A história do futebol mostra que jogadores com
carreira vitoriosa, facilidade de comunicação e liderança de grupo não são necessariamente
transportadas quando migram à função de treinador, e exemplo típico é Jorge
Osmar Guarnelli, que reunia o conjunto de valores citados enquanto atleta, mas
não prosperou como treinador.
Ele passou por pequenos clubes do Rio de
Janeiro, São Paulo, Goiás e Al Jabalain da Arábia Saudita. Na Ponte Preta teve
quatro passagens, três delas entre profissionais e a última nos juniores durante
o triênio 2003 e 2005, quando ficou internado em coma induzido no Hospital Municipal Mário
Gatti, em Campinas. Durante festa realizada na sede social do clube, ele sofreu
uma queda, desmaiou e houve registro de traumatismo craniano.
A trajetória do carioca Guarnelli enquanto
atleta começou no Botafogo (RJ), quando no primeiro ano de profissionalismo
formou dupla de zaga ora com Brito, ora com Leônidas. Na ocasião, chegou à
Seleção Brasileira principal como reserva à Taça da Independência, e titular
absoluto nos Jogos Olímpicos de Munique (ALE), aos 20 anos de idade.
Ao deixar o Botafogo em 1979, teve trajetória
vitoriosa no Atlético Mineiro, quando foi companheiro de Luizinho no miolo de
zaga. Aí, em 1983, trocou a capital mineira pela Ponte Preta, com a
responsabilidade de substituir o zagueiro central Juninho Fonseca, que havia se
transferido ao Corinthians.
E Guarnelli caiu de vez no gosto do torcedor
pontepretano após atuação impecável em dérbi campineiro realizado no primeiro
ano de clube, quando marcou o gol da vitória sobre o rival Guarani, com a
singularidade de o jogo ter sido realizado no campo do adversário e a Ponte
ficado com dez jogadores a partir dos 30 segundos de bola rolando. É que o
lateral-direito Edson Abobrão foi expulso pelo árbitro Almir Ricci Peixoto
Laguna por jogo violento sobre o meia Neto.
Guarnelli alongou a carreira de atleta na
Ponte Preta até 1986, quando decidiu migrar à função de treinador, inicialmente
no Uberlândia, mas nada que lembrasse seguidos elogios dos tempos de atletas,
quando era soberano no jogo aéreo e senso perfeito de cobertura.
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