domingo, 4 de agosto de 2019

Só faltou Ricardinho vingar como treinador


 Que o ex-meia Ricardinho, do Corinthians e outros grandes clubes, foi jogador acima da média, não se questiona. Que como comentarista de futebol de televisão não fica a dever aos renomados do meio, é outra verdade. Ora, por que com esses atributos não vingou como treinador?

 Se alguém fez a pergunta a Ricardinho, de certo ouviu múltiplas respostas. Na prática apenas duas alternativas se encaixam à realidade: falta de sorte ou não ser vocacionado à gestor de pessoas. Quem tem visão de jogo para colocar a bola em espaços inimagináveis; quem aperfeiçou o jeito de bater nela de curta e média distância, e sobretudo quem tem histórico de gols pela frieza ao enfrentar goleiros, muito teria a transmitir aos comandados. Todavia ele não prosperou na função quando comandou Paraná Clube, Ceará, Avaí, Santa Cruz, Portuguesa, Tupi (MG) e Londrina.

 Comunicação? Nesse quesito Ricardinho também é excelente. Expressa-se com clareza e concisão. Tanto tem poder de síntese como sabe ser detalhista quando a situação requer. Nos comentários detecta rapidamente distribuições em campo das equipes, mostra caminhos alternativos, e localiza setores vulneráveis a serem explorados por quaisquer dos adversários.

 Logo, a percepção é que não associou essas virtudes a de gestor de grupo, para que o trabalho fritificasse. Pares de comissão técnicas e dirigentes estavam afinados à execução de metas? Encontrou o ponto de equilíbrio para 'domar' atletas indisciplinados e problemáticos?

 Assim, a história do futebol reserva espaço ao canhoto paulistano Ricardo Luís Pozzi Rodrigues, início de trajetória como atleta no Paraná em 1995, e auge naquele vitorioso Corinthians de 1998 a 2000, embora ele tenha continuado no clube por mais dois anos, com participação em 254 jogos e 63 gols.

 A transferência ao São Paulo apagou um pouco do brilho, recuperado com posterior transferência ao Santos, na conquista do Campeonato Brasileiro de 2004. E até 2011, quando encerrou a carreira de atleta no Bahia, foi um vaivém Brasil-Europa-Ásia, com passagens pela França, Inglaterra, Turquia e Catar. Nos retornos subsequentes jogou novamente no Corinthians em 2006, e esteve no Atlético Mineiro no biênio a partir de 2009.

 A recompensa de seu futebol talentoso foi ter integrado a Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 2002 e 2006, como reserva.

Nenhum comentário: