Que o ex-meia Ricardinho, do Corinthians e
outros grandes clubes, foi jogador acima da média, não se questiona. Que como
comentarista de futebol de televisão não fica a dever aos renomados do meio, é
outra verdade. Ora, por que com esses atributos não vingou como treinador?
Se alguém fez a pergunta a Ricardinho, de
certo ouviu múltiplas respostas. Na prática apenas duas alternativas se
encaixam à realidade: falta de sorte ou não ser vocacionado à gestor de
pessoas. Quem tem visão de jogo para colocar a bola em espaços inimagináveis;
quem aperfeiçou o jeito de bater nela de curta e média distância, e sobretudo
quem tem histórico de gols pela frieza ao enfrentar goleiros, muito teria a
transmitir aos comandados. Todavia ele não prosperou na função quando comandou
Paraná Clube, Ceará, Avaí, Santa Cruz, Portuguesa, Tupi (MG) e Londrina.
Comunicação? Nesse quesito Ricardinho também é
excelente. Expressa-se com clareza e concisão. Tanto tem poder de síntese como
sabe ser detalhista quando a situação requer. Nos comentários detecta
rapidamente distribuições em campo das equipes, mostra caminhos alternativos, e
localiza setores vulneráveis a serem explorados por quaisquer dos adversários.
Logo, a percepção é que não associou essas
virtudes a de gestor de grupo, para que o trabalho fritificasse. Pares de
comissão técnicas e dirigentes estavam afinados à execução de metas? Encontrou
o ponto de equilíbrio para 'domar' atletas indisciplinados e problemáticos?
Assim, a história do futebol reserva espaço ao
canhoto paulistano Ricardo Luís Pozzi Rodrigues, início de trajetória como
atleta no Paraná em 1995, e auge naquele vitorioso Corinthians de 1998 a 2000,
embora ele tenha continuado no clube por mais dois anos, com participação em
254 jogos e 63 gols.
A transferência ao São Paulo apagou um pouco
do brilho, recuperado com posterior transferência ao Santos, na conquista do
Campeonato Brasileiro de 2004. E até 2011, quando encerrou a carreira de atleta
no Bahia, foi um vaivém Brasil-Europa-Ásia, com passagens pela França,
Inglaterra, Turquia e Catar. Nos retornos subsequentes jogou novamente no
Corinthians em 2006, e esteve no Atlético Mineiro no biênio a partir de 2009.
A recompensa de seu futebol talentoso foi ter
integrado a Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 2002 e 2006, como reserva.
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