Há prenomes de pessoas que caíram em desuso, e
um deles é Olavo. São raros os cartórios de registros de nascimento que
certificam pais com essa opção, contrastando com outras épocas. No século XIX,
por exemplo, nasceu no Rio de Janeiro o renomado jornalista e poeta Olavo
Bilac. Portuguesa Santista, Corinthians e Santos desfrutaram do futebol do
raçudo zagueiro Olavo Martins de Oliveira, já falecido, que no título mundial
do time santista de 1962 atuou como lateral-direito. O outro Olavo famoso no
futebol ficou conhecido apenas pelo apelido: Vacaria, lateral-esquerdo do Inter
(RS) na década de 70.
Natural de Urussanga, interior catarinense,
Olavo Dorico Vieira já mostrava na adolescência inclinação à carreira de
jogador de futebol, e por isso foi levado ao juvenil do Glória de Vacaria (RS)
aos 16 anos de idade. Como dois anos depois foi profissionalizado no 14 de
Julho de Passo Fundo (RS), companheiros de clube preferiram chamá-lo de Vacaria,
em alusão à cidade de passagem anterior. E assim foi identificado até a morte
no dia 30 de julho de 2016, três anos após ter sido vitimado por um avc
(acidente vascular cerebral), com agravamento de hepatite.
Por ter se notabilizado como lateral-esquerdo
marcador, do tipo carrapato, Vacaria foi contrato pelo Inter em 1970, aos 21
anos de idade. Em decorrência da inicial dificuldade de adaptação, acabou
emprestado ao Figueirense de Santa Catarina, quando ratificou aptidão de
lateral-esquerdo com capacidade para anular hábeis ponteiros-direitos.
Vacaria não era driblado com facilidade.
Também tinha velocidade para acompanhar arrancadas de adversários e
persegui-los para que evitassem cruzamentos de fundo de campo, que visavam
projeções de centroavantes e meias que acompanhavam a jogada para o cabeceio.
Assim, no retorno ao Inter em 1973, foi
titular absoluto durante quatro anos com os treinadores Dino Sani e Rubens
Minelli, e participou do bicampeonato brasileiro no biênio 1975-76. Embora
sempre sondado por clubes do eixo Rio-São Paulo, transferiu-se ao Palmeiras
apenas em 1977, e integrou o elenco vice-campeão brasileiro de 1978. Aí, um ano
depois decidiu abandonar a carreira de atleta, já mirando na função de
treinador em clubes do Sul do país.
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