Waldemar Carabina impunha-se no jogo aéreo e valia-se da força física. Chegava junto nas divididas, e por vezes era até botinudo. E gabava-se de ter anulado Pelé em algumas partidas: “Poucos o marcaram tão bem quanto eu”.

Carabina morreu em decorrência do Mal de Alzheimer, mas seu histórico de quinto jogador que mais vestiu a camisa do Palmeiras será sempre realçado. Foram 581 jogos em 12 anos de clube, superado apenas por Ademir da Guia (901), Leão (617), Dudu (609) e Valdemar Fiúme (601).

Ele fez parte do memorável time de 1959 que sagrou-se campeão paulista na final contra o Santos. Eis os campeões: Valdir Joaquim de Moraes; Djalma Santos, Waldemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho; Julinho, Nardo, Américo Murolo e Romeiro.

Foram três jogos extras para decisão do título, com empates nos dois primeiros - 1 a 1 e 2 a 2 - e vitória palmeirense, de virada por 2 a 1, na derradeira partida, no Estádio do Pacaembu, com 45 mil pagantes. O grande Santos tinha Laércio; Getúlio, Formiga, Dalmo e Feijó; Zito e Urubatão; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Detalhe: naquela época a bola era marrom.

Outra saborosa experiência dele foi em 1963, quando um time parcialmente modificado conquistou novamente o título paulista, formado por Valdir Joaquim de Moraes, Djalma Santos, Djalma Dias, Waldemar Carabina e Vicente Arenari; Zequinha e Ademir da Guia; Gildo, Servilio, Vavá e Rinaldo. Depois vieram o lateral-esquerdo Ferrari, quarto zagueiro Minuca, volante Dudu e atacantes Tupãzinho e Ademar Pantera, com a formação de um grupo que eternizou a academia palmeirense.

Carabina encerrou a carreira no Comercial de Ribeirão Preto. Foi lá, também, o início na função de treinador, marcada por significativo período em clubes de Norte e Nordeste até 2004. O Palmeiras lhe deu a chance de comandar a equipe em 1988 na Copa União e Campeonato Paulista, com trabalho aceitável. No São José, em 1989, fazia campanha razoável até que intolerantes cartolas decidiram demiti-lo após quatro empates consecutivos. Na seqüência, o time joseense chegou à final do Paulistão e perdeu o título na disputa com o São Paulo, já com Ademir Mello no comando técnico.

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