domingo, 4 de agosto de 2019

Adeus a Gildo, autor do gol relâmpago


 A cada década o Palmeiras monta pelo menos um elenco que o rotulam de academia. A primeira data de 1965, comandada pelo saudoso treinador Filpo Nuñez. Depois, com a conquista paulista do biênio 1973/74 do comandante Oswaldo Brandão. Nos anos 90, a cogestão com a Parmalat permitiu montagem de equipe milionária que 'papava' quase tudo. E agora o clube volta a se destacar com time competitivo.
 Da primeira academia apenas os meio-campistas Dudu e Ademir da Guia, goleiro Valdir Joaquim de Moraes e ponteiro-esquerdo Rinaldo estão vivos. Não há ‘sobreviventes’ no quarteto defensivo formado por Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina e Geraldo Scotto. Daquele ataque formado por Gildo, Servílio, Tupãzinho e Rinaldo, apenas o ponteiro-esquerdo pernambucano está vivo, e aos 77 anos de idade goza de aposentadoria em Carpina, interior pernambucano, e conta repetida vezes a transferência do Náutico ao Verdão em 1964.
 Também pernambucano, Gildo Cunha do Nascimento perdeu a disputa pela vida neste dois de agosto. Ele morava na cidade de São Paulo, estava com 79 anos de idade, ficou internado durante dez dias, e a causa da morte foi registrada como insuficiência pulmonar.
 No Palmeiras esteve vinculado durante oito anos, a partir de 1961, mas a princípio como reserva do lendário Julinho Botelho. Se é praxe elogios até exagerados sobre desempenho de atleta após a morte, é justo citar que Gildo apenas cumpria o básico cobrado de ponteiros à época, de usar velocidade para chegar ao fundo de campo, e aí cruzar a bola à área adversária. Foi assim que principalmente o ponta-de-lança Servílio pôde explorar a virtude no cabeceio, sempre citado como jogador que cabeceava com os olhos abertos, para bem distinguir a colocação do goleiro.
 Igualmente Gildo será citado como atleta recordista de gol relâmpago no time palmeirense, assim como em jogos no Estádio do Maracanã. Foi no dia três de março de 1965, quando fechou em diagonal após lançamento do lateral-direito Djalma Santos, aos nove segundos, na goleada sobre o Vasco por 4 a 1. Ademar Pantera e Tupãzinho duas vezes completaram o placar.
 Quando se desligou do Palmeiras, Gildo topou desafio arriscado, porém bem-sucedido. Transferiu-se ao Atlético Paranaense, mesmo sabendo da montagem de um time veteraníssimo com Djalma Santos, Belini e Nair.

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